Ela é moça, ela é bela, ela é Iracema, a inesquecível virgem dos lábios de mel. Esboçada e animada pelo literato indianista José de Alencar, a índia Tabajara que embrenhada entre as matas, com os pássaros gostava de conversar, fez a sua estrela brilhar no céu, na terra e nos mares do santo Ceará.
A virgem era promessa das tribos de Tupã, possuía o segredo da Jurema e não podia descobrir o amor. Porém, certa vez conheceu Martim, um português aliado dos adversários Potiguaras. Os dois se apaixonam instantaneamente. O guerreiro já tinha a sua amada em Portugal e a jovem índia por sua vez, não foi feita para desfrutar dos sabores de um romance.
Caso amasse, poderia perder a própria vida. Porém, mesmo correndo riscos, eles desafiaram as leis e renderam-se a uma bela união. E ao gestar um filho, fruto da mistura do sangue entre brancos e índios, Iracema transformou-se em um encantado anagrama da América, símbolo da beleza, da natureza e da mistura de raças do Brasil.
TRECHO DA OBRA: Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado.
Infelizmente, o romance não teve um final feliz, Martim, sempre em guerra, acabou por esquecer Iracema e, ela, aos poucos, definhou nos braços da tristeza. Morreu de amor.
Fonte:
Texto enviado pela autora.
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