quarta-feira, 6 de março de 2024

Professor Garcia (Pantuns) VIII


PANTUN DO FILHO QUE ESTUDA

TROVA TEMA:
Filho… Estuda que eu te ajudo,
capricha, porque é na soma,
do esforço e amor pelo estudo,
que se conquista o diploma.
(Ailto Rodrígues-RJ)

PANTUN:
Capricha, porque é na soma,
das luzes do conhecer...
que se conquista o diploma
da eterna luz do saber.

Das luzes do conhecer...
há um facho que nos conduz,
da eterna luz do saber
a um mundo cheio de luz.

Há um facho que nos conduz,
entre os velhos rituais,
a um mundo cheio de luz
que não se apaga jamais.

Entre os velhos rituais,
há uma luz em quase tudo
que não se apaga jamais.
Filho... Estuda que eu te ajudo!
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PANTUN DOS DEDOS NA FOTO

TROVA TEMA:
Passo os dedos sobre a foto...
Naqueles rostos tão lisos
a mocidade então noto
escondida entre os sorrisos...
(Gilvan Carneiro-RJ)

PANTUN:
Naqueles rostos tão lisos
da antiga fotografia,
escondida entre os sorrisos...
Sorri a melancolia!

Da antiga fotografia,
em meio a tanta lembrança,
sorri a melancolia
no rosto de uma criança!

Em meio a tanta lembrança,
há saudade, há dissabor;
no rosto de uma criança
um riso triste de amor!

Há saudade, há dissabor,
e ao vê-los, logo que noto
um riso triste de amor,
passo os dedos sobre a foto...
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PANTUN DA VOZ DA ESPERANÇA

TROVA TEMA:
No meu Livro da Lembrança,
ainda sem conclusão,
saudade é aquela esperança
que compôs a introdução...
(Vanda Fagundes Queiroz-PR)

PANTUN:
Ainda sem conclusão,
foi alguém sem perceber
que compôs a introdução
do livro do meu viver.

Foi alguém sem perceber
que num impulso infeliz
do livro do meu viver
riscou tudo quanto eu fiz.

Que num impulso infeliz
ou por medo ou por loucura
riscou tudo quanto eu fiz
essa insana criatura.

Ou por medo ou por loucura
eu vou guardar por herança,
essa insana criatura
no meu livro da lembrança.
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PANTUN DO VELHO EGOÍSMO

TROVA TEMA:
Por egoísmo e ganância
a Terra está dividida.
Tanto poder e arrogância,
ante a pobreza sofrida.
(Edy Soares-ES)

PANTUN:
A terra está dividida.
Fome, morte, sonhos vãos;
ante a pobreza sofrida
poderes lavando as mãos.

Fome, morte, sonhos vãos;
miséria batendo às portas,
poderes lavando as mãos
da exclusão das almas mortas.

Miséria batendo às portas,
lamentando a crueldade,
da exclusão das almas mortas
em meio a tanta maldade.

Lamentando a crueldade
é triste essa mendicância
em meio a tanta maldade,
por egoísmo e ganância.
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PANTUN DO TEU CORPO AUSENTE

TROVA TEMA:
Levada por fantasia
de um desejo inconsciente,
eu beijo na cama fria
as formas de um corpo ausente!
(Rita Mourão-SP)

PANTUN:
De um desejo inconsciente,
surge na luz da paixão
as formas de um corpo ausente,
presente nessa ilusão.

Surge na luz da paixão,
Tudo que o sonho permite
presente nessa ilusão,
nesse sonho sem limite.

Tudo que o sonho permite
Eu tento manter a calma,
nesse sonho sem limite
nos limites de minha alma.

Eu tento manter a calma,
na loucura que me guia,
nos limites de minha alma
levada por fantasia.
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PANTUN DO FALSO ARREMEDO

TROVA TEMA:
Nenhum ourives se atreve
a imitar - nem de arremedo
as filigranas de neve
dos galhos nus do arvoredo!
(Madalena Ferreira-RJ)

PANTUN:
A imitar - nem de arremedo...
O que Deus fez e pintou
dos galhos nus do arvoredo
artista nenhum tentou.

O que Deus fez e pintou
com tinta de amor infindo,
artista nenhum tentou
pintar um quadro tão lindo.

Com tinta de amor infindo,
mas sem usar qualquer tinta,
pintar um quadro tão lindo
ninguém tentou ninguém pinta.

Mas sem usar qualquer tinta,
pintar galhos cor de neve,
ninguém tentou ninguém pinta,
nenhum ourives se atreve.

Fonte: Professor Garcia. Poemas do meu cantar. Natal/RN: Trairy, 2020. Enviado pelo autor.

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