segunda-feira, 24 de abril de 2023

Gislaine Canales (Glosas Diversas) LIII

 VERSOS À CARA
 
MOTE:
Sem ter chicote nem vara,
manda-me a minha razão
atirar versos à cara
dos que me roubam o pão!
Antonio Aleixo
Vila Real de Santo Antonio/Portugal, 1899 – 1949, Loulé/França

GLOSA:
Sem ter chicote nem vara,
eu tento fazer justiça,
de uma forma simples, clara,
menosprezando a cobiça!
 
Pensando, assim, concentrado,
manda-me a minha razão
(por ser eu apaixonado)
responder com o coração.
 
É uma maneira bem rara,
revidando os malfeitores
atirar versos à cara,
transformando-os em leitores!
 
É com minha poesia
que os trarei de volta ao chão,
pondo fim a glutonia
dos que me roubam o pão!
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   NOSSOS VINHOS
 
MOTE:
 Andando pelos caminhos
da vida ao alvorecer,
lembrei-me de nossos vinhos,
bebidos ao bel prazer!
Carmen Pio
Porto Alegre/RS

GLOSA:
Andando pelos caminhos
do meu hoje, tão contente,
eu visto os sonhos de arminhos
e enfeito a vida da gente!
 
Eu sinto em mim, a fragrância
da vida ao alvorecer
que explode, então, nessa ânsia
de vontade de viver!
 
Recordações são carinhos
realizando desejos...
lembrei-me de nossos vinhos,
lembrei-me de nossos beijos!
 
Fiquei ébria de paixão,
ao recordar o beber
dos vinhos do coração,
bebidos ao bel prazer!
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   SEMEANDO ROSAS
 
MOTE:
Nas horas mais dolorosas,
teimosos, no seu lirismo,
há poetas semeando rosas
entre as rochas de um abismo!
Carolina Ramos
Santos/SP

GLOSA:
Nas horas mais dolorosas,
cheias de melancolia
surgem poesias preciosas
falando de nostalgia!
 
Os poetas, são assim,
teimosos, no seu lirismo,
à tristeza dão um fim,
num eterno sincronismo!
 
As aragens tão cheirosas
provam de um modo profundo:
há poetas semeando rosas
nos quatro cantos do mundo!
 
As rosas crescem faceiras
nascidas do romantismo,
entre campos e ladeiras,
entre as rochas de um abismo!
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   NOSSAS MANHÃS
 
MOTE:
De manhã, sugando amores,
nesses teus lábios de paz,
provo todos os sabores,
nos sabores que me dás.
Flávio Roberto Stefani
Porto Alegre/RS

GLOSA:
De  manhã, sugando amores,
teus carinhos divinais
têm o perfume das flores
e o gosto de quero mais!
 
Eu sacio os meus  desejos
nesses teus lábios de paz,
pois o néctar dos teus beijos,
meus anseios, satisfaz!
 
Eu vejo todas as cores
nesse meu mundo encantado;
provo todos os sabores,
nele, eu amo e sou amado!
 
Esse momento tão lindo
só felicidade traz
e me embriago, sorrindo,
nos sabores que me dás.
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   MEUS  VERSOS
 
MOTE:
Versos soltos ou fragmentos
são as trovas que componho
que amenizam meus tormentos
e dão mais vida ao meu sonho!
Joamir Medeiros
Natal/RN

GLOSA:
Versos soltos ou fragmentos
eu escrevo nos meus versos,
são cânticos ou lamentos
que ecoam nos universos!
 
Com muita imaginação,
são as trovas que componho
pois brotam do coração
e nelas, minha alma, ponho!
 
São bonitos pensamentos
que a trova me faz criar,
que  amenizam meus tormentos
e até me ensinam a amar!
 
Sendo eu, um trovador
nunca , me quedo, tristonho;
as trovas levam a dor
e dão mais vida ao meu sonho!

Fonte:
Gislaine Canales. Glosas Virtuais de Trovas X. In Carlos Leite Ribeiro (produtor) Biblioteca Virtual Cá Estamos Nós. http://www.portalcen.org. Agosto 2003.

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