terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Silmar Böhrer (Croniquinha) 14


É verão. Chuvas aguaceiras. Fugazes, ligeiras, logo vão. Parecem arremedar o tempo e o vento e a vida - passageiros. Mas não! Estes têm a constância do efêmero. As chuvinhas caem aqui, ali e acolá. Logo desaparecem.

E o tempo? Fala-se tanto do tempo. Tempo é o senhor. Tempo sobra. Tempo é remédio. Tempo falta. Tempo é linimento.

" Tempo é o que existe, inexistindo ", escreveu o poeta. O tempo dá voltas, volteios, volteadas. E assim chegamos a outro cruzeiro na convenção humana do tempo. Mudamos de ano, Mas o cruzeiro segue.
 
Refletir sobre o que passou. Benefícios. Malefícios. Mas essencialmente seguir abrindo portas, buscando caminhos e alternativas - como a água - desviando os obstáculos. Lembrando da interdependência e de que tudo é impermanente. Desavenças, tristezas, bem-estar, alegrias, doenças, morte, tudo é Devir. Tudo vem a ser, acontece e passa.

Essa é a trilha da vida. Seguir sempre, nos adaptando, harmonizando com seres e Natureza - partículas que somos do cosmo. Como escreveu o pensador, " O essencial é o caminhar - a alegria não está no final do caminho, ela é o caminho ".

Fonte:
Texto enviado pelo autor.

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