MOTE:
Sou jardineiro imperfeito,
pois no jardim da amizade,
quando planto amor perfeito
nasce sempre uma saudade...
ADELMAR TAVARES
Recife/PE, 1888 – 1963, Rio de Janeiro/RJ
GLOSA:
Sou jardineiro imperfeito,
mas meu adubo é o amor,
eu amo sem preconceito,
dou a todos, meu calor!
Eu colho muito carinho,
pois no jardim da amizade,
que encontro no meu caminho
existe a felicidade!
Vivo feliz, satisfeito,
espero que o tempo passe...
Quando planto amor perfeito
é um perfeito amor, que nasce!
Mas junto de tantas flores,
às vezes, contra a vontade,
recordando os meus amores,
nasce sempre uma saudade…
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MUITO ALÉM DAS ESTRELAS...
MOTE:
As estrelas... na amplidão,
nem todos conseguem vê-las.
Um sonhador põe a mão
muito além dessas estrelas!
ALOÍSIO ALVES DA COSTA
Umari/CE, 1935 – 2010, Fortaleza/CE
GLOSA:
As estrelas... na amplidão,
embelezam o Universo,
e o poeta com emoção,
as retrata no seu verso!
Ficam distante... não perto,
nem todos conseguem vê-las,
mas quem traz o peito aberto
pode, contudo, entendê-las!
Com amor no coração
e a alma, pura estesia,
um sonhador põe a mão
e logo as torna poesia!
Eu quisera ser poeta
para poder concebê-las,
e pôr a minha alma inquieta,
muito além dessas estrelas!
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ESPERANÇA...
MOTE:
Esperança é o sol aberto
que meu destino conduz,
deixando o sonho mais perto,
bem menos pesada a cruz.
ALONSO ROCHA
Belém/PA, 1926 – 2011
GLOSA:
Esperança é o sol aberto
que vem dourar o meu dia,
onde feliz eu desperto,
esquecendo a nostalgia!
Esse sol tão envolvente,
que meu destino conduz,
tem um calor diferente,
que vem de vibrante luz!
Nesse meu vagar incerto,
quem me sustenta é a esperança,
deixando o sonho mais perto
aumenta a minha confiança!
E um raio de sol, então,
cheio de brilhos, reluz,
tornando, com emoção
bem menos pesada a cruz.
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TEMA DE MINHA VIDA
MOTE:
Meu verso não se renova,
pois esta angústia sofrida,
mais do que tema de trova,
é o tema da minha vida!
ARLINDO TADEU HAGEN
Juiz de Fora/MG
GLOSA:
Meu verso não se renova,
se repete, indefinido,
pois nenhuma emoção nova
vem a ele dar sentido!
Vivo em prantos, sempre triste,
pois esta angústia sofrida,
me faz ver, que nada existe,
nem a esperança... perdida!
Esta tristeza comprova
que vivo na solidão!
Mais do que tema de trova,
é tema do coração!
Dor, tristeza, angústia, enfim
e o pranto da despedida
foi o que sobrou pra mim...
é o tema da minha vida!
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ILUSÕES
MOTE:
Ferem, sim, mas quero tê-las,
ao longo da caminhada.
Ilusões! Cacos de estrelas,
que enchem de luz minha estrada!
CAROLINA RAMOS
Santos/SP
GLOSA:
Ferem, sim, mas quero tê-las,
agridoces ilusões,
quero também merecê-las,
sentir suas emoções!
Quero que sigam comigo
ao longo da caminhada,
me amparando, dando abrigo,
enchendo de tudo, o nada!
Quero, em meu peito, acendê-las
e deixá-las crepitar...
Ilusões! Cacos de estrelas,
que não cansam de brilhar!
Seguindo nessa ilusão,
me sentirei muito amada,
com luzes no coração
que enchem de luz minha estrada!
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MINHA ALMA GAÚCHA
MOTE:
Do Rio me dou ao luxo
de um abraço terno e doce...
Mesmo eu não sendo gaúcho,
minha alma é como se fosse!
EDMAR JAPIASSÚ MAIA
Nova Friburgo/RJ
GLOSA:
Do Rio me dou ao luxo
de realizar meu desejo,
sou poeta e quase bruxo,
sempre a espera do teu beijo!
Sou o feliz ganhador
de um abraço terno e doce...
que me trouxe o teu calor,
com um gostinho agridoce!
Mas aguentei o repuxo,
me tornei um "taura", forte,
mesmo eu não sendo gaúcho,
joguei o laço na sorte!
Rio Grande eu te bendigo!
Amizade é raiz-doce.
Não sou gaúcho, mas digo:
– Minha alma é como se fosse!
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Fonte:
Gislaine Canales. Glosas. Glosas Virtuais de Trovas XVIII. In Carlos Leite Ribeiro (produtor) Biblioteca Virtual Cá Estamos Nós. http://www.portalcen.org. 2004.
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