quinta-feira, 2 de julho de 2020

Agatha Christie (Resenhas) 12, final


CAI O PANO
Curtain: Hercule Poirot’s Last Case

Hercule Poirot encerra o círculo de sua vida na Grã-Bretanha. Sabendo que o fim está próximo, muda-se para Styles, tentando solucionar seu último caso, e o mais difícil, no mesmo lugar onde havia resolvido o primeiro. Um dos hóspedes daquela casa sinistra - na qual se respira o ar maligno de um antigo crime - é um assassino em série, diabolicamente inteligente, que matou cinco pessoas e está disposto a continuar. Transformado num pobre inválido, imóvel numa cadeira de rodas, Poirot parece inferiorizado frente a um astucioso e sutil matador, que precisa ser descoberto e também castigado, porque a justiça oficial nunca o condenaria. Poirot cumpre com o seu duplo propósito e morre, embora sua morte seja apenas aparente, pois os personagens de ficção não desaparecem, e sempre poderemos ler novamente as aventuras de um Sherlock Holmes, o Padre Brown, o delegado Maigret, Philipp Marlowe…, integram a mais seleta galeria dos detetives imortais.

É um dos livros mais intrigantes de Agatha Christie, porque chega a um ponto em que você pensa que é o fim de Poirot. Ele se vê cercado de ameaças do próprio assassino, que o desafia em cada caso, e Poirot, de mãos atadas, apenas assiste os crimes, desesperado. Ao final, com um cérebro digno de um gênio, Poirot entende toda a história, como sempre faz e descobre o tão misterioso homem.

Poirot está de volta a Styles mas não é a passeio. Agora inválido, o detetive encontra em seu último caso o assassino perfeito, aquele que nunca seria condenado e com muita classe encerra sua carreira definitivamente e faz deste o melhor livro de Agatha Christie.

O Capitão Hastings viaja à uma casa em que ele e seu velho amigo Hercule Poirot desvendaram crimes há alguns anos atrás. Quando chega lá, vê que seu velho amigo está muito doente, sem andar e quase morrendo. Hercule Poirot, se encontra num estado deplorável. Velho e em uma cadeira de rodas. Quando novos crimes acontecem na casa, Hastings pede a ajuda de Poirot para tudo.

No final, nem tudo era o que parecia ser …
****************************************

UM CRIME ADORMECIDO

Sleeping Murder

Frases pronunciadas numa peça de teatro causam uma reação inesperada e aparentemente inexplicável na jovem Gwenda. O mistério aumenta quando, em sua nova residência no sul da Inglaterra, ela experimenta uma estranha sensação de familiaridade ao entrar em cada cômodo, onde passa a ver o cadáver de uma mulher estrangulada. Loucura? Miss Marple acredita que não. Para a simpática velhinha - que desvenda aqui seu último mistério - Gwenda pode ter vivido a infância na casa e presenciado um terrível assassinato. As duas partem, então, em busca da verdade.
****************************************

A MORTE DO ALMIRANTE
The Floating Admiral

Uma das obras mais importantes do gênero policial. A Morte do Almirante foi escrita por treze dos maiores autores de livros de mistério e de suspense, todos membros do Detection Club. Escrito por partes, cada escritor se encarregou de um capítulo, passando-o ao colaborador seguinte, que deveria resolver o mistério apresentado e criar outros. Agatha Christie contribuiu de modo brilhante para o sucesso dessa obra.
****************************************

A RATOEIRA E OS DEZ INDIOZINHOS

The Mousetrap and Ten Little Indians

Ninguém melhor que a própria Agatha Christie para adaptar suas histórias para o teatro. Neste livro são apresentadas duas peças da autora. O argumento de A Ratoeira, que já foi encenada mais de 9 mil vezes em dez anos, é inspirada no conto “Os três ratos cegos”, no qual um assassino se diverte com os hóspedes de uma pensão isolada pela nevasca com uma cruel brincadeira de gato e rato. Já a peça Os Dez Indiozinhos é inspirada no famoso livro O Caso dos Dez Negrinhos. Convidadas por um homem misterioso, dez pessoas chegam para passar um fim de semana numa ilha remota e não demoram a descobrir que tudo não passa de um diabólico plano de vingança.
****************************************

ENCONTRO COM A MORTE E O REFÚGIO
Appointment with Death and The Hollow

Além dos romances, Agatha Christie foi autora teatral. Neste livro são reunidas duas peças daquela que é universalmente conhecida como “a rainha do crime”. Com a ação passada em Jerusalém, Encontro com a morte apresenta uma das personagens mais cruéis da literatura policial e um crime igualmente perverso. Do quarto de um hotel, um homem ouve um diálogo curioso. Mas um assassinato é cometido e ele percebe que aquelas palavras continham um significado macabro. Encenada pela primeira vez em 1951, a peça O refúgio alia o refinado humor inglês a um final surpreendente.
****************************************

TESTEMUNHA DA ACUSAÇÃO E A HORA H
Witness for the Prosecution and Towards Zero

Testemunha da acusação é uma das peças mais famosas de Agatha Christie. Leonard Vole, um sujeito tranquilo e amável, é um dia acusado do assassinato de uma solteirona que morava com a governante e oito gatos. No testamento, ela fazia dele seu único herdeiro. Os fatos são simples e incontestáveis, e Leonard está prestes a ir para a prisão. Um detalhe, porém, pode mudar os rumos do seu julgamento. O argumento de A hora H é inspirado no livro A casa do penhasco, com uma diferença: a autora substitui Hercule Poirot pelo sagaz superintendente Battle por considerar que este personagem tem “uma personalidade mais apropriada para os palcos” do que a do detetive belga.
****************************************

DESENTERRANDO O PASSADO
Come, Tell Me How You Live

Este livro nasceu do casamento de Agatha Christie com seu segundo marido, o jovem e brilhante arqueólogo Max Mallowan. Ao seu lado, a escritora percorreu todo o Oriente Médio. Desenterrando o passado é resultado de suas observações dos fatos ocorridos em quatro expedições arqueológicas à Síria e ao Iraque - sempre usando e abusando do típico senso de humor inglês. Agatha Christie jamais se limitou a ser uma espectadora aguda e privilegiada dos fatos: colaborou com prazer em todas as tarefas do seu marido. Afinal, um arqueólogo, de certa forma, não deixa de ser um detetive dedicado a desenterrar e solucionar os enigmas de um passado distante.

Ao narrar os fatos reais, utiliza as suas habilidades de romancista para tornar extremamente interessantes os acontecimentos cotidianos, os lugares exóticos e os personagens inusitados que cercavam o casal. Com a grande virtude de não se levar a sério todo o tempo, Agatha Christie mostra que sabe rir, com uma ironia generosa, de tudo e de todos. Principalmente de si.
****************************************

VEREDICTO E RETORNO AO ASSASSINATO
Verdict and Go Back For Murder

Na peça Veredicto, Agatha Christie cria uma trama diabólica. Agitada e doente, Anya Hendryk conserva traços do antigo encanto e beleza, mas, entrevada numa cadeira de rodas, tornou-se uma mulher amargurada. Um dia, é encontrada morta por envenenamento. Mas os fatos ainda não foram esclarecidos e uma dúvida paira no ar: foi suicídio ou assassinato? Encenada pela primeira vez em 1960, a peça Retorno ao Assassinato é inspirada no livro Os Cinco Porquinhos. Uma mulher é julgada e condenada pelo assassinato do marido, morrendo pouco tempo depois na prisão. Passados 16 anos, a filha deles quer reconstituir o passado e descobrir a verdade.
****************************************

A MINA DE OURO
The Golden Ball and Other Stories

É um gesto de boa vontade ou uma armadilha sinistra que seduzem Rupert St. Vincent e sua família para uma propriedade magnífica? O quão desesperada está Joyce Lambert, uma jovem viúva despossuída cujo único recurso é se casar com um homem que ela despreza? Que circunstâncias inesperadas levam Theodora Darrell, uma esposa infiel para fugir com seu amante? Nesta coleção de pequenas histórias, as respostas são inesperadas a medida que vão aparecendo. A rainha do crime leva encontros românticos bizarros, visitações sobrenaturais, e assassinatos clássicos à novos níveis inventivos.
****************************************

O CADÁVER ATRÁS DO BIOMBO E UM FURO JORNALÍSTICO
The Scoop and Behind The Screen

A vida de Wilfred Hope, estudante de medicina, é tudo o que sempre sonhou. Tem pela frente uma carreira promissora e está noivo da encantadora Amy Ellis. Mas a partir do momento em que o sombrio Paul Dudden aluga um quarto na casa dos Ellis, a vida da família desmorona. Todos vivem sempre nervosos e apreensivos, como se temessem o misterioso hóspede. Um dia, quando visita a namorada, Wilfred descobre, atrás de um biombo na sala de estar onde todos se encontravam, o corpo ensanguentado de Dudden.

O cadáver atrás do biombo foi escrito por Agatha Christie e outros cinco mestres da ficção policial: Hugh Walpode, Dorothy L. Sayers, Anthony Berkeley, E. C. Bentley e Ronald Knox. Walpode apresentou a trama no primeiro capítulo. Seus colegas ficaram com a difícil missão de encontrar a solução para um mistério aparentemente insolúvel. Valeria a pena descobrir o assassino, ou Dudden merecia realmente morrer?

Um furo jornalístico, outro mistério presente nesta edição, é mais uma maravilhosa criação coletiva na qual sobressai o talento de Agatha Christie. Ao lado de outros gênios do gênero, fica ainda mais evidente a criatividade da grande Dama do Crime.
****************************************
****************************************

OS PERSONAGENS

Hercule Poirot
Poirot estreou junto com Agatha Christie no livro O Misterioso Caso de Styles. Desde então, foram vários os livros em que Poirot esteve presente, sendo o último deles Cai o Pano. Esteve presente também em muitos filmes. O primeiro a interpretá-lo foi Austin Trevor no começo dos anos 30 em três produções: O Assassinato de Roger Ackroyd, Black Coffee e Treze à Mesa.

Outros atores que também interpretaram Hercule Poirot no cinema foram Peter Ustinov em Morte no Nilo, Morte na Praia, Encontro com a Morte e algumas pequenas séries de TV, Tony Randall em Os Crimes ABC no ano de 1965 e Albert Finney em O Assassinato no Expresso do Oriente que acabou ganhando o prémio de melhor filme da Academia onde os suspeitos eram atores mundialmente famosos como Sean Connery, Ingrid Bergman, John Gielgud e Lauren Bacall. Muitos fãs acreditam que David Suchet (de uma série de TV) foi o melhor ator que representou Poirot.

Mas Poirot será sempre lembrado pelas suas inconfundíveis características: a habilidade de resolver mistérios bastante complicados com a ajuda de suas “pequenas células cinzentas”, pelo seu bem tratado bigode, pela sua cabeça em forma de ovo e pela opinião que tem sobre si próprio. E falando em Hercule Poirot, não podemos deixar de falar sobre o Capitão Hastings. Com sua ingenuidade, Hastings foi um dos grandes companheiros de Poirot e o acompanhou em diversos casos.
- - - - - –

Miss Marple
A primeira aparição de Miss Marple foi no livro Assassinato na Casa do Pastor em 1930. Ela é uma senhora que vive vila inglesa de St. Mary Mead. Bem diferente de Poirot, ela não se vangloria de suas deduções, sendo bastante humilde. Em vez de procurar por pistas ela se concentra no instinto e no seu conhecimento sobre a natureza humana. Uma famosa frase de Miss Marple diz o seguinte: “A natureza humana é a mesma em qualquer lugar”. Agatha Christie escreveu uma dúzia de livros de Miss Marple como Um Corpo na Biblioteca, Convite para um Homicídio, Mistério no Caribe, Nemesis, O Caso do Hotel Bertram, Um Crime Adormecido entre outros.

No cinema, algumas atrizes tiveram o privilégio de interpretar Miss Marple: Margaret Rutherford atuou em algumas séries no início dos anos 60, Helen Hayes e Angela Lansbury também atuaram como Miss Marple. Mas Joan Hickson foi a mais famosa, tendo aparecido em séries de TV e outros papéis em outros filmes de Agatha Christie.

Fonte:
http://users.hotlink.com.br/pmgi/agatha/index.html

Nenhum comentário: