sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Prof. Garcia (Pantuns) V

PANTUN DA ALMA ARREPENDIDA


Trova tema:
Na praça da minha vida
vi, de joelhos, em vão,
uma ofensa arrependida
pedindo abraço ao perdão...
(José Valdez - SP)


Vi, de joelhos, em vão,
um alguém, que nunca via,
pedindo abraço ao perdão
no altar da Virgem Maria.

Um alguém, que nunca via,
Confessa os pecados seus,
No altar da Virgem Maria,
pedindo perdão a Deus.

Confessa os pecados seus,
por sentir-se angustiada;
pedindo perdão a Deus
vi a pobre alma penada.

Por sentir-se angustiada,
tristonha e arrependida,
vi a pobre alma penada
na praça da minha vida.
****************************************

PANTUN DA ETERNA ILUSÃO

Trova tema:
Foi pela guerra enlutada...
Mas a ilusão de Maria
Fincava os olhos na estrada
Quando a porteira batia!...
(José Messias Braz - MG)


Mas a ilusão de Maria
era ura eterno estribilho;
quando a porteira batia
ela ouvia a voz do filho.

Era um eterno estribilho;
quanto mais a mãe rezava,
ela ouvia a voz do filho
que da guerra não voltava.

Quanto mais a mãe rezava,
mais sentia entre os arcanjos
que da guerra não voltava,
que o filho estava entre os anjos.

Mais sentia entre os arcanjos
já chegando ao fim da estrada,
que o filho estava entre os anjos,
Foi pela guerra enlutada!...
****************************************

PANTUN DA PEDRA ESCONDIDA

Trova tema:
Nas ruas da minha vida
quantas pedras eu saltei,
mas a pequena escondida...
Foi nela que eu tropecei!
(Vera Maria Bastos Braz - MG)


Quantas pedras eu saltei,
na menor de todas elas,
foi nela que eu tropecei
em meio a pedras tão belas,

Na menor de todas elas,
eu vi um brilho tão forte,
em meio a pedras tão belas
há nela, o brilho da sorte.

Eu vi um brilho tão forte,
e essa luz, eu não renego,
há nela, o brilho da sorte
da velha cruz que carrego,

E essa luz, eu não renego,
eis a forma desmedida,
da velha cruz que carrego
nas ruas de minha vida!
****************************************

PANTUN DE ELEVADA PRECE

Trova tema;
Na aurora de cada dia,
a Deus elevo uma prece:
- Pai, enchei de poesia
nosso povo que padece!

(Joamir Medeiros – RN)


A Deus elevo uma prece:
ó Pai, salvai por favor,
nosso povo que padece
por falta de pão, de amor.

O Pai, salvai por favor,
os excluídos do afeto,
por falta de pão, de amor,
vivem sem lar e sem teto.

Os excluídos do afeto,
não têm voz, nem têm razão,
vivem sem lar e sem teto
ante a cruel exclusão.

Não têm voz, nem têm razão,
por berço, a melancolia,
ante a cruel exclusão
na aurora de cada dia,
********************************

PANTUN DOS DESAJUSTADOS

Trova tema:
Quando a família é rompida
por atos cegos, tiranos,
deixa destroços de vida,
restos de seres humanos.
(Manoel Cavalcante - RN)


Por atos cegos, tiranos,
por ciúme ou por loucura,
restos de seres humanos
são sobras da desventura.

Por ciúme ou por loucura,
as decisões mal tomadas,
são sobras da desventura
de vidas abandonadas.

As decisões mal tomadas,
as vezes gera a desgraça
de vidas abandonadas
jogadas no chão da praça.

As vezes gera a desgraça
das almas cheias de vida,
jogadas no chão da praça
quando a família é rompida.
****************************************

PANTUN DOS MARES DA VIDA

Trova tema:
Singrei mares de agonia,
lutei contra vendavais,
para achar a calmaria
que só encontro em teu cais.
(Lisete Johnson - RS)


Lutei contra vendavais,
tentando encontrar alguém,
que só encontro em teu cais,
e no cais de mais ninguém.

Tentando encontrar alguém,
procuro por todo canto;
e no cais de mais ninguém,
ninguém verá mais meu pranto.

Procuro por todo canto,
esse alguém, que disse adeus;
ninguém verá mais meu pranto
no pranto dos olhos meus.

Esse alguém que disse adeus,
me fez sofrer todo dia;
no pranto dos olhos meus,
singrei mares de agonia.

Fonte:
Professor Garcia. Poemas do meu cantar. Natal/RN: Trairy, 2020.
Livro enviado pelo autor.

Nenhum comentário: