segunda-feira, 30 de maio de 2022

Gislaine Canales (Glosas Diversas) XLIV

ABRAÇO VAZIO


MOTE:
Quando em meus braços te aperto
numa ternura sem fim,
eu sinto que mesmo perto
tu ficas longe de mim.
Clênio Borges
(Porto Alegre/RS)


GLOSA:
Quando em meus braços te aperto
bate forte o coração
e inteira me desconcerto
com uma enorme emoção!

Terminam os meus cansaços
numa ternura sem fim,
na doçura dos abraços
que em sonhos, tu dás a mim!

Mas sendo meu sonho incerto,
ser feliz eu não consigo,
eu sinto que mesmo perto
tu jamais estás comigo!

Eu sinto angústia, até quando
estamos juntos, enfim...
É que, mesmo me abraçando,
tu ficas longe de mim.
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METADE?

MOTE:
Metade da minha vida
eu passei sozinha, assim,
numa ilusão já perdida
sem você perto de mim.

Dalvina Fagundes Ebling
(Cruz Alta/RS, ?? – 2020)


GLOSA:
Metade da minha vida
pensei em você, meu bem...
N’outra metade vivida,
pensei em você, também!

Pensando, sempre pensando
eu passei, sozinha, assim,
você, de mim, se afastando
aproximou o meu fim!

Minha lágrima caída
formou um lago de dor,
numa ilusão já perdida
afogando o meu amor!

Não sei pra que respirar,
para que viver, enfim?
A vida vai terminar
sem você perto de mim.
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PARA ALGUÉM QUE PARTIU...

MOTE:
Deixando a terra em saudade,
lá no céu vive a bonança
de morar na eternidade
tão viva em nossa lembrança!

Elisabeth Souza Cruz
(Nova Friburgo/RJ)


GLOSA:
Deixando a terra em saudade,
para sempre, tu partiste
e, sem ti, felicidade
aqui, já não mais existe!

Mas a tua alma tão pura,
lá no céu vive a bonança
pois deixaste só ternura
para nós, em tua herança!

Acredito de verdade
que estás feliz, que estás bem,
de morar na eternidade
onde, um dia, irei também!

Só o teu corpo está ausente,
vivemos dessa esperança,
pois continuas presente
tão viva em nossa lembrança!
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LÁGRIMAS...

MOTE:
Lágrimas... triste verdade
de uma ausência permanente,
é o recesso da saudade
que fica dentro da gente.

Fernando Câncio Araújo
(Fortaleza/CE, 1922 – 2013)


GLOSA:
Lágrimas... triste verdade
são as vertentes da dor
onde vemos a maldade
escondendo até o amor!

Sentimos forte presença
de uma ausência permanente,
e nossa esperança e crença
fogem repentinamente!

Enfrento a realidade
no pranto que jorra triste,
é o recesso da saudade,
de um algo que, ainda, existe!

É uma lembrança real,
é o passado, no presente,
é uma marca sem igual
que fica dentro da gente.
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VOCÊ.. NO MEU SONHO!...

MOTE:
Cada vez que tenho um sonho,
formas, luzes, cores, som,
é você que lá eu ponho,
para o sonho ficar bom!

Fernando Vasconcelos
(Diamantina/MG, 1937 – 2010, Ponta Grossa)


GLOSA:
Cada vez que tenho um sonho,
sentindo você comigo,
eu fico feliz, risonho...
esse sonho é o meu amigo!

Me faço, então, diretor:
formas, luzes, cores, som.
Ponho um enredo de amor,
e música de bom tom!

Sonhando, não sou tristonho,
no palco do coração.
é você que lá eu ponho
e vibra minha emoção!

Realizo o meu desejo.
Saber ser feliz é um dom.
Eu lhe dou um grande beijo
para o sonho ficar bom!

Fonte:
Gislaine Canales. Glosas Virtuais de Trovas XXIV. In Carlos Leite Ribeiro (produtor) Biblioteca Virtual Cá Estamos Nós. http://www.portalcen.org. Março 2005.

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