quarta-feira, 13 de abril de 2022

Silmar Böhrer (Croniquinha) 51

Domingo, tarde amena, sol radioso, saio a caminhar. Aos costumes de duas décadas, a arrecova leva os ingredientes do andar nosso de cada dia - papel, caneta e celular para fotos.

O trecho e o imaginário têm nuances, tonalidades, cores há tempo conhecidas na constância dos andares por estas veredas. Mas de vez em quando o constante muda alguma coisa, como acontece no mês de março.

Mudança de estação. O calorão passou, flores murcharam, o ambiente colorido do verão dá margem a novos matizes, folhas caem, outros frutos surgem.

Assim é que no caminho da bica d'água fui surpreendido e presenteado com os primeiros pinhões deste ano. E vieram bem cedo. E já maduros. E pus-me a juntar a boa-nova, os quarenta e oito pinhões que despencaram dá pinha lá no alto. Escurinhos. No ponto.

Noitinha já quando sementes da araucária foram para a chapa quente, satisfazendo os primeiros desejos de uma sapecada, aquela que traz de novo a culinária tradicional do sul para as casas, os ranchos do interior, as sapecadas com grimpas junto aos pinheiros.

Nem precisamos comentar que é sempre delicioso um pinhão com sabores e odores de cinza, fumaça e carvãozinho no local da colheita.

Fonte:
Texto enviado pelo autor.

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