quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Gislaine Canales (Glosas Diversas) XXXII

A CHAMA DO AMOR...

MOTE:
Peço a Deus que o tempo corra
e corra a nosso favor,
para que este amor não morra,
antes que eu morra de amor!...

Aloísio Alves da Costa
Umari/CE, 1935 – 2010, Fortaleza/CE

GLOSA:
Peço a Deus que o tempo corra

e que una mais, a nós dois,
e que apressado, concorra
pra antecipar o depois!

Quero que seja veloz
e corra a nosso favor,
impulsionado, na voz
desse nosso grande amor!

Peço a Deus que nos socorra,
que encurte as horas, um pouco,
para que este amor não morra,
nem diminua, tampouco!

Eu quero ter a certeza
que essa chama, com fervor,
continue sempre acesa...
antes que eu morra de amor!…
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LUA DA PAIXÃO...

MOTE:
Da paixão em nós presente
fulge um desejo tão farto,
que a lua, em quarto crescente
parece cheia em meu quarto...
Edmar Japiassú Maia
Nova Friburgo/RJ

GLOSA:
Da paixão em nós presente

entre suspiros e beijos,
aumentam, sempre, entre a gente,
os nossos sensuais desejos!

E nessa doce emoção,
fulge um desejo tão farto,
que todo o meu coração,
contigo, amor, eu reparto!

Essa explosão envolvente,
tem tanta força a mostrar,
que a lua, em quarto crescente
não se cansa de aumentar!

É tanta a luz, que irradia,
que de luz se faz um parto
e a Lua, em sua magia,
parece cheia em meu quarto…
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LAVOURAS DO CÉU

MOTE:
Pela magia do vento,
que leva a semente ao léu,
elevo meu pensamento,
para as lavouras do céu!
Flávio Roberto Stefani
Porto Alegre/RS

GLOSA:

Pela magia do vento,
eu viro um mago, a sonhar
e é em agradecimento,
que então me ponho a rezar!

Esse vento tão faceiro
que leva a semente ao léu,
faz vezes de feiticeiro,
num brando e lindo escarcéu!

Vendo o vento em andamento
bailando pelo universo,
elevo meu pensamento,
e nasce, então, o meu verso!

Esse vento vou lembrar
como um doirado troféu,
vou pedir chuva e luar
para as lavouras do céu!
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DUAS TRAPAÇAS

MOTE:
Nós somos duas trapaças
usando a mesma altivez:
- Eu finjo que tu não passas...
- Tu finges que não me vês...
Izo Goldman
Porto Alegre/RS, 1932 – 2013, São Paulo/SP

GLOSA:
Nós somos duas trapaças,

tentando nos enganar;
vestimos nossas couraças,
mas continuamos a amar!

Guardamos nosso segredo
usando a mesma altivez,
num silêncio que dá medo,
que nem o tempo desfez!

Com teu olhar, tu me abraças,
mas eu faço que nem vejo...
- Eu finjo que tu não passas...
e sufoco o meu desejo!

Bate forte o coração,
quando tu passas... de vez,
mas fria e sem emoção,
tu finges que não me vês.
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ESPERANÇAS NAUFRAGADAS...

MOTE:
Pelo mar das ilusões,
pelas paragens salgadas,
fui buscar embarcações
de esperanças naufragadas...
Renata Paccola
São Paulo/SP

GLOSA:

Pelo mar das ilusões,
eu me pus a navegar,
e, ao pulsar de corações
comecei a procurar...

Segui, assim, minhas rotas
pelas paragens salgadas...
Nessas paragens remotas,
procurei contos de fadas!

Explodindo em emoções
de riso e pranto, alternados,
fui buscar embarcações
entre sonhos tão sonhados!

Sete mares, eu cruzei,
em incessantes jornadas
mas só um porto, encontrei,
de esperanças naufragadas...

Fonte:
Gislaine Canales. Glosas. Glosas Virtuais de Trovas XVI. In Carlos Leite Ribeiro (produtor) Biblioteca Virtual Cá Estamos Nós. http://www.portalcen.org. Março 2004.

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