sábado, 15 de dezembro de 2018

Vanice Zimerman (Poemas Escolhidos)


VENTO MENINO

Vento menino
Despenteia meus cabelos
Brinca de Destino
E espalha as reticências...
Vento Menino
Faz com que eu viaje em sonhos
E reencontre meu  Amor...

AS LINHAS MÁGICAS DO AMOR

Observo as linhas que o vento desenha nas águas do lago,
Os desenhos das ondulações  lembram seus braços
E o aconchego de seus abraços que não mais me pertencem...
As linhas do coração são fortes, laços tecidos com fios mágicos,
Coloridos de amor e saudades,
Impossíveis de serem desfeitos,
Com o tempo, suavizam a tramas, porém continuam firmes,
Presença que se esconde, se disfarça, mas não desocupa seu lugar em meu coração.
Encontro-o só em meus sonhos...

MANDALAS DE FOLHAS

Em uma das mãos seguro
Uma folha  do Plátano
Lembranças do Outono...
Na fragilidade da folha,
Ainda sinto o toque das tuas mãos,
E, de um tempo em que fazíamos
Mandalas de folhas...
E depois ficávamos juntinhos,
Observando a brisa
Acariciar as folhas,
E as cores do pôr do sol.
Não resisto e...
As lágrimas escapam.

O PORTÃO E O VENTO

Num piscar de olhos
Distancia-se o pensamento,
Busco encontrar-te
Em cada folha do Plátano
E pétalas de rosa que guardei...
Imagino que esteja próximo a esquina
Vindo em minha direção,
Mas, num piscar de olhos.
Você retorna aos meus sonhos,
E o portão abre-se com o vento...

O ABRIDOR DE CARTAS

O antigo abridor de cartas,
Ainda guarda o calor da tua mão.
Há tantos caminhos
Nas linhas das tuas mãos
Que ficaram suavemente impressos
Em meu corpo e alma...
Saudade que se aconchega,
Buscando respirar  a tua presença
Em cada objeto,
Cada sorriso,
E nas palavras de amor,
Que ainda sobrevivem a distância,
Lembram páginas
De  um perfumado pergaminho
Feito de pétalas de rosas...

CALEIDOSCÓPIO

Noite de setembro,
Num canto da sala
As peças do jogo de xadrez,
Apenas observam...
O silêncio desenha tuas lembranças,
Feito um caleidoscópio surreal,
Repleto de saudade...

JAZZ E NOSTALGIA

Noite de setembro
Ao som do Jazz
Inesquecível, teu olhar,
Nostalgia em notas musicais...
E na janela,
A companhia das gotas d'água
Num bailado surreal
Envolvem a última rosa vermelha
Que, quase sem vida, ainda sonha
Com tua volta...

A MÁQUINA DE ESCREVER

Noite de abril,
À meia-luz.
Uma fresta na janela espia
A antiga máquina de escrever
Que em tons de sépia
Permanece em silêncio,
Silêncio repleto das carícias da tua voz...
Uma fresta na janela observa
Os móveis da sala,
O autorretrato inacabado, ainda no cavalete,
E as rosas imóveis no vaso de cristal,
Vermelhas pétalas que perfumarão
Um livro de poesias...
Uma fresta na janela espia
E curiosa, não entende as lágrimas,
Quando olho tua fotografia
E a aconchego em meu coração.
Uma fresta na janela não imagina
O significado da Saudade
Da tua ausência, do Amor tão distante,
E da outra xícara de café vazia...

Fonte:

3 comentários:

Vanice Zimerman disse...

Parabéns, pela organização do BLOG, lindas publicações! Muito obrigada, abraços, Vanice e um Feliz 2019!!

Marli Terezinha Andrucho Boldori disse...

Belíssimo espaço. Poesias bem escolhidas, todas merecem nota máxima. Parabéns a todos. Abraços, Vanice.

Vanice Zimerman disse...

Boa tarde Marli Terezinha, muito obrigada querida e um Feliz 2020!Abraços, Vanice.