Clausura
Poemas sem voz
trancados nas gavetas,
Pedaços de mim,
aprisionados
em gritos
sufocados.
Cada poema
sem ar, trancafiado,
é o meu próprio
assassinato!
****************************************
Confusão
Meus caminhos confundidos
em múltiplas encruzilhadas
foram todos roubados ou perdidos.
Fico parada sem ter para onde ir
com rainhas lembranças requentadas
e saudades não sei de quê.
****************************************
Explicação
Procurando motivos
para explicar a vida
não entendo as justificativas.
Não acho explicações adequadas
aos sofrimentos e dissabores
que atingem os homens
em seu estágio terreno.
A caminhada é árdua.
Valerá a pena?
****************************************
Naufrágio
O meu navio
não encontra porto
e, jogado ao léu pela corrente,
vai se perdendo
no meio da intempérie.
Sem destino vagueia
e de encontro à rocha indiferente
acaba destroçado
até que, à deriva,
fica perdido no fundo do oceano.
****************************************
Silêncio
O silêncio, pleno de sentidos,
ressoa eloquente.
Protesto, acusação,
completam o diálogo
ou representam a omissão.
O silêncio é resposta, é resistência
ou será renúncia?
É desafio,
com múltiplos significados?
O silêncio imposto
pela sociedade,
pela subalternidade,
pela desigualdade,
deixa marcas,
traumatismos delirantes,
vivências constantes.
****************************************
Tempo
O olhar embaçado
pela névoa do tempo
oculta as tristezas
que se tornam menores,
pouco a pouco
amenizadas.
As alegrias também esmaecem
e transformam-se
em situações corriqueiras.
É a vida que se esvai,
gota a gota,
devagarinho.
Fonte:
Cecy Barbosa Campos. Versos perplexos. Juiz de Fora/MG: Editar Editora Associada, 2019.
Livro enviado pela poetisa.
Poemas sem voz
trancados nas gavetas,
Pedaços de mim,
aprisionados
em gritos
sufocados.
Cada poema
sem ar, trancafiado,
é o meu próprio
assassinato!
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Confusão
Meus caminhos confundidos
em múltiplas encruzilhadas
foram todos roubados ou perdidos.
Fico parada sem ter para onde ir
com rainhas lembranças requentadas
e saudades não sei de quê.
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Explicação
Procurando motivos
para explicar a vida
não entendo as justificativas.
Não acho explicações adequadas
aos sofrimentos e dissabores
que atingem os homens
em seu estágio terreno.
A caminhada é árdua.
Valerá a pena?
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Naufrágio
O meu navio
não encontra porto
e, jogado ao léu pela corrente,
vai se perdendo
no meio da intempérie.
Sem destino vagueia
e de encontro à rocha indiferente
acaba destroçado
até que, à deriva,
fica perdido no fundo do oceano.
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Silêncio
O silêncio, pleno de sentidos,
ressoa eloquente.
Protesto, acusação,
completam o diálogo
ou representam a omissão.
O silêncio é resposta, é resistência
ou será renúncia?
É desafio,
com múltiplos significados?
O silêncio imposto
pela sociedade,
pela subalternidade,
pela desigualdade,
deixa marcas,
traumatismos delirantes,
vivências constantes.
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Tempo
O olhar embaçado
pela névoa do tempo
oculta as tristezas
que se tornam menores,
pouco a pouco
amenizadas.
As alegrias também esmaecem
e transformam-se
em situações corriqueiras.
É a vida que se esvai,
gota a gota,
devagarinho.
Fonte:
Cecy Barbosa Campos. Versos perplexos. Juiz de Fora/MG: Editar Editora Associada, 2019.
Livro enviado pela poetisa.
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