“Expor-se na vitrina é bonito, desde que você esteja consciente de que a qualquer momento pode levar uma estilingada”... O escritor e ex-deputado Antonio Facci costumava citar essa frase ao lembrar que escrever para o público é um ato de coragem. Ter ideias próprias sobre o mundo, as pessoas e os acontecimentos é importante e ótimo, porém relativamente fácil. Difícil é assumir o risco de expressar abertamente essas ideias.
Falando ou escrevendo, num discurso, numa palestra, numa entrevista, num romance, num poema, num artigo para jornal ou revista, o autor tanto pode ser aplaudido quanto pode ser alvo de crítica ou de contestação.
Decerto haverá ouvintes e leitores que receberão costumeiramente com simpatia as suas publicações. Mas haverá também quem, por algum motivo, justo ou não, tenderá a achar defeitos nas suas falas ou nos seus escritos. A vida é assim, e é bom que assim seja, visto que assim você tomará mais cuidado no que expuser ao público.
Facci sabia das coisas. Durante os oito anos em que foi presidente da Academia de Letras de Maringá, chamou repetidas vezes a atenção dos colegas para as responsabilidades de quem sonha ser escritor: “Vocação você tem, competência para escrever já demonstrou que também tem; todavia o que de fato lhe dá o direito de se apresentar como escritor é a coragem de mostrar publicamente aquilo que escreve”.
Numa cidade como a nossa há centenas de pessoas capazes de compor um texto certinho, com as palavras grafadas corretamente, as frases bem concatenadas, concordância impecável etc. e tal. Tais pessoas, por certo, hão de ter também muito conteúdo útil a ser compartilhado. Então o que falta para que divulguem suas ideias e experiências?
Antigamente, a não ser que o autor pagasse do próprio bolso para imprimir um livro, havia a necessidade de encontrar uma editora que aceitasse lançar escritores desconhecidos. Ou achar um diretor de jornal ou revista que acolhesse artigos ou crônicas de novatos. Porém hoje ninguém depende de ninguém para mostrar ao público o que produz. A internet está aí para isso, e é praticamente de graça. Basta você redigir o texto e postar no facebook. Se for um romance, um álbum de poemas, uma coletânea de contos, até mesmo um tratado, pode montar em forma de e-book e mandar ver.
Daí que, de agora em diante, para ser escritor, bastam duas condições: escrever a obra e criar coragem para mostrá-la ao público, sujeitando-se a pelo menos quatro possíveis reações: 1. aplauso; 2. aceitação com reparos; 3. contestação; ou 4. indiferença. Seja lá qual for o resultado, vale a pena publicar.
Ou seja: se você tem o que dizer e sabe como fazê-lo, bote pra fora o seu recado.
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(Crônica publicada no Jornal do Povo – Maringá – 31-3-2022)
Falando ou escrevendo, num discurso, numa palestra, numa entrevista, num romance, num poema, num artigo para jornal ou revista, o autor tanto pode ser aplaudido quanto pode ser alvo de crítica ou de contestação.
Decerto haverá ouvintes e leitores que receberão costumeiramente com simpatia as suas publicações. Mas haverá também quem, por algum motivo, justo ou não, tenderá a achar defeitos nas suas falas ou nos seus escritos. A vida é assim, e é bom que assim seja, visto que assim você tomará mais cuidado no que expuser ao público.
Facci sabia das coisas. Durante os oito anos em que foi presidente da Academia de Letras de Maringá, chamou repetidas vezes a atenção dos colegas para as responsabilidades de quem sonha ser escritor: “Vocação você tem, competência para escrever já demonstrou que também tem; todavia o que de fato lhe dá o direito de se apresentar como escritor é a coragem de mostrar publicamente aquilo que escreve”.
Numa cidade como a nossa há centenas de pessoas capazes de compor um texto certinho, com as palavras grafadas corretamente, as frases bem concatenadas, concordância impecável etc. e tal. Tais pessoas, por certo, hão de ter também muito conteúdo útil a ser compartilhado. Então o que falta para que divulguem suas ideias e experiências?
Antigamente, a não ser que o autor pagasse do próprio bolso para imprimir um livro, havia a necessidade de encontrar uma editora que aceitasse lançar escritores desconhecidos. Ou achar um diretor de jornal ou revista que acolhesse artigos ou crônicas de novatos. Porém hoje ninguém depende de ninguém para mostrar ao público o que produz. A internet está aí para isso, e é praticamente de graça. Basta você redigir o texto e postar no facebook. Se for um romance, um álbum de poemas, uma coletânea de contos, até mesmo um tratado, pode montar em forma de e-book e mandar ver.
Daí que, de agora em diante, para ser escritor, bastam duas condições: escrever a obra e criar coragem para mostrá-la ao público, sujeitando-se a pelo menos quatro possíveis reações: 1. aplauso; 2. aceitação com reparos; 3. contestação; ou 4. indiferença. Seja lá qual for o resultado, vale a pena publicar.
Ou seja: se você tem o que dizer e sabe como fazê-lo, bote pra fora o seu recado.
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(Crônica publicada no Jornal do Povo – Maringá – 31-3-2022)
Fonte:
Texto enviado pelo autor.
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