domingo, 22 de julho de 2012

Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa (Parte 2: Cabo Verde)

(foi mantida a grafia original)

2. CABO VERDE

De qualquer modo, será de admitir ter sido menos resistente e organizada a vida cultural em Moçambique do que em Angola e Cabo Verde [15]. É certo que de uma maneira geral os intelectuais cabo-verdianos de origem europeia terminaram por emigrar para Portugal, na maioria dos casos por motivos familiares, e foi em Lisboa que muitos se fizeram escritores, naturalmente desenraizados dos problemas da Terra-Mãe, alguns deles acabando por alcançar lugar de prestígio nos meios literários lisboetas, deixando obras de mérito, como Antónia Gertrudes Pusich (1805 — 1883) e Henrique de Vasconcelos (1875 — 1924), autor de uma vasta obra [16]. No entanto, criado e accionado pelo cónego António Manuel Teixeira, o Almanach Luso — Africano (2 vols., 1894 e 1899) regista colaboração de natureza literária.

Porventura período ainda mal estudado, afirmações definitivas podem induzir-nos em erro. No entanto, cada vez mais se nos enraiza esta convição: não houve em Cabo Verde uma verdadeira literatura colonial por muito insólita que possa parecer esta afirmação. O período colonial não implica forçosamente a existência de uma literatura colonial nos termos em que para trás a designámos. A colonização, a partir da segunda metade do século XIX, havia já adquirido no Arquipélago uma feição própria. Pelo visto, a posse da terra e postos da Administração, a pouco e pouco transitavam para as mãos de uma burguesia cabo-verdiana, mestiça, branca ou negra. Isto, que não condiciona a exploração, pode condicionar as relações da exploração e alterar assim a natureza da oposição: em vez de colonizado/colonizador, flectiria, em grande parte, para explorado/explorador, tal como sucede nas sociedades de tipo capitalista, salvaguardando, claro, e sempre, os aspectos de uma situação especificamente colonial, notadamente nas relações entre o poder político e as populações.

Um exemplo elucidativo do que acabamos de afirmar, entre outros, é a narrativa de José Evaristo de Almeida, por nós há alguns anos referenciado, O escravo, cuja acção decorre na primeira metade do século XIX e se situa na ilha de Santiago com incidências, através de jlashbacks, na ilha de Santo Antão, e referências a Iisboa e a Bissau [17].

Marcado, como é óbvio, pelas características da literatura do período romântico, nos segmentos da intriga ganham realce a exacerbação dos sentimentos de amor ou de fraternidade, o amor platónico, a trama dramática das relações familiares no jogo do imprevisto, chegando a esboçar-se o incesto e, de sequência em sequência, na acumulação dos acontecimentos, a tragédia desencadeia-se, alarga-se, intensifica-se. Uma das virtudes deste texto está em que a quase totalidade das personagens manipuladas são africanas (negros, mestiços, mulatos). E o espaço é o da escravidão, abrindo-se-nos à compreensão de um mundo longínquo no tempo, permitindo uma perspectiva diacrónica de largo alcance. Assim, e em termos de escrita, ficamos a saber, ao vivo, que senhores de escravos havia que eram africanos: pelo menos, mulatos.

Romance libertador, procurando redimir a humilhação escrava e compreender e valorizar o homem africano em geral; organização romanesca equilibrada, a linguagem d'0 escravo suporta o confronto com autores mais do que minimamente dotados, com ressalva para os diálogos, demasiadamente retóricos, desajustados à capacidade expressiva dos protagonistas — mas esse é também um senão que se pode endossar a muitos escritores de valimento da época romântica (e não apenas).

Ora este texto de José Evaristo d'Almeida, na verdade, vem ao encontro daquilo que nos andava, até há pouco, no domínio da suspeição: o não ter havido em Cabo Verde uma literatura colonial.

O escravo é um exemplo acabado ao qual podemos juntar, também por localização recente, outros textos, e estes agora de autores cabo-verdianos. António de Arteaga: «Amores de uma creoula», 1911 [18] e «Vinte anos depois», 1911 [19]; Guilherme A. da Cunha Dantas (século XIX — 1888): «Bosquejos d'um passeio ao interior da ilha de S. Thiago», 1912 [20], «Contos singelos — Nhô José Pedro ou Scenas da ilha Brava», 1913 [21], e «Memória de um rapaz pobre», romance, 1913 [22] Eugênio Tavares (1867 — 1936): «Vida creoula na América», 1912 - 1913 [23], «A virgem e o menino mortos de fome», 1913 [24], «Dramas da pesca da baleia», 1913 [25]. E com este registo, que ora se faz, ao que julgamos pela primeira vez, se começa a preencher a grande lacuna que vinha envolvendo o quadro histórico da literatura cabo-verdiana no século XIX e começos do século XX.

De um modo geral, estes autores procedem às suas abordagens colocando-se dentro do universo cabo-verdiano e o seu registo é dominado pelo concurso de algumas das contradições do sistema social, donde uma mensagem criticamente positiva e esclarecedora.

Cedo em Cabo Verde se teria criado e desenvolvido o ensino primário particular, e depois o secundário. Há notícia (assinalamo-lo em nota), da criação de bibliotecas, como a da Praia, de associações culturais, entre outras.

O padre António Vieira, numa das suas derrotas para o Brasil, de passagem pela que é hoje cidade da Praia, capital de Cabo Verde, dá-nos uma ajuda para visionarmos um tanto melhor esse grau de desenvolvimento e saber, havido já no recuado século XVII: «São todos pretos, mas somente neste accidente se distinguem dos europeus. Tem grande juizo e habilidade, e toda a politica que cabe em gente sem fé e sem muitas riquezas, que vem a ser o que ensina a natureza». Adiantava ainda que havia ali «clérigos e cónegos tão negros como azeviche; mas tão compostos, tão auctorizados, tão doutos, tão grandes músicos, tão discretos e bem morigerados, que podem fazer invejas aos que lá vemos nas nossas cathedraes» [26].

Por outro lado, ali se vai reestruturando uma cultura caldeada nos valores africanos e europeus, tendendo para uma univalência cultural e construindo uma harmonia racial que contrasta, por exemplo, com o caso antilhano — e isto para referirmos um fenómeno de aculturação também de natureza insular. O sentimento da cor da pele tão diluído é que a literatura cabo-verdiana não chega a denunciar a cor das personagens. E, se tal acontece, a distinção vem envolvida de uma carga afectiva [27].

Tudo quanto vem de dizer-se pressupõe não só a existência de condições propícias ao aparecimento de produtores de textos como também à formação de uma literatura de características especiais no seio do próprio século XIX. A maioria sem livro publicado, é certo. Aos nomes já referidos ajuntamos mais os de poetas como Luiz Theodoro de Freitas e Costa, (1908 — Séc. XX), José Maria de Sousa Monteiro Júnior (1846 — 1909) e Custódio José Duarte, (1841 — 1893), este último possivelmente sem livro publicado. E a estes há que agrupar figuras esquecidas por jornais, revistas e almanaques, como Manuel Alves de Figueiredo de Barros, (1895 — séc. XX), António Corsino Lopes da Silva (1893 — séc. XX), João Mariano, (1891 — séc. XX), já citado, Gertrudes Ferreira lima (séc. XIX — séc. XX), todos poetas. Como poetas são Joaquim Maria Augusto Barreto (1850 — séc. XK), Luis Medina Vasconcelos (séc. XIX — séc. XX), Rodrigo Aleixo ou, com obra publicada, João José Nunes, (1885 — c. 1965/6), Mário Duarte Pinto, (1887 — 1958) [28]. A partir da década de vinte o nome que se impõe à consideração pública é o de José Lopes (1872 — 1962), de par com o de Eugênio Tavares (1867 — 1930) (este, essencialmente de expressão dialectal) e o do poeta bilingue Pedro Cardoso (c. 1890 — 1942), também autor do estudo Folclore caboverdiano (1933; finalmente, Januário Leite (1865 — 1930).

Foi todo este percurso de quase um século que funcionou como fermento da original explosão trazida pela Claridade, como um «longo processus subterrâneo de consciencialização cultural» (Jaime de Figueiredo in Introdução à antologia Poetas modernos cabo-verdianos, 1961, p. XVI).

Mas, pergunta-se: José Lopes ou Pedro Cardoso (este enquanto poeta de língua portuguesa) ou Januário Leite trouxeram ou não uma contribuição válida para a moderna poesia? Considera-se a autêntica literatura cabo-verdiana aquela que exprime a cabo-verdianidade, ou seja o conjunto de textos cujo enunciado reflecte o real cabo-verdiano. Com frequência, e alguma veemência, a partir de década de trinta, a questão ficou devidamente clarificada e demarcada, embora nem sempre isenta de excessos, como quase sempre acontece em momentos de ruptura (e a parte de responsabilidade que nisso nos cabe não a queremos enjeitar) [29].

Mas importa averiguar por que razão estes escritores, com especial relevo para José Lopes, sofreram o ataque e depois a marginalização das gerações que lhes sucederam. Os intelectuais e escritores, a partir da Claridade, como adiante teremos ocasião de verificar, projectaram o seu esforço criador nos grandes segmentos que representavam ou simbolizavam a parte viva da sua pátria, ou seja, aquela que não adoptava os critérios e os padrões que serviam o colonialismo; e assim, aberta ou implicitamente, condenavam tudo quanto vivesse fora deste projecto nacional.

Simplesmente, acontece que o arquipélago de Cabo Verde é hoje uma República independente. A sua realidade política é, por essência, outra bem diferente. A sua realidade histórica, outra é. Com isto se conjuga também uma nova realidade cultural. A este período, logicamente corresponderá uma nova literatura ou uma nova fase da sua literatura. Subjacente ou emergente a tudo isto está uma consciência nacional. Está a formação de um profundo sentimento nacional que há-de alimentar-se nas raízes da longa história do processo social e político de Cabo Verde, não a partir da data em que a luta foi desencadeada pelo P. A. I. G. C, não a partir da data das teses de Amilcar Cabral (embora por via de tudo isto mesmo), mas a partir da remota origem cabo-verdiana.

E esta começa quando os portugueses fizeram desembarcar nas ilhas os primeiros colonos e os primeiros escravos. Este será o caminho para a busca de uma totalidade histórica, política, social, económica e cultural. Concomitantemente, o mesmo sucederá para a sua literatura. Com isto queremos dizer que estamos convencidos (só aos cabo-verdianos competirá fazer o que julgarem por bem) que os futuros historiadores da literatura, os futuros estudiosos do processo cultural cabo-verdiano terminarão por considerar a globalidade da actividade literária levada a cabo ao longo das décadas ou de séculos pelo homem cabo-verdiano. E, deste modo, todos aqueles que foram considerados antecessores, ou precursores, terão o seu lugar próprio na história da literatura cabo-verdiana. Se este critério vier a ser considerado correcto, naturalmente ele se há-de aplicar a Angola, Moçambique, S. Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau. As futuras histórias da literatura e da cultura dos novos países africanos terminarão por recuperar aqueles autores naquilo que na sua obra houver de significação nacional. Não foi outra coisa o que aconteceu no Brasil e difícil se nos afigura que possa ser de outro modo nos casos vertentes. É evidente que, ao referirmos o Brasil, estamos a considerar sobretudo o período colonial encerrado com a independência do Brasil em 1822. Isto não invalida que, para além das eventuais ou possíveis subdivisões, não venha a considerar-se a literatura cabo-verdiana em duas grandes fases: antes e depois da Claridade.
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Notas:
15 Segundo Gabriel Mariano, de 1853 a 1892 fundaram-se na cidade da Praia (Cabo Verde) treze associações recreativas e culturais como, por exemplo, a Dramática Associação Igualdade, Sociedade Gabinete de Leitura, Associação Literária Grémio Cabo-Verdiano (Entrevista ao Diário Popular (suplemento literário), 23 de maio de 1963.

16 Henrique de Vasconcelos, cabo-verdiano de nascimento, cremos que desde cedo radicado em Portugal, enquanto vivo desfrutou de prestígio literário em Portugal. É autor, pelo menos, das seguintes obras: Flores cinzentas (p), Coimbra, 1893; Os esotéricos (p), Lisboa, 1894; A harpa do Vanadio (p), Coimbra,
1895; Amor perfeito (p), Lisboa, 1895; A mentira vital (c), Coimbra, 1897; Contos novos (c), Lisboa, 1903; Flirts (p), Lisboa, 1905; Circe (p), Coimbra, 1908; O sangue das rosas (p), Lisboa, 1912.
De temática europeia, qual das histórias da literatura o irá recuperar? A portuguesa ou a cabo-verdiana?

17 Não existe nenhum exemplar na Biblioteca Nacional de Lisboa do romance O escravo (1856) de José Evaristo d'Almeida. O único exemplar conhecido encontra-se na posse dos descendentes do autor, residentes em Cabo Verde. Foi por informação de um deles, Amiro Faria, que o registámos em A aventura crioula, 2. edição, 1973. Possuímos uma fotocópia. No entanto, foi republicado in A Voz de Cabo Verde desde o n.° 244, 22 de maio de 1916 ao n° 294, de maio de 1917,

18 António de Arteaga, «Amores de uma creoula» in A de Cabo Verde, Praia, Cabo Verde, ano I, n.° 1, março de 1951 até ao n.° 17,10 de maio de 1911.

19 Idem, «Vinte anos depois», idem n.° 19, 25 de dezembro de 1911.

20 Guilherme A. Cunha Dantas, «Bosquejos d'um passeio ao interior da ilha de S. Thiago», idem, n.° 22,15 de janeiro de 1912 ao n.° 63, 28 de setembro de 1912.

21 Idem, «Contos singelos. Nhô José Pedro ou scenas da ilha Brava», idem, n.° 78, 10 de Dezembro de 1913 ao n.° 96, 16 de junho de 1913.

22 Idem, «Memória de um rapaz pobre», idem, n.° 106, 25 de agosto de 1913.

23 Eugênio Tavares, «Vida creoula na América», idem, n.°68, 12 de dezembro de 1912, e n.° 70, 10 de dezembro de 1913. O autor, Eugênio Tavares, faleceu em 1888. Logo, a publicação desta novela é póstuma. E das duas uma: ou se aproveitou um inédito depositado nas mãos de familiares ou amigos ou então terá de se admitir a utilização de um exemplar de cuja existência não se sabe o paradeiro. O mesmo se aplica às suas novelas registadas.

24 Idem, «A virgem e o menino mortos de fome», idem, n.° 73, 6 de janeiro de 1913 ao n.° 77, 3 de fevereiro de 1913.

25 Idem, «Drama da pesca da baleia», idem, n.° 101, 21 de julho de 1913 ao n.° 104,11 de agosto de 1913.

26 «Carta do Padre António Vieira escripta de Cabo Verde ao padre confessor de sua alteza indo arribado aquelle Estado» [Datada de 25 de dezembro de 1652] in Cabo Verde. Praia, Cabo Verde, ano II, n.° 23, pp. 11-12.

27 Vide Baltasar Lopes — Cabo Verde visto por Gilberto Freyre. Sep. boletim Cabo Verde, n.° 84-86. Praia, Cabo Verde, 1956; Gabriel Mariano — «Do funco ao sobrado ou o mundo que o mulato criou» in Colóquios cabo-verdianos, Lisboa, Junta de Investigações do Ultramar, 1959; Manuel Ferreira — A aventura crioula, 2. ed. Lisboa, Plátano Editora, 1973; António Carreira — Cabo Verde — formação e extinção de uma sociedade escravocrata — 1460-1878. Porto, 1972.

28 A este respeito José Lopes fornece elementos de interesse em «Os esquecidos» in Cabo Verde, ano III, n.° 35, Praia, Cabo Verde, agosto de 1952, pp. 29-32; «Ainda os nossos poetas», idem n.° 36, pp. 9-10; e sobretudo em «Vida
colonial» in Vida Contemporânea, ano II, n.° 15. Lisboa, Julho de 1935, pp. 196-204; idem, n.° 18, outubro de 1935, pp. 725-731, e n.° 20, dezembro de 1935, pp. 876-882. Vide também Nuno Catarino Cardoso: Poetisas portuguesas. Lisboa, 1917; Sonetistas portugueses e luso-brasileiros. Lisboa, 1918; Canáoneiro da saudade e da morte. Lisboa, 1920.

29 José Lopes, apesar de uma ou outra alusão aos seus «Irmãos hespertanos!» ou aos seus «bons irmãos de Dakar» (entenda-se cabo-verdianos lá residentes) ou ao seu «Lameirão», «a nossa antiga horta?...», de São Nicolau; ou de chorar a sua desolação quando, por lapso de um ano, se viu obrigado a emigrar para Angola: «Longe de Cabo Verde, em terra estranha/[...] chorarei minha mágoa confidente,/[...] No desolado exílio deste mato...», apesar de tudo isso, o momento em que o poeta partilha do destino do seu próprio povo é na poesia «A catástrofe da Praia», escrita em 1949, quando um grupo numeroso de esfomeados, que recebia assistência na capital, ficou soterrado num barracão que desabou por força de um temporal: «Não bastavam as fomes? A Miséria/Prolongada, de tantos anos,/tantos,/Sem uma luz na escuridão ciméria?/Tantas angústias tanta Dor e prantos?» Mas nem esta longa poesia de quarenta e quatro quadras enformadas de referências mitológicas e conceitos mítico–religiosos pode autorizar-nos a incluir o nome de José Lopes no capítulo da moderna poesia cabo-verdiana.

Por sua vez, a poesia de Januário Leite (1865-1930) é a viva conotação do drama individual de um desadaptado morbidamente incompreendido e infeliz: «As minhas horas sombrias,/São horas do meu prazer;/Quem nunca teve alegrias,/Afeiçoa-se ao sofrer...»

Pedro Cardoso (c. 1890-1942), autor de «Crioula» («Crioula divina/e moça e menina!/(...) É lírio, ébano e coral!»); de «Morna» («Flor de duas raças tristes/Vindas da Selva e do Mar,/Que a nós se acharam um dia/Na mesma praia ao luar»); de «Cabo Verde», («Cabo Verde, que ironia bruta e negra perdida/Toda aberta em ígneo algar/por sobre a verde campinha/Das ondas verdes do mar!»); e de outros poemas, tendo como ponto de partida o vulcão do Fogo, sua ilha natal: «Vesúvio cabo-verdiano!», «Padrão imenso sobre o mar erguido», «simbolizando» «o futuro talvez de um grande povo!», assim poesia de ambiência regional, com relevo para a «VI» do livro Hespérides, sobre as estiagens, citando inclusive a «fome crónica e dura»; apesar de toda esta preocupação humana, que lhe dá o natural direito de ter alcançado maior grau de autenticidade regional do que o próprio José Lopes — mesmo assim, por muito respeitável que tenha sido a actividade poética destes autores, eles ficarão como antecessores, e não como precursores. Eles serão o primeiro termo de uma relação. Eles antecedem, mas não anunciam, não predizem. Justificam, mas dificilmente deixam adivinhar ou perceber a natureza do termo consequente.


 Continua… Moçambique e Guiné-Bissau

Fonte:
Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa I Biblioteca Breve / Volume 6 – Instituto de Cultura Portuguesa – Secretaria de Estado da Investigação Científica Ministério da Educação e Investigação Científica – 1. edição — Portugal: Livraria Bertrand, Maio de 1977

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