Uma Vida em Segredo foi publicado em 1964. Nela, o autor traça o retrato de Biela, jovem humilde que, após a morte do pai, é obrigada a mudar-se da fazenda para a cidade, e não consegue adaptar-se ao novo ambiente. A obra é célebre pela profundidade da exploração psicológica lograda por Dourado, e também por mostrar a riqueza da vida interior da personagem principal, a despeito de sua simplicidade e de seu caráter introvertido.
O narrador mantém uma postura neutra ao longo de todo o texto, limitando-se a mostrar como Biela era vista pelas outras pessoas. Ao mesmo tempo, por meio do fluxo de consciência da personagem principal, oferece revelações que reforçam, nuanças ou contradizem alguns dos aspectos da sua personalidade "exterior".
De acordo com o próprio autor, a ideia para a produção da obra veio-lhe subitamente quando, vagando pela casa enquanto trabalhava em um de seus romances (se A Barca dos Homens ou se Ópera dos Mortos não se sabe ao certo), deparou com uma velha canastra de couro que pertencera a seu bisavô e que lhe trouxe imediatamente muitas recordações da própria infância. Logo depois, ao dormir, sonhou com uma prima que havia esquecido, chamada Rita, e esta lhe contou sua história já estruturada como uma novela curta, como uma "fala escrita", no dizer de Autran Dourado. Até mesmo o nome completo da personagem foi revelado nesse sonho.
“O narrador evidencia a simplicidade, o desapego aos bens matérias de Biela e através do fluxo de consciência, recurso utilizado por Autran Dourado, é mostrada a inadaptação da personagem ao espaço urbano. " (Neidelamar Lucena de Sá)
O narrador mantém uma postura neutra ao longo de todo o texto, limitando-se a mostrar como Biela era vista pelas outras pessoas. Ao mesmo tempo, por meio do fluxo de consciência da personagem principal, oferece revelações que reforçam, nuanças ou contradizem alguns dos aspectos da sua personalidade "exterior".
De acordo com o próprio autor, a ideia para a produção da obra veio-lhe subitamente quando, vagando pela casa enquanto trabalhava em um de seus romances (se A Barca dos Homens ou se Ópera dos Mortos não se sabe ao certo), deparou com uma velha canastra de couro que pertencera a seu bisavô e que lhe trouxe imediatamente muitas recordações da própria infância. Logo depois, ao dormir, sonhou com uma prima que havia esquecido, chamada Rita, e esta lhe contou sua história já estruturada como uma novela curta, como uma "fala escrita", no dizer de Autran Dourado. Até mesmo o nome completo da personagem foi revelado nesse sonho.
“O narrador evidencia a simplicidade, o desapego aos bens matérias de Biela e através do fluxo de consciência, recurso utilizado por Autran Dourado, é mostrada a inadaptação da personagem ao espaço urbano. " (Neidelamar Lucena de Sá)
Pode-se concluir que a personagem teve a vida desperdiçada devido à sua criação, mas o verdadeiro segredo só ela realmente conhece.
A Novela é a modalidade narrativa que se caracteriza pela sucessividade dos episódios, muitas vezes das personagens e dos cenários. O tempo e o espaço conjugam-se dentro dessa estrutura. Assim, a novela condensa os elementos do romance. Os diálogos são mais rápidos, as narrações são diretas e sem circunlóquios, tudo favorecendo a precipitação da história para o seu desfecho.
Uma Vida em Segredo é uma novela que traz a senha para o estudante entrar no intrincado universo de Autran Dourado, em que cada tema sugere um estilo.
Nesta novela o escritor discorre sobre a gente simplória do interior das Minas Gerais. Centrado na figura da prima Biela, o enredo elucida os dramas morais e psicológicos da moça feia que cresceu na roça e mudou-se para a cidade após a morte do pai. Reprimida, ela transforma seus desejos em reclusão voluntária. Após a morte de seu pai, a jovem Biela, de 17 anos, passa a morar com Conrado, seu primo, que a leva para viver junto com sua família em uma pequena cidade.
Constança, esposa de Conrado, busca adaptar Biela a uma vida social de acordo com as posses da família e para tanto encomenda vestidos ricos e a ensina a se portar como uma jovem educada e rica. Entretanto, Biela apenas se sente bem ao lado dos empregados da fazenda onde mora, com quem passa a conviver após uma grande desilusão amorosa. Biela é coerente, fiel a si mesma, uma personagem densa e intimista, que aceita a imposição do destino, mas à sua maneira.
O filme, exibido em 2001 no Festival de Brasília, foi lançado em 2002. Possui a direção e roteiro de Suzana Amaral, produção de Assunção Hernandes. No elenco, Sabrina Greve, Eliane Giardini, Cacá Amaral, Neusa Borges e Eric Novinsky. Teve cinco indicações ao Grande Prêmio Cinema Brasil, nas categoria de melhor roteiro adaptado, melhor figurino, melhor maquiagem, melhor direção de arte e melhor fotografia.
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