quarta-feira, 18 de maio de 2022

Silmar Böhrer (Croniquinha) – 53

Ouvidor-mor? Não. Sou o mor ouvidor. E que delícia, e que ouvidos, e que ouvinte eu sou destes faladores, destes falares, das vozes da experiência, do conhecimento, da sabedoria.

Aquela saída para uma volta na quadra enseja momentos sempre desejados. Um amigo que há dias não se vê, uma criança querendo um livro, um passante que entabula conversa.

A audição fica mais aguçada quando se ouve os diaristas da arte de caminhar. Enquanto andam, desfiam bom papo, humorados, histórias e estórias que o tempo não paga.

Momentos fugazes, eternizados, de alguém livre do jugo do relógio, palavras ao vento, semeando conhecimentos de vida.

Bem-fazeres, aulas que não se tem em faculdades, professores da escola da vida borrifando as ideias de quem ouve, jorrando lições simples de bem viver, mostrando que a vida sempre foi feita de bebericos do saber que é oferecido.

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