Visto meus dias de inverno
E nas noites hiberno
Pensando calorosamente em ti.
Desembrulho os sonhos guardados
Repisando cada minuto ao teu lado passado
E a esperança
Brota de novo em mim.
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Ao tocar-me,
A pele da minh'alma se arrepia.
Não conto os anos
Saboreio cada dia,
Eternizando o nosso amor
Com muita alegria.
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Basta ver pela aparência
Que a minha carência
Coube sob medida
No recorte do teu colo.
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Depois de tantos desenganos
Fui pulando os anos
Deixando a casca ficar grossa
Com o ardor do sol.
Me embrenhei pelo deserto
Escolhi não ter ninguém por perto
Num tuaregue errante me tornei.
Meus passos o vento varre
Mas o amor feito miragem
Me ordena a prosseguir.
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Emoldurado
Guardei meu sorriso
Pois quem sabe
Encontre abrigo
Nas paredes do teu coração.
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Lá vem o caranguejo
Pra plateia jogando beijo
No desfile do jacaré,
É, é, é!
Responda quem souber:
Será que o jacaré
Tem um Wi-Fi no seu boné?
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Lembranças...
Nas flores antigas
Páginas amareladas
De lágrimas manchadas
Cartas de amor.
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Matinalmente
Vestido de poesia
O colibri
Faz a sua serenata.
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Na poeira cósmica
Com o dedo,
Eu te amo escrevi
Quem sabe assim
O Universo compreenda
E traga você pra mim.
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Nasceu flor
Mas no jardim
Não floriu
Foi no silêncio da mata
Que por encanto de fada
A cor da sua alma
Desabrochou.
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No colorido das luzes
Em vão procurei
O sorriso do dono da festa.
E ao espiar pela fresta
Minh'alma continuava vazia,
No pinheirinho iluminado
E nos pacotes de sonhos embrulhados
Em vão procurei
O sorriso do dono da festa.
Na vacilante chama da vela
Que dançava com o vento vindo da janela
Encontrei uma fé que ardia.
E nas sombras projetadas
Na velha parede carcomida
Mãos postas em prece agradecia
Foi ali, com lágrimas nos olhos,
Que encontrei o sorriso do dono da festa.
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Pintei
Minh'alma de Poesia
Deixei depressa
Escorrer o dia
Pra que à noite com calmaria
Em sonhos, ao menos,
Pudesse te ver.
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Segui,
Mesmo às cegas,
Sentindo o cheiro da tua luz
Que n'algum lugar do mundo
Em chamas ardia
A me procurar.
Náufrago não sou mais,
Pois o brilho do teu sorriso
Me mostra a direção
Neste vasto mar.
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Fonte> Daniel Maurício. Gotas Poéticas. São Carlos/SP: Pedro & João Ed., 2021. Enviado pelo poeta.
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