No topo de uma das colinas de Lisboa encontra-se o bairro da AJUDA . Entre a fresca brisa do Tejo e os rumores das árvores do Monsanto. Ruelas castiças e casario simples que tornam o bairro um dos mais agradáveis da capital.
Outrora, considerada arrebalde de Lisboa, e caracterizada pela floresta e pela atividade pastorícia, a Ajuda ficou, desde cedo, ligada à realeza, transformando-se numa zona onde se misturavam as residências aristocráticas e as moradias populares. Segundo a lenda, a Ajuda começou a ser povoada quando se espalhou a notícia de uma aparição da Virgem a um pastor que lhe tinha pedido ajuda. Os devotos chamaram-lhe Nossa Senhora da Ajuda e a Rainha Catarina, mulher de D. João lll, mandou erigir uma ermida no local da aparição.
A freguesia nasceu no século XVl, com características tipicamente rurais. Rebanhos e pastores deambulavam por aqueles campos e os moinhos davam um cunho particular à paisagem. Foi D. João V quem procedeu à aquisição de três quintas na zona de Belém. Passando, assim, a pertencerem à Coroa muitas das terras que hoje cercam a Calçada da Ajuda. Porém, só com D. José l se fixaria ali uma morada real, devido ao terremoto de 1755. O monarca levou um susto com os estragos no Paço da Ribeira e mandou construir uma morada em madeira, mas esta não resistiu e cedeu. Em 1802, foi mandado construir o Palácio da Ajuda. E tão majestoso era o projeto que, do plano primitivo, só foi construída uma das suas quatro fachadas.
Atualmente, é nos seus esplêndidos salões que se realizam os grandes banquetes e festas oferecidos pelo Chefe de Estado ao corpo diplomático ou a outros visitantes oficiais. Ao lado do palácio, ergue-se o “Galo da Ajuda”, torre sineira cujo relógio começou a trabalhar em 1776. Foi também depois do terremoto que o Marquês de Pombal mandou plantar o Jardim Botânico, o primeiro de Lisboa, datado de 1768. Neste espaço foram plantadas espécies vegetais desconhecidas da população citadina e que suscitaram a curiosidade de vários investigadores. Hoje, o jardim está sob os cuidados do Instituto Superior de Agronomia.
Desde 1934, o Ajuda Clube assumiu a responsabilidade pela organização da marcha popular da Ajuda, que é ensaiada no Pátio do Bonfim. É também neste pátio que se realiza, todos os anos, o arraial. Um acontecimento que já é característico das populações locais. O Ajuda Clube foi fundado em 22 de Outubro de 1912. A sua sede situa-se na Rua do Jardim Botânico, nº 02 e, ao longo dos anos, tem desenvolvido atividades na área do desporto e da cultura, merecendo especial referência o “caratê”, o futebol de salão, a dança jazz, o tênis de mesa e o grupo de teatro.
MARCHA DO BAIRRO DA AJUDA
Letra de Raúl Ferrão
Música de Raúl Ferrão
“Ajuda bairro modesto
Mora na parte mais alta
Dava da grandeza o gesto
Se tivesse o resto
Que ainda lhe falta
Se um dia a sorte muda
Adeus brilhante passado
Nem há esperança que o iluda
Se o bairro da Ajuda
Não for ajudado.
Não faz bem quem se demora
Nem quem vai cedo demais
Sei que vais à Boa-Hora
Mas vê agora
A que horas vais.
Passas ao pátio das Damas
E p’las Damas perguntas
Elas sabem que as não amas
Se por uma chamas,
vêm todas juntas.
Quem passar pelo Cruzeiro
E cruzar com os olhos teus
Acautele-se primeiro
Que há jogo matreiro
Nesses dois judeus.
Quando vou p’lo miradouro
Ponho-me a mirar a rua
Não há por meu desdouro
Para meu namoro
cara como a tua.
(Refrão)
Ajuda é sempre bairro da alegria
Que a luz dia primeiro beija
Aonde a mocidade a golpes de vontade
Defende aquela graça que o bafeja
Conservar uma beleza primitiva
É tão altiva
que em nada muda
Seu nome anda a mostrar
Que é mau quem se gabar
Que nunca precisou ter uma ajuda “.
Letra de Raúl Ferrão
Música de Raúl Ferrão
“Ajuda bairro modesto
Mora na parte mais alta
Dava da grandeza o gesto
Se tivesse o resto
Que ainda lhe falta
Se um dia a sorte muda
Adeus brilhante passado
Nem há esperança que o iluda
Se o bairro da Ajuda
Não for ajudado.
Não faz bem quem se demora
Nem quem vai cedo demais
Sei que vais à Boa-Hora
Mas vê agora
A que horas vais.
Passas ao pátio das Damas
E p’las Damas perguntas
Elas sabem que as não amas
Se por uma chamas,
vêm todas juntas.
Quem passar pelo Cruzeiro
E cruzar com os olhos teus
Acautele-se primeiro
Que há jogo matreiro
Nesses dois judeus.
Quando vou p’lo miradouro
Ponho-me a mirar a rua
Não há por meu desdouro
Para meu namoro
cara como a tua.
(Refrão)
Ajuda é sempre bairro da alegria
Que a luz dia primeiro beija
Aonde a mocidade a golpes de vontade
Defende aquela graça que o bafeja
Conservar uma beleza primitiva
É tão altiva
que em nada muda
Seu nome anda a mostrar
Que é mau quem se gabar
Que nunca precisou ter uma ajuda “.
Fonte:
Este trabalho teve apoio de EBAHL – Equipamento dos Bairros Históricos de Lisboa F.P.
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_c/Carlos_Leite_Ribeiro-anexos/TP/marchas_populares/marchas_populares.htm
Este trabalho teve apoio de EBAHL – Equipamento dos Bairros Históricos de Lisboa F.P.
http://www.caestamosnos.org/autores/autores_c/Carlos_Leite_Ribeiro-anexos/TP/marchas_populares/marchas_populares.htm
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