Toda história que se preze traz eventos (ou séries de eventos) que têm começo, meio e fim. Além disso, para que gere reações positivas no leitor ou espectador, o final em particular tem que ser bastante impactante. Se está escrevendo e quer conseguir esse efeito, leia as dicas deste artigo para aprender a contar o que é relevante.
MÉTODO 1: PENSANDO NO FINAL
1 – Identifique as partes da história.
Todo enredo tem que ser dividido entre começo (apresentação de personagens, da ambientação e do conflito), meio (a tensão crescente, as complicações e as reações dos personagens ao conflito) e fim (resolução do conflito e consequências).
A história tem que terminar quando o personagem principal cumprir (ou não conseguir cumprir) o seu objetivo.
Por exemplo: se o personagem quer ser rico, pode ser que ele passe por diversas situações inusitadas para comprar um bilhete de loteria. Ele vai vencer? Se sim, termine o enredo no momento em que ele ouve os resultados vencedores da aposta.
2 – Pense em um último evento ou ação para a história.
O enredo pode trazer vários eventos importantes e interessantes, mas escolha qual deles sintetiza a resolução geral. Pense em uma cena que faça sentido no momento final da história e que ajude a amarrar todas as pontas soltas. Por fim, ela tem que ter importância para os personagens e os leitores em si.
Por exemplo: termine a história com uma cena que apresenta as consequências de uma decisão do personagem principal que resolveu o conflito central.
3 – Determine qual é o conflito central da história.
A maioria dos enredos traz conflitos entre pessoas, pessoas versus natureza, pessoas versus sociedade ou pessoas versus elas mesmas. Use a cena final para resolver a situação, mesmo que o personagem principal não consiga o que quer. O importante é que ela gere impacto no leitor para tornar todo o enredo memorável.
Faça as seguintes reflexões para decidir que tipo de conflito você vai usar:
– os personagens da história estão lutando contra a natureza?
– Uns contra os outros?
– Contra eles mesmos (uma batalha interna ou emocional)?
Por exemplo: se o personagem principal ficar perdido em uma floresta perigosa, é porque a história se trata de pessoa versus natureza. Nesse caso, ele tem que encontrar algum abrigo que o proteja dos elementos.
MÉTODO 2: EXPLICANDO A JORNADA
1 – Reflita sobre a significância dos eventos da história.
Determine por que eles são importantes e que lições o leitor tem que extrair deles. Que temas, ideias ou argumentos você quer passar? Não precisa falar desses detalhes diretamente ao leitor, mas mostre-os por meio de eventos, ações e diálogos.
Escreva algo como "O meu avô me ensinou a sempre fazer o que é certo em qualquer situação. Agora que sou policial, entendo por que ele considerava a moral tão importante...".
2 – Faça uma reflexão sobre a relevância da história para o leitor.
Por que ele tem que se interessar pelo enredo? Se conseguir responder a essa pergunta, revise a história e veja se a sequência das ações que criou para os personagens levaria o público a uma reação parecida com a do protagonista.
Por exemplo: "Por que o leitor tem que se importar com o que acontece a Nina e à vila?". "Porque as mudanças climáticas provocaram um aumento no nível do mar que inundou a região. Ou seja: se não aprendermos com os erros do passado, vamos ter o mesmo destino cruel".
Use a primeira pessoa para apresentar ideias da perspectiva do narrador. Com a perspectiva em primeira pessoa, você vai poder contar a história de maneira mais próxima, já que o leitor vai estar envolvido nos eventos.
Nesse caso, fale diretamente a ele — seja você o protagonista ou outra pessoa. Ainda assim, lembre-se de acompanhar sempre esse personagem e de usar apenas informações que ele teria.
Por exemplo: "Eu entendi que todo o meu esforço e as horas de ensaio me trouxeram até esse momento, no palco, diante da plateia...".
3 – Use a terceira pessoa para contar a história de longe.
Você pode usar outro personagem como narrador para mostrar a importância da história. Assim, fica mais fácil injetar a sua interpretação ao enredo, já que há certa distância entre o narrador e os personagens em si.
Por exemplo: "Denise dobrou a carta, deu-lhe um beijo e repousou o papel sobre a mesa, ao lado da pilha de dinheiro. Ela sabia que todos teriam um milhão de dúvidas sobre o que aconteceu, mas também estava certa que a verdade viria à tona algum dia".
4 – Escreva a conclusão da história.
A forma de escrever a conclusão depende do gênero. No entanto, todos os finais interessantes têm um traço em comum: deixam o leitor com caraminholas na cabeça. Ele tem que terminar a leitura pensando nos temas centrais do enredo e na importância deles.
Se está escrevendo uma redação acadêmica ou pessoal, use o último (ou os dois últimos) parágrafo para concluir o enredo.
Se está escrevendo um romance de ficção científica, conclua o enredo nos dois últimos capítulos.
Não escreva finais batidos, pois o leitor vai ficar decepcionado.
Por exemplo: evite "Uma luz ofuscante invadiu os meus olhos, então usei as mãos para proteger a visão. Naquele momento, senti-me envolver pelos meus lençóis macios e pelo conforto do travesseiro. Reabri os olhos e percebi que tudo fora apenas um sonho".
5 – Identifique as ligações mais gerais nos eventos da história.
Pense em como cada evento leva a outro e cria um arco narrativo completo. Encare a história como uma jornada: o personagem começa em a, mas termina em b, em uma situação bastante diferente. Assim, vai ser mais fácil ver que o enredo tem uma forma única e, portanto, merece um final digno.
Fonte: https://pt.wikihow.com/Escrever-um-Bom-Final-para-uma-História
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