Minha atividade principal em Maringá, até o final dos anos 1955, era uma lojinha de autopeças, porém nas horas vagas fui me envolvendo cada vez mais na imprensa local, publicando crônicas na “A Hora”, do Chico de Souza, e no “O Jornal de Maringá”, do Ivens Lagoano Pacheco. Mas peguei mesmo, para valer, quando Manuel Tavares lançou “A Tribuna de Maringá”. Nas primeiras edições o redator principal era o Ary de Lima, que, entretanto, muito ocupado com os seus compromissos de professor, não pôde continuar. Por insistência do bravo Tavares, aceitei a chefia de redação e iniciamos um trabalho jornalístico que marcou época. Ali se revelaram alguns dos mais brilhantes jornalistas maringaenses da época, entre os quais Ademar Schiavone, Luís Carlos Borba, Ademaro Barreiros, Pedro Granado Martainez, Divanir Braz Palma, João Amaro Faria.
Ao mesmo tempo em que atuava na “A Tribuna”, assumi com Aristeu Brandespim o desafio de produzir a primeira revista da cidade, “Maringá Ilustrada”, cuja edição inaugural chegou às bancas em agosto de 1957. Hoje, quem tem um exemplar dessa edição sabe que tem um tesouro.
A publicação trazia a lista dos primeiros pioneiros; uma reportagem sobre a festa dos 10 anos de Maringá, inclusive mostrando o acidente em que dois aviões da Esquadrilha da Fumaça caíram em cima da caixa d’água da antiga estação ferroviária; textos sobre os primeiros políticos locais, fotos de homens e mulheres de destaque na sociedade, e uma preciosidade: a cobertura da chegada do primeiro bispo da diocese, Dom Jaime Luiz Coelho.
Na primeira edição os redatores éramos Ary de Lima e eu. A partir da segunda, que trouxe na capa a maquete da nova Catedral em desenho de Edgar Osterroht, fiquei como redator-chefe. Mas Brandespim era um homem arrojado e achou que o nome “Maringá Ilustrada” restringia o âmbito da publicação. Mudou então para “NP” – “Norte do Paraná em Revista”, e no ano seguinte outra vez mudou, passando ao nome definitivo: “NP” – “Novo Paraná”.
Aos poucos fomos formando uma pujante equipe de colaboradores. Cito alguns, incluindo jornalistas de Maringá, Londrina e Curitiba: Ademar Schiavone, Frank Silva, Ademaro Barreiros, Túlio Vargas, Luís Carlos Borba, Clóvis de Freitas, Correia Júnior (Zitão), Emílio Germani, Altino Borba, Wilson Silva, Ênnio Monção Pires, Milton Cavalcanti, Samuel Guimarães da Costa, Luiz Geraldo Mazza, Bacila Neto, Pedro Dória, Helê Velozo Fernandes, Alceu Chichorro. Os principais fotógrafos eram Edgar Taboranski e Jasson Figueiredo.
“A Tribuna de Maringá” e a revista “NP” circularam enquanto vivos foram seus valorosos diretores (Manuel Tavares e Aristeu Brandespim). Os pesquisadores encontram raríssimos exemplares no museu da UEM, no Patrimônio Histórico do Município e no Museu Esportivo do jornalista Antonio Roberto de Paula.
(Crônica publicada no Jornal do Povo – Maringá – 20-3-2020)
Fonte:
Texto enviado pelo autor.
Um comentário:
AAssis é, com certeza, patrimônio vivo da história e da literatura maringaense. aplausos
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