faz, o Anjo , a Anunciação
e o Seu ser pleno de fé
traz ao mundo a Redenção.
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Bebe a dose da saideira,
não joga nada no canto...
Rolou pela ribanceira
e pôs a culpa no santo.
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Com muito orgulho, a gordinha,
diz, ao medir a cintura,
não estar fora da linha,
o que sobra é gostosura.
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É de Deus, o Filho eleito
e no amor que Lhe permeia,
empatia, em Seu conceito,
é doar- se à dor alheia.
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Em silêncio, busco o amparo
da prece muda do ser,
para as dores, que não raro,
pastoreiam meu viver.
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Frente à fome e adversidade,
atormentadas, as mães,
fazem, com criatividade
os seus milagres dos pães.
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Gentil, tua mão inclina
ao irmão fraco e doente:
empatia é luz Divina
brilhando dentro da gente.
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Lembrança, terna memória
da vida que segue em frente,
passou no rumo da história
mas vive dentro da gente.
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Lute contra o gesto vil
de quem, na conduta emana
o seu preconceito hostil
contra a diferença humana.
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Minha tapera, a viola
e essa morena querida,
é tudo que mais consola
um seresteiro na vida.
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Mundo hodierno, sem afeto,
de mil prédios e espigões...
Nesta selva de concreto,
proliferam solidões.
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Na sombra do preconceito,
se esconde a mediocridade
de quem, sem nenhum respeito,
nega ao irmão a igualdade.
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O batom no colarinho
selou sentença fatal:
na gaiola, o passarinho,
de castigo até o Natal!
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O coração, triste poeta,
compõe quimeras sutis,
deixando- me a vida inquieta
com sonhos que eu não refiz.
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Por mais que o mundo procure
e se esforce a ciência,
não há vacina que cure
a inveja e a maledicência.
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Pura humildade há nos gestos
de quem, dentre a luta e a dor,
vive de sobras e restos
sem perder a luz do amor.
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Só lembranças na memória
de passados tão presentes...
E a saudade é uma notória
romaria dos ausentes.
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Sou refém da pandemia,
em casa, trancafiado
e até virei, quem diria,
um marido apaixonado!
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Terno e puro em seu clamor,
ele sempre impõe respeito,
pois que, não cabe no amor
modo algum de preconceito.
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Vive a vida sem viver
quem, covarde der guarida
ao medo de se atrever
nos desafios da vida.
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Você diz não me querer,
que já sou caso passado,
porém, não pode me ver,
me beija qual namorado.
Fonte:
Messias da Rocha (org.). Múltiplas palavras vol. III. Juiz de Fora/MG: Ed. dos Autores, 2022.
Enviado por Lucília A. T. Decarli
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