A DAR COM UM PAU
Avoantes são aves que vêm, em grandes bandos, da África para o Brasil e
pousam em algumas regiões do Nordeste para desova. Exaustas e famintas, são mortas, aos milhares, pelos sertanejos, a pauladas. Daí veio a expressão a dar com um pau com o sentido de em grande quantidade.
ADEUS
Adeus em português, adjós em espanhol, adieu em francês,addio em italiano, todas essas palavras têm a mesma origem: é o que restou de uma frase como entrego-te a Deus, recomendo- te a Deus ou algo parecido.
Em inglês, goodbye é a forma reduzida de God be with ye (Deus esteja contigo). God virou good por analogia com as expressões good day e good night.
ADVOGADO DO DIABO
É o encarregado de apresentar objeções e dificuldades a uma tese. A expressão veio do direito eclesiástico: nos processos de canonização, ele é o Promotor da Fé, incumbido de apontar os defeitos e as fraquezas de quem se pretende santificar. Em latim, havia as figuras doadvocatus diaboli e do seu oponente, oadvocatus dei (advogado de Deus). Maledicentes afirmam que a expressão está caindo em desuso porque o profissional e o cliente se confundem cada vez mais.
AGORA INÊS É MORTA
Portugal, 1340. D. Pedro, o filho do rei Afonso IV, se casa, por arranjo político, com D. Constança, uma nobre senhora de Castela. Ao se mudar para a corte portuguesa, a feinha e ingênua D. Constança, coitada, leva consigo uma dama lindíssima, filha de um fidalgo galego, chamada Inês de Castro, por quem, é claro, o infante D. Pedro vai se apaixonar perdidamente. Com a morte prematura de D. Constança, a tolinha, D. Pedro se casa clandestinamente com Inês. O casal tem três filhos. Influenciado por seus conselheiros, o rei D. Afonso IV decide mandar executar Inês de Castro, temeroso de que, uma vez morto, Inês se torne rainha de Portugal e, assim, passe a favorecer seus familiares da fidalguia galega em prejuízo da nobreza lusitana. No dia 7 de janeiro de 1355, no Mosteiro de Santa Clara, em Coimbra, num local hoje conhecido como "Quinta das Lágrimas", Inês é degolada.
Quando D. Pedro sobe ao trono português em 1357 como D. Pedro 1, manda executar os assassinos de Inês de Castro. Em 1361, o serem trasladados, de Coimbra para o Mosteiro de Alcobaça, s restos mortais de Inês, D. Pedro 1 coroa o cadáver de Inês como rainha.
Hoje, no transepto desse mosteiro, estão os túmulos dos dois amantes. Na tampa do sepulcro de Inês, vê-se esculpida sua figura angelical, com a coroa de rainha. Muito mais que um fato político, o episódio se celebrizou como uma trágica história de amor, genialmente narrada por Camões em "Os lusíadas". E a expressão agora Inês é morta ficou consagrada para exprimir qualquer ação tardia e de resultado inútil.
Fonte:
PIMENTA, Reinaldo. A casa da mãe Joana 2. RJ: Elsevier, 2004
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