segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Carlos Leite Ribeiro (Marchas Populares de Lisboa) Bairro de Carnide


Para se conhecer Carnide há que deambular, sem destino definido, pelas antigas azinhagas. O inesperado pode ser descoberto: os portões enferrujados de uma quinta abandonada, a mureta de pedra de uma velha exploração agrícola, a avenida de alcatrão que rasga o terreno baldio.

Antigo povoado dos arredores de Lisboa, Carnide era um belo conjunto de quintas, hortas e casas ricas, além de possuir ainda conventos e um hospital. Ao longo da história, predominaram as funções religiosa, agrícola, artesanal, militar, industrial e habitacional, motivadas pela sua acessibilidade. No final do século XlX, o aglomerado que é hoje de Lisboa já possuía iluminação, água canalizada, posto de polícia, uma filarmônica, um teatro e duas escolas.

Perde-se no tempo a origem rural de Carnide que também foi lugar eleito para veraneio dos nobres, que ali ergueram palácios e quintas ajardinadas. Desse passado ilustre, ficou uma herança patrimonial: o Palácio dos Condes de Carnide, o Palacete do Largo das Pimentas (atual Junta de Freguesia), a Igreja da Luz e o Convento de Santa Teresa do Carmo.

A freguesia tem crescido muito a nível populacional desde que as grandes urbanizações chegaram ao bairro, o que aconteceu pelos anos 60. Mas Carnide velho continua a sobreviver, com as suas casas e a fácil relação entre vizinhos.

Fundada em 28 de Junho de 1913, a Sociedade Dramática de Carnide (SDC) mantém-se fiel aos seus objetos de caráter sócio-cultural. Inserido neste conjunto de objetos destaca-se a existência do Grupo de Teatro de Carnide, em atividade há 35 anos. O Grupo de Teatro tem sido merecedor de vários prêmios, entre estes, registre-se a Medalha de Prata de Mérito da Cidade de Lisboa, vencendo ainda alguns importantes festivais de teatro, tanto a nível regional como nacional. A Sociedade Dramática de Carnide organiza a Marcha desde 1966.
 
 MARCHA DE CARNIDE
(Carnide Lavrador)

Letra de Maria Valejo
Música de Mário Valejo


Que belo é Carnide o Lavrador
Altaneiro na sua singeleza
Orgulhoso mostra que o seu amor
pertence a esta terra Portuguesa
deixou as hortas veio ver a cidade
engalanou-se vestiu fato novo
e marchar cheio de brio e com vaidade
por entrar nesta festa que é do povo.

(Refrão)

Carnide Carnide
Carnide que passa
Marchando ele mostra
Sua Lusa Raça

Carnide Carnide
Ai quanta beleza
Traz de braço dado
A Alma Portuguesa

Carnide Carnide
Canta em viva voz
A Língua bendita
Que é de todos nós.

Angola e Brasil também aqui vão,
Cabo Verde marcha, pôs na alma a Fé
São Tomé e Príncipe ai quanta emoção
Cá vai Moçambique e também Guiné
Não esqueceu as Ilhas mais belas que viu
Herança d’avós d’amor sem igual
Lembra Macau, Goa, Damão e Diu
Tudo em Português, viva Portugal!

 
Fonte:
Este trabalho teve apoio de EBAHL – Equipamento dos Bairros Históricos de Lisboa F.P.
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_c/Carlos_Leite_Ribeiro-anexos/TP/marchas_populares/marchas_populares.htm

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