Para Minos, monarca de Creta,
grande Dédalo inventos criou.
Mas um dia o rei o rejeita
e sua vida um tormento tornou.
Com o filho, um rapaz jovem e belo,
é levado a uma ilha deserta.
Confinado no alto da torre,
tem a vida inconstante e incerta.
Vigiado, ele rápido pensa,
em fugir pelas rotas do ar,
pois na torre os verdugos se aliam
bem cuidando da terra e do mar.
Pede a Ícaro, o filho, que apanhe
toda pluma que venha do ar.
Tece fios, usa cera e constrói
quatro asas, pra longe voar.
E assim eles fogem da ilha
a zombar, ante a guarda impotente
O garoto se inflama e prossegue
para o alto, pois medo não sente.
Mas do sol o incauto está perto
e derretem as asas de cera.
Cai do alto e o mar o recebe
frio túmulo, o pai desespera.
Jaz o jovem sem vida e Dédalo
corpo exangue ao deus oferece.
Ergue um templo a Apolo e as asas
nos altares de pedra ele tece.
Este jovem insensato morreu.
Do perigo zombou sem razão.
O cuidado é virtude exigida
para ter vida longa e perdão.
Fonte:
Fénix (Carmo Vasconcelos)
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