MOTE:
Sem ter chicote nem vara,
manda-me a minha razão
atirar versos à cara
dos que me roubam o pão!
Antonio Aleixo
Vila Real de Santo Antonio/Portugal, 1899 – 1949, Loulé/França
GLOSA:
Sem ter chicote nem vara,
eu tento fazer justiça,
de uma forma simples, clara,
menosprezando a cobiça!
Pensando, assim, concentrado,
manda-me a minha razão
(por ser eu apaixonado)
responder com o coração.
É uma maneira bem rara,
revidando os malfeitores
atirar versos à cara,
transformando-os em leitores!
É com minha poesia
que os trarei de volta ao chão,
pondo fim a glutonia
dos que me roubam o pão!
= = = = = = = = = = = = = = = = = =
NOSSOS VINHOS
MOTE:
Andando pelos caminhos
da vida ao alvorecer,
lembrei-me de nossos vinhos,
bebidos ao bel prazer!
Carmen Pio
Porto Alegre/RS
GLOSA:
Andando pelos caminhos
do meu hoje, tão contente,
eu visto os sonhos de arminhos
e enfeito a vida da gente!
Eu sinto em mim, a fragrância
da vida ao alvorecer
que explode, então, nessa ânsia
de vontade de viver!
Recordações são carinhos
realizando desejos...
lembrei-me de nossos vinhos,
lembrei-me de nossos beijos!
Fiquei ébria de paixão,
ao recordar o beber
dos vinhos do coração,
bebidos ao bel prazer!
= = = = = = = = = = = = = = = = = =
SEMEANDO ROSAS
MOTE:
Nas horas mais dolorosas,
teimosos, no seu lirismo,
há poetas semeando rosas
entre as rochas de um abismo!
Carolina Ramos
Santos/SP
GLOSA:
Nas horas mais dolorosas,
cheias de melancolia
surgem poesias preciosas
falando de nostalgia!
Os poetas, são assim,
teimosos, no seu lirismo,
à tristeza dão um fim,
num eterno sincronismo!
As aragens tão cheirosas
provam de um modo profundo:
há poetas semeando rosas
nos quatro cantos do mundo!
As rosas crescem faceiras
nascidas do romantismo,
entre campos e ladeiras,
entre as rochas de um abismo!
= = = = = = = = = = = = = = = = = =
NOSSAS MANHÃS
MOTE:
De manhã, sugando amores,
nesses teus lábios de paz,
provo todos os sabores,
nos sabores que me dás.
Flávio Roberto Stefani
Porto Alegre/RS
GLOSA:
De manhã, sugando amores,
teus carinhos divinais
têm o perfume das flores
e o gosto de quero mais!
Eu sacio os meus desejos
nesses teus lábios de paz,
pois o néctar dos teus beijos,
meus anseios, satisfaz!
Eu vejo todas as cores
nesse meu mundo encantado;
provo todos os sabores,
nele, eu amo e sou amado!
Esse momento tão lindo
só felicidade traz
e me embriago, sorrindo,
nos sabores que me dás.
= = = = = = = = = = = = = = = = = =
MEUS VERSOS
MOTE:
Versos soltos ou fragmentos
são as trovas que componho
que amenizam meus tormentos
e dão mais vida ao meu sonho!
Joamir Medeiros
Natal/RN
GLOSA:
Versos soltos ou fragmentos
eu escrevo nos meus versos,
são cânticos ou lamentos
que ecoam nos universos!
Com muita imaginação,
são as trovas que componho
pois brotam do coração
e nelas, minha alma, ponho!
São bonitos pensamentos
que a trova me faz criar,
que amenizam meus tormentos
e até me ensinam a amar!
Sendo eu, um trovador
nunca , me quedo, tristonho;
as trovas levam a dor
e dão mais vida ao meu sonho!
Fonte:
Gislaine Canales. Glosas Virtuais de Trovas X. In Carlos Leite Ribeiro (produtor) Biblioteca Virtual Cá Estamos Nós. http://www.portalcen.org. Agosto 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário