Com o passar do tempo, as antigas quintas do senhor Pina transformaram-se. Agora, restam as lembranças das hortas e dos espaços abertos de outrora, ficou a Alameda D. Afonso Henriques com a sua Fonte Luminosa.
Alto do Pina era formado por um conjunto de quintas, outrora os grandes jardins da Capital. Verdadeiros exemplares da harmonia entre o Homem e a Natureza, propriedades das famílias abastadas de Lisboa, era nestes espaços privilegiados que trabalhava grande parte da população que residia na encosta que desce até Santa Apolónia. A maioria ganhava o seu sustento nas terras altas, as quais eram atravessadas por grandes artérias que ligavam a cidade ao interior. Eram propriedades do senhor Pina, um familiar de Pina Manique, Intendente da Polícia nos tempos de Marquês de Pombal e da rainha D. Maria l.
Assim, o nome deste bairro deve-se, essencialmente, à população que batizou as terras altas por Alto do Pina. Esta era a zona escolhida para o lazer dos habitantes, nos dias de festas, domingos e feriados, que aproveitando a sombra das árvores, cantavam fado e modinhas, acompanhados à viola e à guitarra. Ao longo dos caminhos, ficavam os “famosos retiros”, locais de boemia, de apreciadores da “boa mesa”, da Literatura e do Fado.
Estes eram tão apreciados pelo povo como pelos fidalgos residentes no Areeiro. Atualmente, este bairro representa grande parte da freguesia de São João e vai até à freguesia do Beato. Hoje, o Alto do Pina é um bairro de contrastes, onde se misturam arquiteturas da Lisboa doutros tempos com as deste fim de século, como por exemplo, as Olarias e a Fonte Monumental da Alameda D. Afonso Henriques.
Este ainda é o local de lazer escolhido pelos mais novos para brincarem e jogarem bola, e pelos mais idosos que aproveitam a sombra para descansarem e jogarem cartas. É na Rua Barão de Sabrosa que se situa o Ginásio do Alto do Pina, fundado a 11 de Novembro de 1911. Esta coletividade promove o desporto, especialmente junto das camadas mais jovens, tendo os seus sócios a oportunidade de praticar modalidades como tênis de mesa, futebol de cinco, atletismo e ginástica, entre outras. Ainda têm à disposição uma biblioteca, uma oficina de artesanato e uma seção de teatro.
Desde 1932 que durante os primeiros seis meses do ano, o Ginásio do Alto do Pina deposita grande parte das suas energias na organização da sua Marcha.
MARCHA DO ALTO DO PINA
(Aguarela de Lisboa)
“A marcha do Alto do Pina
Vem manter a tradição
De saudar na Avenida
Santo António e São João.
Tem o cheiro de Lisboa
Traz a chalaça brejeira
São mangericos, ai são
Perfumando Lisboa inteira.
(Refrão)
Meu bairro, é Alto Pina
É uma aguarela
Sobre Lisboa
Pintado em tela fina
Pois Santo António
Virou “Malhoa”!
As cores vieram do céu
Foi São João
Que as foi buscar
Quando do alto desceu
Ficou pra sempre
Lá a morar !
Santo António tão feliz
Como a tela que pintou
Foi ao velho chafariz
Bebeu água, descansou.
Na “Manuel dos Passarinhos”
Sentiu Lisboa num fado
Para a moça mais formosa
Arranjou-lhe um namorado.
(Aguarela de Lisboa)
“A marcha do Alto do Pina
Vem manter a tradição
De saudar na Avenida
Santo António e São João.
Tem o cheiro de Lisboa
Traz a chalaça brejeira
São mangericos, ai são
Perfumando Lisboa inteira.
(Refrão)
Meu bairro, é Alto Pina
É uma aguarela
Sobre Lisboa
Pintado em tela fina
Pois Santo António
Virou “Malhoa”!
As cores vieram do céu
Foi São João
Que as foi buscar
Quando do alto desceu
Ficou pra sempre
Lá a morar !
Santo António tão feliz
Como a tela que pintou
Foi ao velho chafariz
Bebeu água, descansou.
Na “Manuel dos Passarinhos”
Sentiu Lisboa num fado
Para a moça mais formosa
Arranjou-lhe um namorado.
Fonte:
Este trabalho teve apoio de EBAHL – Equipamento dos Bairros Históricos de Lisboa F.P.
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_c/Carlos_Leite_Ribeiro-anexos/TP/marchas_populares/marchas_populares.htm
Este trabalho teve apoio de EBAHL – Equipamento dos Bairros Históricos de Lisboa F.P.
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_c/Carlos_Leite_Ribeiro-anexos/TP/marchas_populares/marchas_populares.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário