segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 388)


Uma Trova Nacional

Saudade, flor que se dá
ao cemitério tristonho,
que tristeza é enfeitar
a sepultura de um sonho.
–ARLENE LIMA/PR–

Uma Trova Potiguar

Quando a noite vai embora,
a aurora vem, de mansinho,
despertando fauna e flora
na mata e no ribeirinho.
–MARCOS MEDEIROS/RN–

Uma Trova Premiada

2010 - Curitiba/PR
Tema: IMAGEM - M/H

Quem pratica a temperança
e cultiva o dom do amor
tem, na imagem, semelhança
com seu próprio Criador.
–NEI GARCEZ/PR–

Uma Trova de Ademar

Para o pobre interagir,
Deus lhe deu, para viver:
uma boca p’ra pedir...
duas mãos p’ra receber!...
ADEMAR MACEDO/RN–

...E Suas Trovas Ficaram

Parti, lutei vida afora,
foi longo o tempo de ausência...
Mas volto a abraçar-te agora,
meu berço, minha querência!
–MANITA/RJ–

Simplesmente Poesia

Foto Factual
–DIULINDA GARCIA/RN–

Frequentemente me perco,
entre a insatisfação contida
de um povo
e a volúpia irreprimida
da indignação.
Faço uma fotografia digital,
que revela o olhar adormecido
de um fato social,
escondido nos porões do esquecimento
e da miséria.
Lá a dor se pode suportar,
a fome deve esperar
e a vida resseca
e se aguenta
na soleira escaldante
o ano inteiro.

Estrofe do Dia

Eu criei meu zebu com muito gosto
Na ração dei capim, melaço e sal
De manhã ao levá-lo ao matagal
Eu sentia correr suor do rosto,
Ao buscá-lo, à tardinha, o sol já posto
Muito alegre encontrava o meu tesouro
E pra mim bem pior que algum estouro
Foi levá-lo pro fim dessa jornada
Como é triste a imagem da boiada,
Quando segue em destino ao matadouro.
–ISMAEL GAIÃO/PB–

Soneto do Dia

Ao Semeador
–JOÃO JUSTINIANO DA FONSECA/BA–

Encontre-se entre os frutos uma oliva
e ao menos uma rosa nos florais.
Se a fortuna vos falha, por esquiva,
plantai de novo, e sempre, e muito mais.

Segui, juncando a orla dos caminhos
de roseiras sem conta e de olivais.
Sangrar-vos-eis, de certo, nos espinhos,
certo, vos queimarão sois estivais.

Vezes a praga e os pássaros daninhos
perderão a colheita, ou a primitiva
semente esconderão os chãos maninhos.

Árdua é a tarefa. Embora! A alternativa
de servir os passantes e os vizinhos,
compensa o dissabor e em paz deriva.

Fonte:
Textos enviados pelo Autor

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