— Tu vais compor uma música pra mim! E só pra mim!
— Como vive dizendo o meu avô: — Que marmota é esta?
— Marmota nenhuma, meu anjo bom, mereço e mais que mereço por ter que te aturar tanto!
— Que tal a letra: Vamos para Itaipava tomar cerveja e escutar música sertaneja?
— Cretino, que letra horrível!
— Que horas são, minha querida amada?
— Por quê?
— Saudades da nobre Dama do aspirador de pó, ora essa!
E o som, que parecia ser de uma turbina de avião a jato, toma conta no ambiente, um estrondo que veio da casa ao lado! Veio acompanhado de a uma cantoria esganiçada, um sucesso descartável do carnaval soteropolitano do ano passado!
Era sempre assim, quando Clarisse Cristal recebia o namorado para passar a noite em casa. A vizinha, parente distante de Clarisse coloca o aparelho doméstico para funcionar ao máximo, pela manhã bem cedo. Faça chuva ou faça sol, independente do dia da semana, sempre assim.
O som estridente vinha junto um martelar infernal, de notas desafinadas de um sucesso instantâneo e descartável qualquer, de uma música popular. E ambos eram acordados pela sinfonia estridente pós-modernista da querida vizinha ao lado. Trazia-os assim, para a dura realidade em que viviam, depois de uma noite de amor.
Antônio, que é músico, poeta e compositor de profissão e se divertia muito com a cara amarrada da namorada, toda a vez que eram acordados com o abrupto som infernal, que variava entre as cinco e seis horas da manhã.
— Sai ou não sai Toninho, a minha música? A minha ode divina, compasso com acordes quatro por quatro com solos de guitarra, baixo estalando, vocal estridente e bateria a mil por hora.
— Vocal power metal creio eu, com passagens de flautas, celos, pianos e violinos!
— Não esqueça de colocar a tal marmota, meu amor! Um vocal speed metal já basta!
Um silêncio mortal se abateu entre o jovem casal depois do diálogo nada frugal. Antônio sabia que ela viria com uma letra da música e depois ele que se virasse para compor a pequena sinfonia em homenagem a sua amada musa.
Os dois se entreolharam e se beijaram ardentemente enquanto lá fora a vida acordava aos poucos. A cantoria e o aspirador de pó que davam o tom, não demoraram a chegar. E assim seria mais um dia na pequena agrovila poeirenta e atrasada.
— Como vive dizendo o meu avô: — Que marmota é esta?
— Marmota nenhuma, meu anjo bom, mereço e mais que mereço por ter que te aturar tanto!
— Que tal a letra: Vamos para Itaipava tomar cerveja e escutar música sertaneja?
— Cretino, que letra horrível!
— Que horas são, minha querida amada?
— Por quê?
— Saudades da nobre Dama do aspirador de pó, ora essa!
E o som, que parecia ser de uma turbina de avião a jato, toma conta no ambiente, um estrondo que veio da casa ao lado! Veio acompanhado de a uma cantoria esganiçada, um sucesso descartável do carnaval soteropolitano do ano passado!
Era sempre assim, quando Clarisse Cristal recebia o namorado para passar a noite em casa. A vizinha, parente distante de Clarisse coloca o aparelho doméstico para funcionar ao máximo, pela manhã bem cedo. Faça chuva ou faça sol, independente do dia da semana, sempre assim.
O som estridente vinha junto um martelar infernal, de notas desafinadas de um sucesso instantâneo e descartável qualquer, de uma música popular. E ambos eram acordados pela sinfonia estridente pós-modernista da querida vizinha ao lado. Trazia-os assim, para a dura realidade em que viviam, depois de uma noite de amor.
Antônio, que é músico, poeta e compositor de profissão e se divertia muito com a cara amarrada da namorada, toda a vez que eram acordados com o abrupto som infernal, que variava entre as cinco e seis horas da manhã.
— Sai ou não sai Toninho, a minha música? A minha ode divina, compasso com acordes quatro por quatro com solos de guitarra, baixo estalando, vocal estridente e bateria a mil por hora.
— Vocal power metal creio eu, com passagens de flautas, celos, pianos e violinos!
— Não esqueça de colocar a tal marmota, meu amor! Um vocal speed metal já basta!
Um silêncio mortal se abateu entre o jovem casal depois do diálogo nada frugal. Antônio sabia que ela viria com uma letra da música e depois ele que se virasse para compor a pequena sinfonia em homenagem a sua amada musa.
Os dois se entreolharam e se beijaram ardentemente enquanto lá fora a vida acordava aos poucos. A cantoria e o aspirador de pó que davam o tom, não demoraram a chegar. E assim seria mais um dia na pequena agrovila poeirenta e atrasada.
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Texto enviado pelo autor.
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