MOTE:
À noite, pousando o olhar
no leito em que o mar desmaia,
vejo um raio de luar
cobrindo a nudez da praia.
Adilson S. Maia
Rio de Janeiro/RJ
GLOSA:
À noite, pousando o olhar
nesse mar que eu amo tanto,
eu me ponho a imaginar
e escuto um doce acalanto!
Muito amor podemos ver,
no leito em que o mar desmaia,
e é difícil descrever
esse amor que o mar espraia!
A beleza está no ar
e, num prateado bonito,
vejo um raio de luar
chegando lá do infinito!
Esse luar que aparece
e que fica de atalaia,
carinhosamente desce,
cobrindo a nudez da praia.
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A PRAIA DORME AO LUAR
MOTE:
É noite… A praia vencida
pelas carícias do mar,
se entrega ao sono, envolvida
numa réstia de luar.
Elen Novaes Félix
Barra do Piraí/RJ, 1946 - 2015, Niterói/RJ
GLOSA:
É noite... A praia vencida,
depois de ganhar mil beijos,
fica até, meio perdida,
em meio ao mar de desejos!
Fortemente acariciada
pelas caricias do mar,
sente-se, a praia, cansada,
cansada de tanto amar!
Pede, então, uma guarida.
Caindo em sono profundo,
se entrega ao sono, envolvida,
no maior sonho do mundo!
E se enrola, tão dengosa,
no sonho que está a sonhar,
que tem sua luz preciosa
numa réstia de luar.
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CASTELOS...
MOTE:
Castelos de areia erguidos
na praia do sentimento,
duram mais que os construídos
com tijolos e cimento!!!
Izo Goldman
Porto Alegre/RS, 1932 – 2013, São Paulo/SP
GLOSA:
Castelos de areia erguidos
com alicerces de amor,
jamais serão destruídos
pelas vazantes da dor!
Quando feitos com ternura
na praia do sentimento,
trarão somente ventura
e jamais o sofrimento!
Com algas verdes, vestidos,
os castelos da emoção
duram mais que os construídos
sem alma e sem coração!
Nesses castelos da sorte,
vivamos nosso momento,
pois nenhum será mais forte
com tijolos e cimento!!!
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CAIS DA SOLIDÃO...
MOTE:
Esta saudade que aporta
no meu cais de solidão...
me lembra uma praia morta,
onde a lua brilha em vão...
Maria Lua
Nova Friburgo/RJ
GLOSA:
Esta saudade que aporta
que chega, assim, devagar,
é malvada, nem se importa,
se com ela vou chorar!
Ela ancora todo o dia
no meu cais de solidão,
me faz triste, e angustia
meu sofrido coração!
Saudade, não reconforta,
pois sempre, em sua tristeza,
me lembra uma praia morta,
que perdeu toda a beleza!
Até o luar fica triste
quando se perde a ilusão...
Eu sinto que nada existe
onde a lua brilha em vão…
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PASSARELAS
MOTE:
As praias que são tão belas
quando o sol as incendeia,
transformam-se em passarelas
feitas de espuma e de areia!
Orlando Brito
Niterói/RJ, 1927 – 2010, São Luís/MA
GLOSA:
As praias que são tão belas
enfeitam o nosso dia,
quais bonitas aquarelas
pintadas com maestria!
Estremecem de prazer
quando o sol as incendeia,
nós quase as podemos ver,
fazendo amor com a sereia!
Chega o verão! Todas elas
ganham mais beleza ainda,
transformam-se em passarelas
de uma festa que não finda!
Passarelas diferentes
na maré baixa, ou na cheia,
são coloridas e quentes,
feitas de espuma e de areia!
Fonte: Gislaine Canales. Glosas Virtuais de Trovas XXII. In Carlos Leite Ribeiro (produtor) Biblioteca Virtual Cá Estamos Nós. http://www.portalcen.org. Novembro de 2004.
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