quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Amilton Maciel Monteiro (Poemas Recolhidos) IV



COR DE BRASA

Num canto do jardim de minha casa
duas roseiras crescem, majestosas,
com flores rubras, lindas, cor de brasa
e aveludadas pétalas cheirosas.

Quem as plantou, não sei, mas bem me apraza
exaltar o valor das laboriosas 
mãos que, com amor e jeito, deram asa
a que vingassem  em formas primorosas.

Pois aprecio muito a mão que planta
e só por isso a entendo como santa,
merecedora de me abençoar!

Plantar é um beijo dado à Natureza,
que fica à nossa espera, com certeza,
para o mundo crescer e embelezar!
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ESTADO D´ALMA

O que reflete o meu estado d´alma, 
de tudo quanto vi e já conheço,
é a poesia amiga, quando espalma 
tão bem a dor do amor, no qual padeço

Quem lê meu verso com bastante calma,
por certo me conhece até no avesso, 
pois minha inspiração jamais empalma 
tudo que às outras almas ofereço.

Quem lê meu verso sabe, num instante,
se estou tristonho, ou até feliz bastante.
- Mais claro ainda?  -  Olhe nos  meus olhos!

As minhas vistas são também janelas,
bastando apenas ver através delas,
se tenho um grande amor... ou só abrolhos!
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FELIZ NATAL

Natal me traz a mais doce lembrança
de todas quantas trago no meu peito;
recordações do tempo de criança,
que não se apagam mais de nenhum jeito...

Natal me traz também muita esperança
de que na Terra surja mais respeito
com a sacra vida humana e, sem tardança,
Jesus-menino encontre um Lar perfeito!

Natal, portanto, encanta a minha vida,
mormente se a família está reunida
e, junto a nós, amigos de verdade.

Do bem que isso me faz eu dou sinal
em meu sincero abraço de amizade
que a todos quer dizer: Feliz Natal!
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FINAL DE ANO

Final de ano... É chegada a hora 
de fazer um balanço em minha vida. 
De início de janeiro, até agora,  
será que progredi nesta corrida?

Advento vem aí..., já não demora  
e é Natal, Ano-novo... e eu só na lida...
Ao meu irmão, que fiz de bom? Por ora,  
eu nada vejo e estou é sem saída!

Vergonhoso chegar ao fim do ano 
com minhas duas mãos assim vazias, 
sem nada para dar... É desumano!

Nem basta só não praticar o mal...
E com amor, que fiz? Foi só poesias? 
Basta agora rezar? -  “Feliz Natal”?!
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NÃO TENHA INVEJA!

O voo do urubu tão silencioso
e, na aparência, sem esforço algum,
nos lembra um parapente fabuloso,
cujo piloto tem risco comum....

O nosso pobre abutre é bem feioso,
mas seu voar supera qualquer um;
enquanto o voo à vela é majestoso,
perigo o urubu não tem nenhum!

A lei protege até sua existência,
por sua importante excelência,
limpando sem cansar a Natureza!

Vendo o urubu no céu, não tenha inveja,
(como de quem com risco é que veleja),
já que o manjar do abutre é a impureza!
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SE DEUS QUISER!

Sonho muito voar. Mas de avião
fabricado aqui mesmo, na Embraer;
e quase sempre tenho a sensação
de que vou conseguir, se Deus quiser!

O fato não me dá qualquer razão,
mas o vou contá-lo, por achar mister
narrar de onde partiu minha ambição
de inda cumprir meu sonho, se eu puder... 

Estava eu no CTA, presente,
vendo o primeiro voo surpreendente,
do mais que decantado “Bandeirante”.

E ao ver o então Major, seus criadores...
Mariotto e Michel, aviadores...
meus amigos... sonhei voar bastante!
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SERVIDOR

São as rimas que ditam meus poemas;
quem manda em meu sentir é sempre o amor...
O coração resolve os meus dilemas,
e o meu cantar persegue a minha dor...

Meus gostos estão presos em algemas;
e a minha opinião não ouso expor...
Espero que resolvam meus problemas,
tal qual age na guerra um desertor!...

Assim, meus versos nunca foram meus;
são dos que mandam em mim, porque meu Deus,
além de Pai, é meu consolador...

Em termos de poesia não sou nada;
além de pobre alma apaixonada,
sou só, do alheio estro, servidor!

Fonte:
O poeta

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