sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 774)



Uma Trova de Ademar

Vejo sentadas no chão,
trajadas de desamor,
crianças comendo pão
amanteigado de dor!

–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional

Na mesma rua onde os nobres
desfilam pompa e capricho,
se encontram crianças pobres
entre montanhas de lixo.

–Elen de Novais Félix–

Uma Trova Potiguar


Fui rever meu chão de outrora,
mas a saudade era brava:
meus olhos sorriam fora;
dentro o coração chorava!

–José Lucas de Barros/RN– 

Uma Trova Premiada


2012 - Cantagalo/RJ
Tema - ESPAÇO - 3º Lugar


Ao passar por mim, nem para...
sou a sombra de ninguém!
Que espaço enorme separa
meu amor de seu desdém!

–Wanda de Paula Mourthé/MG–

...E Suas Trovas Ficaram


Arranje um amor, depois
despreze-o, só por maldade,
e temos já pra nós dois,
a receita da Saudade.

–Fernando Pereira/RJ–

U m a P o e s i a


MOTE:
Depois de uma certa idade
fui te esquecendo, meu bem;
chega um tempo em que a saudade
perde a memória também!
–José Ouverney/SP–


GLOSA:

Depois de uma certa idade,
querendo a vida entender,
vi que a mente da saudade
pode o passado esquecer.

Sofri e chorei baixinho,
fui te esquecendo, meu bem,
quando eu vi que o teu carinho
desembarcou do meu trem.

Eu não sei se é por maldade,
mas é um fato frequente:
chega um tempo em que a saudade
também se afasta da gente.

Se a gente, por vil destino,
perde, na vida, o que tem,
mais tarde, por dom divino,
perde a memória também!

–Gilson Faustino Maia/RJ–

Soneto do Dia

A   P I N T U R A.
–Diniz Vitorino/PB–


Os meus cabelos ainda são aqueles
que me encheram de amores e regalos!
Chuva alguma esmaece a tinta deles,
mas o tempo os desbota sem lavá-los.

Hoje a neve dos anos caiu neles,
vem com ordem suprema pra pintá-los.
Não pergunta para mim, nem para eles
se estamos de acordo em transformá-los.

Mesmo frágil demais, finjo ser forte,
por sentir que a vida é como a morte:
tem segredos demais, mas não tem cores.

Pois, se aos negros as eras deram fim,
que os grisalhos se estendam sobre mim,
ocultando do mundo as minhas dores!

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