sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Carla Rejane Silva (Os Encantos da Nova Casa)


Mudei de casa, ou melhor, de apartamento. Estou, agora, em um maior. Quatro quartos, dois banheiros, uma sala enorme, cozinha espaçosa, área de serviço e pasmem, duas portas de entrada independentes. Como não tenho essas frescuras de superstições (a doença do Roberto Carlos), posso entrar por uma porta e sair pela outra, sem problemas.

Ou entrar pela outra e sair por uma, que dá no mesmo. Ou, no pior das loucuras, entrar e e sair pelas duas, ao mesmo tempo. O apartamento anterior era confortável, não nego. Dois quartos, uma cozinha pequena, um banheiro cheio de vazamentos, além das persianas que guarneciam os quartos e a sala estarem quebradas.

Falei diversas vezes no escutador de novelas da proprietária e ela nada de mandar arrumar os trocinhos quebrados. Tem gente que só quer ganhar (venha a nós o vosso reino...), ou grosso modo, meter o dinheiro do aluguel no bolso e o resto que se dane. Cuidar do patrimônio, para certas pessoas, representa o mesmo que ‘neca de pitibiriba’, ou seja, não representa coisa nenhuma.

Apesar desses entraves, eu me conformava, ia levando, empurrando com a barriga... Todavia, questão de uma semana atrás,  tive uma razão muito forte  que me fez mudar de ideia e entregar o imóvel à senhora dona Mão de Vaca. A vinda de minha filha Larissa e meu genro Artur, de Patrocínio, nas Minas Gerais, de mala, cuia, papagaio, gato, cachorro e outros bichos.

O fato é que esse evento contribuiu, sobremaneira, para eu chutar o pau da barraca e tomar a decisão de mudar imediatamente de endereço. Graças ao bom e amado Deus, a nova residência está encostada à outra (a antiga), embora seja em prédios diferentes. Outro detalhe: saí de um terceiro andar enervante para um segundo, com menos degraus para se galgar  até o novo portal do apê.

Estou feliz e realizada. Acho até que remocei uns vinte anos. Nessa nova casa eu terei meu quarto independente, minha filha e genro o quarto deles e o espaço, como um todo, praticamente quadruplicou. No mesmo pé, os móveis terão mais  clima de amplidão, podendo ficar mais desenvoltos nos ambientes, e sem estarem colados uns aos outros.

Já nem vou falar no piso de todos os cômodos, que me agradou deveras, ao contrário do chão anterior que, mesmo encerado e dado o brilho devido, deixava a casa às escuras e os móveis entristecidos, sem as matizes aconchegantes da felicidade. Loft novo, vida nova, ares benfazejos renovados. Tudo a contento. É o recomeço da alegria se reinventando.

Diria mais: vislumbro o início de uma nova e duradoura caminhada. O horizonte logo ali adiante, se abre numa linha infinda e inimaginavelmente abissal e eu, agora, posso dizer, sem medo de errar, que sou feliz e realizada. Resta, agradecer à Deus por mais esta oportunidade obtida em minha vida. SOU FELIZ. Viva euuuuuu!

Fonte:
Texto enviado por Aparecido Raimundo de Souza.

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