AUTO-RETRATO
Preciso confessar que não a quero
por simples desabafo ou desagrado;
e procurando ao menos ser sincero
comigo mesmo o coração magoado.
Se nada tive e tudo ainda espero,
mais infeliz fora não ter cantado
o amor inatingível que venero
num misto de virtude e de pecado.
Alguém irá dizer, é bem provável,
que sou um sonhador, que vivo abstrato
no mundo da ilusão desagradável...
porquanto transformei a minha vida
num esboço qualquer, o auto-retrato
de uma pessoa a mim desconhecida.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
DESEJO ALGOZ
Não quisera perder e nem estar perdido
quando me vejo a sós em meio à multidão,
à procura de alguém, o amor desconhecido
que pode ser real ou simples ilusão...
Talvez há de surgir qual um fruto proibido
numa tarde banal na minha solidão,
e se concretizar ao ser correspondido
ou morrer infeliz, só na imaginação...
Triste desejo algoz que tem me torturado
com tanta intensidade e não posso esquecer,
como se eu fosse assim um pária condenado
cujo destino seja apenas padecer...
Bani-lo de minh' alma em vão tenho tentado,
vive dentro de mim, faz parte do meu ser.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
MINHA POESIA
Minha poesia desprendeu-se inútil
de um amor importuno de quimeras
que mais incompreendido do que fútil
pereceu esperando primaveras.
Oh! Jorge dá-me a Túnica Inconsútil,
quero fugir do mundo e suas feras
que o céu brilhante há de entregar-me dúctil
a pedra que foi rígida deveras.
Quanta esperança caminhou comigo
e não pude afastar este castigo
de prever coisas belas pela frente;
e tarde vejo todos os desejos
se transformarem nestes meus solfejos
que ferem fundo o coração da gente.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
SONETO AO SOL
Nesta tarde sem chuva até parece
que a claridade abraça nossa Terra,
o sol risonho aos poucos se descerra
e alegremente brilha e resplandece...
Oh! Rei dos Astros, quanta luz encerra
tua mensagem pura como a prece,
minh'alma consternada te agradece
a paz que trazes afastando a guerra !
Fugindo ao teu calor, buscando as águas,
a Humanidade olvida suas mágoas
e vai achar sossego à beira-mar...
Fazes crescer a planta com carinho
que produz folha, flor e até o espinho;
e as folhagens enfeitando o Lar.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
SONETO DA VIDA
Esperar novamente que amanheça
e começar a lida novamente,
sentir nos lábios um tremor descrente
e ideias revoltadas na cabeça...
Ter a vida já côncava e avessa,
nos membros um cansaço irreverente
e ter anseios de seguir em frente,
sem medo de que a nave lhe pereça...
Estar ausente de quem muito se ama,
levar no coração acesa chama
que abrase o corpo todo de calor
e lance irradiações ao semelhante,
é uma coragem de valor tocante
que não compreende quem não sente amor...!
Preciso confessar que não a quero
por simples desabafo ou desagrado;
e procurando ao menos ser sincero
comigo mesmo o coração magoado.
Se nada tive e tudo ainda espero,
mais infeliz fora não ter cantado
o amor inatingível que venero
num misto de virtude e de pecado.
Alguém irá dizer, é bem provável,
que sou um sonhador, que vivo abstrato
no mundo da ilusão desagradável...
porquanto transformei a minha vida
num esboço qualquer, o auto-retrato
de uma pessoa a mim desconhecida.
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DESEJO ALGOZ
Não quisera perder e nem estar perdido
quando me vejo a sós em meio à multidão,
à procura de alguém, o amor desconhecido
que pode ser real ou simples ilusão...
Talvez há de surgir qual um fruto proibido
numa tarde banal na minha solidão,
e se concretizar ao ser correspondido
ou morrer infeliz, só na imaginação...
Triste desejo algoz que tem me torturado
com tanta intensidade e não posso esquecer,
como se eu fosse assim um pária condenado
cujo destino seja apenas padecer...
Bani-lo de minh' alma em vão tenho tentado,
vive dentro de mim, faz parte do meu ser.
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MINHA POESIA
Minha poesia desprendeu-se inútil
de um amor importuno de quimeras
que mais incompreendido do que fútil
pereceu esperando primaveras.
Oh! Jorge dá-me a Túnica Inconsútil,
quero fugir do mundo e suas feras
que o céu brilhante há de entregar-me dúctil
a pedra que foi rígida deveras.
Quanta esperança caminhou comigo
e não pude afastar este castigo
de prever coisas belas pela frente;
e tarde vejo todos os desejos
se transformarem nestes meus solfejos
que ferem fundo o coração da gente.
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SONETO AO SOL
Nesta tarde sem chuva até parece
que a claridade abraça nossa Terra,
o sol risonho aos poucos se descerra
e alegremente brilha e resplandece...
Oh! Rei dos Astros, quanta luz encerra
tua mensagem pura como a prece,
minh'alma consternada te agradece
a paz que trazes afastando a guerra !
Fugindo ao teu calor, buscando as águas,
a Humanidade olvida suas mágoas
e vai achar sossego à beira-mar...
Fazes crescer a planta com carinho
que produz folha, flor e até o espinho;
e as folhagens enfeitando o Lar.
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SONETO DA VIDA
Esperar novamente que amanheça
e começar a lida novamente,
sentir nos lábios um tremor descrente
e ideias revoltadas na cabeça...
Ter a vida já côncava e avessa,
nos membros um cansaço irreverente
e ter anseios de seguir em frente,
sem medo de que a nave lhe pereça...
Estar ausente de quem muito se ama,
levar no coração acesa chama
que abrase o corpo todo de calor
e lance irradiações ao semelhante,
é uma coragem de valor tocante
que não compreende quem não sente amor...!
Fonte:
www.sonetos.com. Acesso em 15.01.2016. (site fora do ar)
www.sonetos.com. Acesso em 15.01.2016. (site fora do ar)
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