Finais da década de 90, eu havia acabado de entrar na função de cobrador, na empresa Ingá. Certo dia, em meio aos trabalhos, chegou a notícia de um feito quase inacreditável, de tão louco. Vamos aos fatos.
A linha era a 49-1 (mas naquela época as duas linhas 49 eram designadas, e não me pergunte o porquê, por 49-3 e 49-4). O cobrador era o Marival, mulato invocado e conhecido por seus arroubos de fúria. O dia de verão estava especialmente quente; eram por volta das três da tarde, os ônibus da linha ainda não possuíam ar condicionado. Para completar, o carro estava rodando 'no buraco', a muita distância do carro da frente, e já lotado.
O furioso Marival estava transtornado. As roletas ficavam na parte de trás do veículo, no meio do salão, e a lotação era tanta que nem uma brisa conseguia entrar pelas janelas e alcançar Marival. O bruto suava em bicas, o sol batia diabólicos 43 graus, e chegando à praia de Icaraí, pra fechar o caixão, um engarrafamento fora de hora...
O amigo Marival já estava sentindo tonteiras, e cheio, excepcionalmente transbordante. De repente, ele se levanta da cadeira e dá um berro lá pra frente:
– Chicão, abre aí! Abre essa droga de porta e espera que eu vou ali…
O motorista Chicão não entendeu nada, mas abriu a porta e viu Marival pular e correr para a praia.
– Vai pegar troco no quiosque – pensou o velho Chicão. Qual não foi sua surpresa quando, alguns segundos depois, um dos passageiros gritou:
– Motorista, o Cobrador mergulhou na água!
Ao se levantar para olhar para a praia, Chicão viu o maluco do Marival, com o uniforme encharcado, já correndo de volta pro ônibus. Subiu pela porta traseira, pulou a roleta, sentou-se no banco e, sob o olhar espantado dos mais de oitenta passageiros que lotavam o ônibus, gritou, tranquilo:
– Bora Chicão, agora pode tocar.
A linha era a 49-1 (mas naquela época as duas linhas 49 eram designadas, e não me pergunte o porquê, por 49-3 e 49-4). O cobrador era o Marival, mulato invocado e conhecido por seus arroubos de fúria. O dia de verão estava especialmente quente; eram por volta das três da tarde, os ônibus da linha ainda não possuíam ar condicionado. Para completar, o carro estava rodando 'no buraco', a muita distância do carro da frente, e já lotado.
O furioso Marival estava transtornado. As roletas ficavam na parte de trás do veículo, no meio do salão, e a lotação era tanta que nem uma brisa conseguia entrar pelas janelas e alcançar Marival. O bruto suava em bicas, o sol batia diabólicos 43 graus, e chegando à praia de Icaraí, pra fechar o caixão, um engarrafamento fora de hora...
O amigo Marival já estava sentindo tonteiras, e cheio, excepcionalmente transbordante. De repente, ele se levanta da cadeira e dá um berro lá pra frente:
– Chicão, abre aí! Abre essa droga de porta e espera que eu vou ali…
O motorista Chicão não entendeu nada, mas abriu a porta e viu Marival pular e correr para a praia.
– Vai pegar troco no quiosque – pensou o velho Chicão. Qual não foi sua surpresa quando, alguns segundos depois, um dos passageiros gritou:
– Motorista, o Cobrador mergulhou na água!
Ao se levantar para olhar para a praia, Chicão viu o maluco do Marival, com o uniforme encharcado, já correndo de volta pro ônibus. Subiu pela porta traseira, pulou a roleta, sentou-se no banco e, sob o olhar espantado dos mais de oitenta passageiros que lotavam o ônibus, gritou, tranquilo:
– Bora Chicão, agora pode tocar.
Fonte:
Ron Letta (Sammis Reachers). Rodorisos: histórias hilariantes
Ron Letta (Sammis Reachers). Rodorisos: histórias hilariantes
do dia-a-dia dos Rodoviários.
São Gonçalo: Ed. do Autor, 2021.
Livro enviado pelo autor.
São Gonçalo: Ed. do Autor, 2021.
Livro enviado pelo autor.
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