segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Mário Quintana (Data e Dedicatória)

Teus poemas, não os dates nunca...  Um poema
Não pertence ao Tempo... Em seu país estranho,
Se existe hora, é sempre a hora estrema
Quando o anjo Azrael nos estende ao sedento
Lábio o cálice inextinguível...
Um poema é de sempre, Poeta:
O que tu fazes hoje é o mesmo poema
Que fizeste em menino,
É o mesmo que,
Depois que tu te fores,
Alguém lerá baixinho e comovidamente,
A vivê-lo de novo...
A esse alguém,
Que talvez ainda nem tenha nascido,
Dedica, pois, os teus poemas.
Não os dates, porém:
As almas não entendem disso...

Fontes:
"Baú de Espantos", 4ª ed., Editora Globo, SP
Imagem = http://www.tempodepoesia.name

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