Desvio o olhar quando passa,
num receio, que alimento,
de que a volúpia devassa
devasse o meu pensamento.
Arranchei duas esteiras
na varanda, à luz de velas,
mas receio que não queiras
tomar posse de uma delas...
Pelo amor que a mim ressoa,
migro ao topo das venturas...
e um pássaro, quando voa,
já não receia as alturas!
Atento às mentiras rotas
e ao “farto” amor que proclamas,
receio falsas as gotas
das lágrimas que derramas...
Não receio a tempestade,
se é por você que me arrisco:
para alguém que tem saudade,
a tempestade é um chuvisco!
Nem morto!”... grita o coveiro
reconhecendo o finado.
“Só enterro esse caloteiro
se me pagar adiantado!”
Caloteiro conhecido
fez a promessa... E, no entanto,
depois de ser atendido
deu um calote... no santo!
Ao agiota em apuros,
o caloteiro afirmava
que fez o empréstimo a juros...
mas não jurou que pagava!
CORAÇÃO – no árduo destino
de penas de amor que oferto,
és o falcão peregrino
na solidão de um deserto!
O ciúme nos desvenda
um deserto imenso e atroz...
Mas no deserto há uma tenda
que o amor ergueu para nós!
Nosso quarto, onde acoberto
momentos de amor frustrados,
para mim hoje é um deserto
de poucos metros quadrados...
Por um amor clandestino,
preso a mágoas indefesas,
asilei o meu destino
num deserto de incertezas!
Aos sentimentos alheia,
recusas tudo o que oferto:
teu amor é um grão de areia...
mas faz falta em meu deserto!
Na aldeia, as índias se arriscam
pescando no igarapé...
Se os peixes pouco beliscam,
quem mais belisca é o pajé!
O ex-pescador tem idéias
de guiar carretas cheias,
para ganhar nas boléias
o que perdeu nas baleias!
Porque neles pode expor
sua emoção mais secreta,
são sempre em versos de amor
as súplicas de um poeta...
Ergui à estrela mais bela
minha súplica veemente...
Foi em vão... pois justo aquela
era uma estrela cadente!
Ante uma dor mais acesa,
quando o amor não se dispersa,
suplico trégua à tristeza
que insiste em puxar conversa...
Um réu na luta constante
por carinhos que cobiça,
sou aquele suplicante
que espera amor... por justiça!
AMOR – que loucura estranha!
- Chicoteia com rigor,
e a gente suplica... apanha...
mas não desiste da dor.
Faminta e, pelo seu porte,
mal cabendo no maiô,
pediu: “me indique um esporte...”
E o terapeuta: - SUMÔ!
Obeso e não tendo escolhas,
vive no SPA um calvário:
faminto, ele come folhas
e o SPA... seu saldo bancário!
Faminto o velho é de fato;
porém, no amor, a mulher
pra ele é sopa no prato:
- Como faz falta a colher!
Comeu cuscuz, pão dormido,
torresmo, farofa e angu...
Só não comeu o cozido
porque ainda estava cru!
Faminto, gritou na festa:
- Eu quero comer bobó!
E o surdo vovô protesta:
- rapaz... respeite a vovó!
Meus avós são um casal
que, à noite, o amor sempre uniu...
Quando um só geme, é sinal
de que o outro... já dormiu!
Porque é demais concorrido
e a gemeção é geral,
o forró tem o apelido
de “Emergência de Hospital”!
Vive a “coroa” adoentada,
com o esposo desnutrido:
de dia... tome gemada;
de noite... tome gemido!
Em casa ela não tem paz,
se as filhas vêm namorar.
E a um gemido dos sofás,
ela “só faz” reclamar!
Porque a um gemido que dê
a babá corre e vai lá,
à noite é o pai do bebê
quem geme pela babá!
Entre os múltiplos pecados
que a noite me vem propor,
os sonhos mais desvairados
são sempre os sonhos de amor!
O ciúme incontrolado
que me toma, pouco a pouco,
vai tornando desvairado
nosso amor... já meio louco!
Ao perceber que ela finge
meus desejos reprimir,
o desvario me atinge...
e eu não consigo fingir!
Meu amor que é mais intenso
quando assume os desafios,
abre mão do teu bom senso,
em favor dos desvarios...
Nas asas do desvario,
tentando um sonho alcançar,
eu despenquei no vazio,
mas... aprendi a voar!
Pergunta a mestra ao menino,
aluno meio confuso:
- a porca... tem masculino?
- tem, fessora... o parafuso!
- Comadre!... a velha gemia,
confusa e passando mal.
Veio a outra!... Ela queria
a "comadre"do hospital !
Na baiana refeição
da festa do padroeiro,
o excesso de confusão
foi por falta de banheiro!
Ao ver o exame agendado,
fez confusão no hospital...
Seu "pré-natal" foi marcado
para depois do Natal !
Desnorteado e confuso,
diz o luso, na excursão:
- O meu horário é sem fuso;
com fuso... é mais confusão !
Da paixão em nós presente
fulge um desejo tão farto,
que a lua, em quarto crescente
parece cheia em meu quarto...
Noite fria... e, em minha rua,
tantos sonhos idealizo,
que vou pisando na lua
em cada poça que piso!
O bom senso preceitua
não se entregar... mas, cativo,
vivo no mundo da lua,
e por amor é que eu vivo!
Brigas de amor são um risco
que não se pode evitar.
São como um breve chuvisco
numa réstia de luar!
Talvez porque a noite esconda
sombras de amor... é que a lua
põe mais luz em sua ronda,
quando ronda a minha rua!
num receio, que alimento,
de que a volúpia devassa
devasse o meu pensamento.
Arranchei duas esteiras
na varanda, à luz de velas,
mas receio que não queiras
tomar posse de uma delas...
Pelo amor que a mim ressoa,
migro ao topo das venturas...
e um pássaro, quando voa,
já não receia as alturas!
Atento às mentiras rotas
e ao “farto” amor que proclamas,
receio falsas as gotas
das lágrimas que derramas...
Não receio a tempestade,
se é por você que me arrisco:
para alguém que tem saudade,
a tempestade é um chuvisco!
Nem morto!”... grita o coveiro
reconhecendo o finado.
“Só enterro esse caloteiro
se me pagar adiantado!”
Caloteiro conhecido
fez a promessa... E, no entanto,
depois de ser atendido
deu um calote... no santo!
Ao agiota em apuros,
o caloteiro afirmava
que fez o empréstimo a juros...
mas não jurou que pagava!
CORAÇÃO – no árduo destino
de penas de amor que oferto,
és o falcão peregrino
na solidão de um deserto!
O ciúme nos desvenda
um deserto imenso e atroz...
Mas no deserto há uma tenda
que o amor ergueu para nós!
Nosso quarto, onde acoberto
momentos de amor frustrados,
para mim hoje é um deserto
de poucos metros quadrados...
Por um amor clandestino,
preso a mágoas indefesas,
asilei o meu destino
num deserto de incertezas!
Aos sentimentos alheia,
recusas tudo o que oferto:
teu amor é um grão de areia...
mas faz falta em meu deserto!
Na aldeia, as índias se arriscam
pescando no igarapé...
Se os peixes pouco beliscam,
quem mais belisca é o pajé!
O ex-pescador tem idéias
de guiar carretas cheias,
para ganhar nas boléias
o que perdeu nas baleias!
Porque neles pode expor
sua emoção mais secreta,
são sempre em versos de amor
as súplicas de um poeta...
Ergui à estrela mais bela
minha súplica veemente...
Foi em vão... pois justo aquela
era uma estrela cadente!
Ante uma dor mais acesa,
quando o amor não se dispersa,
suplico trégua à tristeza
que insiste em puxar conversa...
Um réu na luta constante
por carinhos que cobiça,
sou aquele suplicante
que espera amor... por justiça!
AMOR – que loucura estranha!
- Chicoteia com rigor,
e a gente suplica... apanha...
mas não desiste da dor.
Faminta e, pelo seu porte,
mal cabendo no maiô,
pediu: “me indique um esporte...”
E o terapeuta: - SUMÔ!
Obeso e não tendo escolhas,
vive no SPA um calvário:
faminto, ele come folhas
e o SPA... seu saldo bancário!
Faminto o velho é de fato;
porém, no amor, a mulher
pra ele é sopa no prato:
- Como faz falta a colher!
Comeu cuscuz, pão dormido,
torresmo, farofa e angu...
Só não comeu o cozido
porque ainda estava cru!
Faminto, gritou na festa:
- Eu quero comer bobó!
E o surdo vovô protesta:
- rapaz... respeite a vovó!
Meus avós são um casal
que, à noite, o amor sempre uniu...
Quando um só geme, é sinal
de que o outro... já dormiu!
Porque é demais concorrido
e a gemeção é geral,
o forró tem o apelido
de “Emergência de Hospital”!
Vive a “coroa” adoentada,
com o esposo desnutrido:
de dia... tome gemada;
de noite... tome gemido!
Em casa ela não tem paz,
se as filhas vêm namorar.
E a um gemido dos sofás,
ela “só faz” reclamar!
Porque a um gemido que dê
a babá corre e vai lá,
à noite é o pai do bebê
quem geme pela babá!
Entre os múltiplos pecados
que a noite me vem propor,
os sonhos mais desvairados
são sempre os sonhos de amor!
O ciúme incontrolado
que me toma, pouco a pouco,
vai tornando desvairado
nosso amor... já meio louco!
Ao perceber que ela finge
meus desejos reprimir,
o desvario me atinge...
e eu não consigo fingir!
Meu amor que é mais intenso
quando assume os desafios,
abre mão do teu bom senso,
em favor dos desvarios...
Nas asas do desvario,
tentando um sonho alcançar,
eu despenquei no vazio,
mas... aprendi a voar!
Pergunta a mestra ao menino,
aluno meio confuso:
- a porca... tem masculino?
- tem, fessora... o parafuso!
- Comadre!... a velha gemia,
confusa e passando mal.
Veio a outra!... Ela queria
a "comadre"do hospital !
Na baiana refeição
da festa do padroeiro,
o excesso de confusão
foi por falta de banheiro!
Ao ver o exame agendado,
fez confusão no hospital...
Seu "pré-natal" foi marcado
para depois do Natal !
Desnorteado e confuso,
diz o luso, na excursão:
- O meu horário é sem fuso;
com fuso... é mais confusão !
Da paixão em nós presente
fulge um desejo tão farto,
que a lua, em quarto crescente
parece cheia em meu quarto...
Noite fria... e, em minha rua,
tantos sonhos idealizo,
que vou pisando na lua
em cada poça que piso!
O bom senso preceitua
não se entregar... mas, cativo,
vivo no mundo da lua,
e por amor é que eu vivo!
Brigas de amor são um risco
que não se pode evitar.
São como um breve chuvisco
numa réstia de luar!
Talvez porque a noite esconda
sombras de amor... é que a lua
põe mais luz em sua ronda,
quando ronda a minha rua!
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