A história de uma certa escrava branca chamada Isaura, que se passava nos primeiros anos do reinado de Dom Pedro II, numa fazenda de café do Rio de Janeiro, foi belamente desenvolvida pelo autor Bernardo Guimarães. E tem muitíssimo a ver com os acontecimentos dos dias atuais.
Isaura era filha da jovem mucama Juliana, com o bondoso feitor de pele branca, Miguel. Juliana era a serviçal favorita da matriarca Ester, dona da casa grande da fazenda. Mesmo assim, Juliana sentia – se incomodada com as insinuantes abordagens do Comendador Almeida, marido da generosa Ester. O patrão, vendo que suas investidas eram em vão, mandou a moça para a senzala. Lá, Juliana foi profundamente castigada, mas mesmo vivendo em meio a um verdadeiro inferno, ela se encanta por Miguel, com quem tem um romance e engravida. Muito maltratada, a jovem morreu após o parto. A matriarca adota a menina, que nasce com a pele alva feito neve, e que se chamaria Isaura. Ela cresce tendo direito à educação e, no futuro, torna-se uma jovem requintada, doce e dona do coração mais íntegro e puro que as pessoas daquela casa conheciam.
Isaura era feliz e sentia-se protegida naquele ambiente. Até que, Leôncio, o filho da matriarca, retorna da Europa, onde vivia. O rapaz, ao conhecê-la, instantaneamente apaixona-se por ela. E logo passa a assediá-la. A moça resiste às investidas. Até mesmo porque o jovem era noivo de uma jovem chamada Malvina. Contudo, a sua protetora vem a adoecer e morre. Com a morte de sua senhora, ela fica sob a proteção do carrasco Leôncio. E seguindo o destino que cada dia assemelhava–se mais com o destino da sua mãe, continua a resistir aos assédios. Com isso, vai para a senzala e lá passa por constantes castigos. Mas seu pai, que não trabalhava mais na fazenda, ressurge e foge com ela para Recife. Lá, Isaura conhece Álvaro, um rapaz rico, abolicionista, e que menospreza a escravidão. Quando sua vida parecia melhorar, Isaura, a convite de Álvaro, vai a uma festa da alta sociedade, onde é descoberta por um ambicioso estudante chamado Martinho, que em troca de alguns benefícios, a denuncia para o seu senhor que a captura. O tempo passa. Leôncio descobre–se falido. E sabe quem compra todos os seus bens, incluindo a própria escrava Isaura? Álvaro.
Desesperado, Leôncio se mata com um tiro na cabeça. E, enfim, a escrava branca é libertada e pode ser feliz sem nada a temer.
Essa famosa história, escrita em linguagem romântica, lançada no século XIX, nos remete a quadros atuais, onde a condição do ser feminino, em muitos lares e áreas de trabalho, ainda sofre com o assédio e com a violência de homens, que ainda insistem em se apropriarem das mulheres da maneira indescritível.
Em pleno 2022, ao abrirmos os jornais, ligar a TV ou acessar a internet, logo nos deparamos com essa triste realidade. Deve-se lançar um olhar mais carinhoso às escravas Isauras do século XXI. Pois é inadmissível pensar que justamente por não temerem passar por severas punições, tantos homens permaneçam insultando, assediando e até mesmo, matando mulheres.
Onde a justiça não se cumpre, irremediavelmente a violência entra e se farta!
Isaura era filha da jovem mucama Juliana, com o bondoso feitor de pele branca, Miguel. Juliana era a serviçal favorita da matriarca Ester, dona da casa grande da fazenda. Mesmo assim, Juliana sentia – se incomodada com as insinuantes abordagens do Comendador Almeida, marido da generosa Ester. O patrão, vendo que suas investidas eram em vão, mandou a moça para a senzala. Lá, Juliana foi profundamente castigada, mas mesmo vivendo em meio a um verdadeiro inferno, ela se encanta por Miguel, com quem tem um romance e engravida. Muito maltratada, a jovem morreu após o parto. A matriarca adota a menina, que nasce com a pele alva feito neve, e que se chamaria Isaura. Ela cresce tendo direito à educação e, no futuro, torna-se uma jovem requintada, doce e dona do coração mais íntegro e puro que as pessoas daquela casa conheciam.
Isaura era feliz e sentia-se protegida naquele ambiente. Até que, Leôncio, o filho da matriarca, retorna da Europa, onde vivia. O rapaz, ao conhecê-la, instantaneamente apaixona-se por ela. E logo passa a assediá-la. A moça resiste às investidas. Até mesmo porque o jovem era noivo de uma jovem chamada Malvina. Contudo, a sua protetora vem a adoecer e morre. Com a morte de sua senhora, ela fica sob a proteção do carrasco Leôncio. E seguindo o destino que cada dia assemelhava–se mais com o destino da sua mãe, continua a resistir aos assédios. Com isso, vai para a senzala e lá passa por constantes castigos. Mas seu pai, que não trabalhava mais na fazenda, ressurge e foge com ela para Recife. Lá, Isaura conhece Álvaro, um rapaz rico, abolicionista, e que menospreza a escravidão. Quando sua vida parecia melhorar, Isaura, a convite de Álvaro, vai a uma festa da alta sociedade, onde é descoberta por um ambicioso estudante chamado Martinho, que em troca de alguns benefícios, a denuncia para o seu senhor que a captura. O tempo passa. Leôncio descobre–se falido. E sabe quem compra todos os seus bens, incluindo a própria escrava Isaura? Álvaro.
Desesperado, Leôncio se mata com um tiro na cabeça. E, enfim, a escrava branca é libertada e pode ser feliz sem nada a temer.
Essa famosa história, escrita em linguagem romântica, lançada no século XIX, nos remete a quadros atuais, onde a condição do ser feminino, em muitos lares e áreas de trabalho, ainda sofre com o assédio e com a violência de homens, que ainda insistem em se apropriarem das mulheres da maneira indescritível.
Em pleno 2022, ao abrirmos os jornais, ligar a TV ou acessar a internet, logo nos deparamos com essa triste realidade. Deve-se lançar um olhar mais carinhoso às escravas Isauras do século XXI. Pois é inadmissível pensar que justamente por não temerem passar por severas punições, tantos homens permaneçam insultando, assediando e até mesmo, matando mulheres.
Onde a justiça não se cumpre, irremediavelmente a violência entra e se farta!
Fonte:
Texto enviado pela autora.
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