ILUSÕES PERDIDAS (1843)
Esta é a obra mais extensa de Balzac, principalmente quando levamos em conta sua continuação, também longa, Esplendores e Misérias das Cortesãs (o conjunto soma mil e cem páginas). Para melhor entender como foi composta A Comédia Humana, basta lembrar que as partes deste livro foram publicadas em épocas diversas, a primeira em 1837 e a última somente em 1843. No entanto a primeira parte de Esplendores começou a ser publicada já no final de 1838.
Temos aqui a história de um dos maiores e mais emblemáticos personagens do autor, o belo poeta Luciano de Rubempré, que deseja sair da província sufocante para se tornar escritor famoso em Paris. Mas Luciano é fraco de caráter e se deixa influenciar por todos com quem trava conhecimento, desde o íntegro escritor Daniel d'Arthez até, principalmente, a rica fauna dos cínicos, amorais, gananciosos e canalhas que parecem predominar em uma Paris onde nada, nem uma minúscula nota no jornal, é inocente ou de graça. Outro personagem importante neste livro que contém tantos é David Séchard, cunhado de Luciano. David é impressor, daí Balzac nos conduzir a uma tipografia e nos mostrar as máquinas, os operários, as gírias empregadas, enfim, o processo completo. Depois David inventa um tipo de papel barato e cai nas garras de espertos concorrentes, que se associam para arruiná-lo. Para além das peripécias de Luciano e David, este romance, de tantas leituras possíveis, aponta a mesquinhez e a pobreza espiritual da província e pinta um retrato arrasador da nascente imprensa moderna, ambiente que Balzac dominava muito bem.
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MELMOTH APAZIGUADO (1835)
Fantasia e realidade se misturam nesta novela baseada em Melmoth the Wanderer, romance gótico do escritor inglês Charles Robert Maturin, um dos preferidos de Balzac. Em tom humorístico, de início temos o retrato perfeitamente realista de um representante dessa profissão tão cara ao capitalismo: o caixa de banco, no caso o honesto porém pobre Castanier. Súbito, surge-lhe o errante diabo Melmoth e Castanier celebra com ele um contrato em que aceita vender sua alma em troca de onipotência. Mais tarde, transfere o contrato para outra pessoa, em troca de dinheiro; o novo possuidor também o vende e assim sucessivamente até que a transação passa a ser feita na própria Bolsa com valores cada vez menores. Nessa narrativa de fundo moral, o autor prenuncia, por conseguinte, uma das máximas de nossos dias: tudo é produto, tudo é mercadoria, tudo pode ser vendido, inclusive um pacto sobrenatural!
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O CORONEL CHABERT (1832)
Pequena novela onde o Coronel Chabert, dado por morto nas guerras napoleônicas, descobre que sua esposa herdou sua fortuna, casou-se pela segunda vez e agora o repele. Procura, então, um escritório de advocacia, palco de várias obras do autor. Temos aqui um drama judicial sombrio e pessimista, onde Balzac aproveita o que aprendeu em seus anos como escriturário de cartórios.
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O ELIXIR DA LONGA VIDA (1830)
Presente em muitas antologias, este conto é típico do início da carreira do autor: ambiente exótico, atmosfera misteriosa, tema escabroso, violência física etc. A história trata de uma variante do "crime do mandarim", que Balzac citou em várias obras, como O Pai Goriot: se você pudesse matar um solitário mandarim perdido nos confins da China para ficar com sua fortuna, e não houvesse a menor possibilidade do crime ser descoberto jamais, você o faria? Aqui, conta-se que o rico pai de Don Juan (o famoso conquistador), estudioso de alquimia, descobriu um óleo que permite a ressurreição, desde que alguém banhe o cadáver logo em seguida à morte. Quando chega sua hora, pede ao filho que o faça, porém este, amante de festas e da boa vida, queda-se inerte e consegue espalhar o líquido apenas em um dos olhos que, apavorado, esmaga ao ver se mexer. Anos depois, eis Don Juan com mulher e filho, a quem sempre tratou muito bem. Um dia, chega sua hora e ele pede ao filho que lhe passe o óleo quando morrer. Será atendido? O final é totalmente bizarro, em clima de grã-guignol.
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O ILUSTRE GAUDISSART (1833)
Um conto humorístico, introduz na literatura a figura do caixeiro-viajante, este subproduto dos novos tempos, tão importante nas décadas seguintes para a consolidação do capitalismo. O engraçado Gaudissart, muito querido por Balzac, possui uma eloquência capaz de vender sorvete para esquimós. Um dia, porém, ao oferecer apólices de seguro em um recanto da província, depara-se com um morador esperto. Através de inúmeros mal-entendidos e palavras de duplo sentido, Gaudissart se vê do outro lado do balcão.
Fonte:
Wikipedia
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