sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Daniel Maurício (Devaneios Poéticos) – 8 –


A alma
É uma centelha de D'us
Que em nós habita.
E quando saudosa
Faminta suplica
Pela Árvore da Vida
Que com o seu fruto
A mantém
Imortal.
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A insônia
Roncava tão alto
Que não me deixava dormir.
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As aspas
São caspas
Nas cabeças
Das palavras.
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Ela
Bebeu tanta solidão
Que embriagou-se
Com meia taça
De carinho.
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Emotiva
Ela era de choro fácil.
Acho que tinha as lágrimas
Aninhadas nos caracóis
Dos cabelos das nuvens.
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Londres...
O teu céu cinza
Veste o meu olhar
Que vai buscar estrelas.
Estrelas... até brilham nos postes
Mas não nos meus olhos saudosos.
Passos apressados...
Acho que é a liberdade que corre
E todos vão atrás.
Triste, meu peito-gaiola
Aprisiona o pardal irrequieto,
Que agora discreto
Engoliu seu canto
Pra não se perder entre a multidão.
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Meus pensamentos
São barcos que me levam
A lugares,
Em que talvez,
Meus pés não possam ir.
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Na memória,
A balança ainda balança
A Ciranda cirandinha ainda se canta,
Passa-se o anel
E a peteca sobe até ao céu
Voando penas nos meus olhos.
E a bola no campinho
Ainda se disputa com brigas
Mas também com muito carinho,
Entre os meninos
Que eram mais do que irmãos.
Corre solta a saudade louca
Dos jogos de bets,
Pega-pega, cabra-cega,
Mocinho e ladrão.
Queima em meu peito
As brincadeiras de queimadas,
Pique-latinha, esconde-esconde,
Arco e flecha e até de espadas.
Onde será que a alegria de outrora se esconde
Pois já não tem os grandes quintais
E pra pular corda nem tem mais onde.
De figurinhas, vazios estão meus bolsos
Cheios mesmo só meus olhos
Dessas menenices
Que guardo no coração.
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Nas luzes de Manhattan
Embriagam-se meus olhos.
Ao som de uma música azul,
Bebo as estrelas
Numa taça borbulhante.
A ausência de um amor
Com letras maiúsculas,
Arde o meu peito.
E pelas ruas noite a dentro,
Sedento,
Tão cioso me reinvento.
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O resto do amor antigo
Para o próximo
Não se aproveita.
Esvaziar a casa é preciso
Para de amor
Fazer nova colheita.

Um comentário:

Irene disse...

Amei!!! Parabéns, Daniel!!!