quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Bia Zolnier (Livro de Poesias)


TEUS CAMINHOS

Teus caminhos
São tão estranhos...
Inúmeros em quantidade e tamanhos
Me perco nas alamedas estreitas
Tropeço em troncos caídos
Ainda acabo me ferindo nos espinhos
Tão bem escondidos
Das flores com que me enfeitas
Entre sorrisos e carinhos

Teus caminhos
Se perdem em frases feitas
Quando finalmente encontro
O portão de saída

Mas acabo por me deter
Junto aos escombros
Do que foi tua vida
Sutis assombros...

E começo a refazer
O caminho de volta

Algumas coisas escolhemos
Outras...nos escolhem
Teus caminhos
Agora mapeados
Me acolhem...
Compreendo!

O JARDIM DAS FADAS

Vem
Já é madrugada
A cidade mergulha em silêncio sonolento
Barulho só do vento

Vem
Vamos passear no jardim das fadas
Que fica em qualquer lugar
Entre o querer e o acreditar

Vem
Ninguém nos verá flutuar
Entre as roseiras floridas
E por um breve momento
Cairá o véu de seda colorida
Que envolve o coração
Fazendo brilhar
No rosto a paixão

Vem
Sem medo
Vamos descer as escadas
Que levam à fonte
Dos segredos
Vamos atravessar a ponte
Deste improvável paraíso

Vem
Dançar com as fadas
Não se assuste com o riso
São cúmplices silenciosas
Das almas muito amadas
E nos presenteiam com o perfume das rosas

SONHOS

Um dia
Voamos
Nas asas do mesmo sonho
Sem querer
Nos quebramos
Sem querer
Sonhamos
Sem querer
Ainda queremos...

MAPAS DO ACASO

Nossos destinos
São desertos
Separados pelo mar...

Evoluímos
Do nada ao tudo
Num tempo muito rápido
Num desejo ávido
E nos tornamos navegantes incertos
Com medo absurdo
De se afogar

Perdemos a noção da rota marcada
Que revele
O mapa do acaso
Que a vida riscou em nossa pele
Voltamos ao nada
Buscando um tesouro
Escondido em algum lugar
...entre o presente
E o passado

Não é prata nem ouro
É diferente...
Nem sei se ainda pode ser encontrado
No acaso dos mapas
...separados.

PESSOAS-EMBRULHO

Embrulhados em papel-gente
Pouco
Ou muito presente
As pessoas carregam consigo
(Parece louco??)
Um pacote de qualidades
Defeitos
Desejos
Sentidos
...
Alguns tão grandes
Mas tão ausentes
Outros tão escondidos
Sempre
Em lugares indevidos
...
Somos pessoas-embrulho
Empacotadas
Com ou sem barulho
(São as interrogações
Reticências e exclamações
Que se enroscam a todo momento)
Ao menor movimento
Não dá para perceber no mundo real
E no virtual,
Todos os pacotes são pardos!

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