sábado, 5 de novembro de 2011

Nilton Manoel (No Compasso das Trovas)


A vida com seus mistérios
mostra-nos e muito bem
que, no Poder homens sérios,
são sérios se lhes convém.

Gostava tanto de pão,
que casou com o Zé da Massa;
coitada vive na mão,
sempre só triste e sem graça.

No circo da vida explode
o que a vida sempre dá:
um é pipoca se pode;
o outro, apenas piruá!

Do homem a pior desgraça
é casar com mulher burra;
a vida todinha passa,
na pior, de surra em surra.

Na feira da corrupção
dois produtos têm destaque:
-laranja na execução;
pepino na hora do baque!

Bom de boca, o Zé Boquinha,
sustenta toda a família...
Aqui... emprego não tinha!
vira-se bem em Brasília.

Depois que a polícia veio
acabou todo o mistério;
Gemidos (que eram de dois)
sumiram do cemitério.

Meu filho só dá trabalho...
diz, na escola, o pai irado!
e o mestre olhando o pirralho...
por isto estou empregado!

Canta o galo, nasce o dia!
do chão da praça o sem nome,
põe num canto a moradia,
para lutar contra a fome.

Casa velha, quanto encanto!
tem cobras, cupins, lagartos...
uma história em cada canto
e fantasmas pelos quartos.

Fortaleza é o pobre honesto
ante as tentações da vida;
Quem planta,colhe e de resto
deixa a rota mais florida.

Os teus olhos patrocinam
pensamentos variados;
todos aqueles que animam
os sonhos dos namorados.

Fonte:
Trovas enviadas pelo autor

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