sexta-feira, 26 de abril de 2019

Mário Quintana em prosa e verso 10


ESTAMPA

Linda moça, com sua cara de louça, na moldura da janela. Passa, a cavalo, o oficial - reto, correto, linear -, como um valete de cartas. Enquanto, lento, anoitece, flores suspiram olores, no jardinzinho sincero. E lá no fim da rua a estrela Vésper, como se fora pirotécnica, irradia-se em trinta e sete cores.

QUEM BATE?

Cecilia. Cecilia que chega de um pátio da infância... Traz ainda sereno nas tranças, seus sapatinhos andaram pulando na grama... Depois assenta-se nos degraus da torre, e canta...

Mas o chaveiro do sonho pegou-lhe as tranças, teceu cordoalhas para o seu navio. Mas o chaveiro do Sonho pegou-lhe a canção... E fez um vento longo e triste.

E eu pensava que toda a minha tristeza vinha apenas do vento, da solidão do mar, da incerteza daquela viagem num navio perdido...

ENVELHECER

Antes, todos os caminhos iam,
Agora todos os caminhos vem.
A casa é acolhedora, os livros poucos.
E eu mesmo preparo o chá para os fantasmas.

EXEGESE

- Mas que quer dizer esse poema? - perguntou-me alarmada a boa senhora.

– E que quer dizer uma nuvem? - retruquei triunfante.

- Uma nuvem? - diz ela. - Uma nuvem umas vezes quer dizer chuva, outras vezes bom tempo...

QUIEN SUPIERA ESCRIBIR!

O menino de joelhos sujos que chega em casa correndo e mal pode falar...

A velha dama que é agora obrigada a fazer renda para vender.., de casa em casa, a coitada!... e que senta na ponta da cadeira, suspira discretamente e murmura: "A minha vida é um romance....

Aquela moça que diz: Não quero ouvir isto!" e tapa os olhos...

Ah, quanta coisa deliciosamente quotidiana, quanto efêmero instante, eu não gravaria para sempre na memória dos homens, se...

QUE HAVERÁ NO CÉU?

Se não houver cadeiras de balanço no Céu.., que será da tia Élida, que foi para o Céu?

CÂNTICO DOS CÂNTICOS

Maria, com um vinco entre as sobrancelhas, escolhe o segundo prato. Depois sorri-me deliciosamente. Como não encantar-me? Como não comparar-me a Salomão? "Sustentai-me (diz-lhe a Sulamita), sustentai-me com passas, confortai-me com maçãs, que desfaleço de amor.

DA DÚVIDA

Felizmente parece que o Além não resolve coisa alguma, e a confusão continua a mesma, senão maior...

Posso, pois, morrer descansado e levar os meus problemas comigo, que não me faltará distração. Não me refiro à quadratura do círculo, que pouco se me dá, nem ao moto-contínuo. Penso é nas mil e uma perplexidades da minha condição de escriba, nesses cruciantes imponderáveis, no eterno problema da subjetividade da partícula se...

DO TEMPO

Nunca se deve consultar o relógio perto de um defunto. É uma falta de tato, meu caro senhor... uma crueldade... uma imperdoável indelicadeza...

INTERCÂMBIO

Vovô tem um riso de cobre surdo, velho, azinhavrado - um riso que sai custoso, aos vinténs.

Mas Lili, sempre generosa, lhe dá o troco em pratinhas novas.

DA HUMILDE VERDADE

O quotidiano é o incógnito do mistério.

Mudança de temperatura

Nos fios telegráficos pousaram uma, duas, três, quatro andorinhas.

Olham de um lado e outro... Irão partir?

Sobre as cercas rasas do arrabalde, os girassóis espiam como girafas...

BOCA DA NOITE

O grilo canta escondido... e ninguém sabe de onde vem seu canto... nem de onde vem essa tristeza imensa daquele último lampião da rua...

Fonte:

quinta-feira, 25 de abril de 2019

José Feldman (Cascata de Trovas sobre Sonhos)

1
Cada trova que, hoje, faço,
cada verso que componho,
é qual fosse um grande laço
para amarrar o meu sonho…
 2
Cada um tem o seu sonho...
no sonho tem seu amor.
O amor faz alguém risonho...
Não eu...pois só tenho a dor!
3
Cada verso que componho,
carrega em si um apelo:
– Faça a minha vida um sonho,
que até hoje é um pesadelo!
4
De sonhos somos moldados,
sobre a forja da esperança...
Emitindo nossos brados
ao futuro... nossa herança!
5
De tantos sonhos insanos
e anseios por seu amor,
restaram só desenganos
e o triste perfil da dor!
6
Em verdade, é uma ousadia,
tentar realizar um sonho:
Dando ao universo poesia,
fazendo o mundo risonho.
7
Era uma noite estrelada
quando o meu amor partiu...
e mirando a madrugada,
vi que o meu sonho ruiu!...
8
É um ensaio a minha vida,
rumo ao sonho, no porvir:
– Muitas vezes, bem vivida…
– Outras, um mero existir!…
9
Minha vida vai sem rumo
buscando um sonho encantado.
Em seus braços me consumo...
Sou mais um pobre enganado!
10
Não posso te dar dinheiro,
pois minha casa é a ilusão
e os meus sonhos, um canteiro
onde está meu coração!
11
Na penumbra, a solidão
acalenta tantos sonhos,
cuja sala é o coração
embargando olhos tristonhos...
12
Neste mar de desenganos,
levado pela maré,
em tantos sonhos insanos,
minha força é sempre a fé.
13
No teu corpo perfumado,
no brilho do teu olhar,
há sempre um sonho encantado,
o sonho do eterno amar!
14
Onde existe independência
os grilhões serão quebrados...
Se é exercida com consciência,
sonhos serão realizados!
15
Paz!! Tu carregas em ti,
todo um mundo de esperanças.
És um sonho em frenesi,
a embalar nossas crianças...
16
Pleno de alegria e dor,
para o meu sonho alcançar,
o caminho para o amor
é um enigma a desvendar!
17
Perdido em sonhos insanos,
em jardim, cego e sem rumo,
venci os meus desenganos,
e nas trovas me consumo!
18
Quando nós somos crianças
tantos sonhos são sonhados
Hoje… adultos, são lembranças
daqueles tempos passados.
19
Tanta gente em si perdida
e entre sonhos se escondendo…
Nasce o dia… é outra vida
que em disfarces vai morrendo…
20
Vejo uma luz no horizonte,
a paz no mundo a brilhar.
Pode ser sonho distante...
Um dia ele irá vingar...

Contos e Lendas do Mundo (Nordeste: O Menino o Burro e o Cachorro)




Um menino foi buscar lenha na floresta com seu burrico e levou junto seu cachorro de estimação.

Chegando no meio da mata, o menino juntou um grande feixe de lenha, olhou para o burro, e exclamou:

– Vou colocar uma carga de lenha de lascar nesse burro!

Então o burro virou-se para ele e respondeu:

– É claro, não é você quem vai levar.

O Menino muito admirado com o fato de ter o burro falado, correu e foi direto contar tudo ao seu pai. Ao chegar em casa, quase sem fôlego, ele disse:

– Pai, eu estava na mata juntando lenha e depois de preparar uma carga para trazer, disse que ia colocá-la na garupa do burro, e, acredite se quiser, ele se virou para mim e disse: “Claro, não é você que vai levar…”

O Pai do menino, olhou-o de cima a baixo, e meio desconfiado, repreendeu ele:

– Você está dando para mentir agora. Onde já se viu tal absurdo, animais não falam.

Nesse momento, o cachorro que estava ali presente, saiu em defesa do garoto e falou:

– Foi verdade, eu também estava lá e vi tudinho!

Assustado o pobre camponês, julgando que o animal estivesse endiabrado, pegou um machado que estava encostado na parede e o ergueu para ameaçar o cachorro. Nesse momento, aconteceu algo ainda mais curioso. O machado começou a tremer em suas mãos e falou com a voz temerosa:

– O senhor tenha cuidado, esse cachorro pode me morder!
___________
Nota:
Conto popular do Nordeste de origem desconhecida.

Fonte:

terça-feira, 23 de abril de 2019

Monteiro Lobato (A vida em Oblivion: Os três livros)


1908

A cidadezinha onde moro lembra soldado que fraquejasse na marcha e, não podendo acompanhar o batalhão, à beira do caminho se deixasse ficar, exausto e só, com os olhos saudosos pousados na nuvem de poeira erguida além. Desviou-se dela a civilização. O telégrafo não a põe à fala com o resto do mundo, nem as estradas de ferro se lembram de uni-la à rede por intermédio de humilde ramalzinho.

O mundo esqueceu Oblivion, que já foi rica e lépida, como os homens esquecem a atriz famosa logo que se lhe desbota a mocidade. E sua vida de vovó entrevada, sem netos, sem esperança, é humilde e quieta como a do urupê escondido no sombrio dos grotões.

Trazem-lhe os jornais o rumor do mundo, e Oblivion comenta-o com discreto parecer. Mas como os jornais vêm apenas para meia dúzia de pessoas, formam estas a aristocracia mental da cidade. São “Os Que Sabem”. Lembra o primado dos Dez de Veneza, esta sabedoria dos Seis de Oblivion.

Atraídos pelas terras novas, de feracidade sedutora, abandonaram-na seus filhos; só permaneceram os de vontade anemíada, débeis, faquirianos. “Mesmeiros”, que todos os dias fazem as mesmas coisas, dormem o mesmo sono, sonham os mesmos sonhos, comem as mesmas comidas, comentam os mesmos assuntos, esperam o mesmo correio, gabam a passada prosperidade, lamuriam do presente e pitam – pitam longos cigarrões de palha, matadores do tempo.

Entre as originalidades de Oblivion uma pede narrativa: o como da sua educação literária.

Promovem-se três livros venerandos, encardidos pelo uso, com as capas sujas, consteladas de pingos de vela – lidos e relidos que foram em longos serões familiares por sucessivas gerações. São eles: La mare d’Auteuil, de Paulo de Kock, para o uso dos conhecedores do francês; uns volumes truncados do Rocambole, para enlêvo das imaginações femininas; e Ilha maldita, de Bernardo Guimarães, para deleite dos paladares nacionalistas. O dono primitivo seria talvez algum padre morto sem herdeiros. Depois, à força de girarem de déu em déu, esses livros forraram-se à propriedade individual. Quem, por exemplo, deseja ler o Rocambole diz na rodinha da farmácia:

– Onde andará o Rocambole?

Informam-no logo, e o candidato toma-o das mãos do detentor último, ficando desde esse momento como o seu novo depositário. Processo sumaríssimo e inteligente.

Quando se esgotou a minha provisão de livros e, ignorante ainda da riqueza literária da terra, deliberei decorrer ao estoque local, dirigi-me a um dos Seis. O homem enfunou-se de legítimo orgulho ao dar-me os informes pedidos.

– Temos obras de fôlego, poucas mas boas, e para todos os paladares. Gênero pândego, para divertir, temos, “por exemplo”, La mare d’Auteuil, de Paulo de Kock. Impagável!

– Obrigado. De Koch, nem a tuberculina.

– Temos o célebre Rocambole, “gênero imaginoso”; infelizmente está incompleto; faltam uns dezessete volumes.

– Não me serve o resto.

– E temos uma obra-prima nacional, a Ilha maldita, do “nosso” Bernardo Guimarães.

Parando aí o catálogo, era forçoso escolher.

No concerto dos nossos romancistas, onde Alencar é o piano querido das moças e Macedo a sensaboria relambória dum flautim piegas, Bernardo é a sanfona. Lê-lo é ir para o mato, para a roça – mas uma roça adjetivada por menina de Sion, onde os prados são amenos, os vergéis floridos, os rios caudalosos, as matas viridentes, os píncaros altíssimos, os sabiás sonorosos, as rolinhas meigas. Bernardo descreve a natureza como um cego que ouvisse contar e reproduzisse as paisagens com os qualificativos surrados do mau contador. Não existe nele o vinco enérgico da impressão pessoal. Vinte vergéis que descreva são vinte perfeitas e invariáveis amenidades. Nossas desajeitadíssimas caipiras são sempre lindas morenas cor de jambo.

Bernardo falsifica o nosso mato. Onde toda a gente vê carrapatos, pernilongos, espinhos, Bernardo aponta doçuras, insetos maviosos, flores olentes. Bernardo mente.

Mas como mente menos que o Paulo de Kock ou o truculento Ponson, pai do Rocambole, escolhi-o.

Veio o livro. Volume velho como um monumento egípcio e como ele revestido de inscrições. Cada leitor que passava ia deixando o rastro gravado a lápis.

“Li e gostei”, dizia um, “Li e apreciei”, afirmava certa senhorita. Inscrição quase em cuneiforme rezava “Fulano leu e apreciou o talento do grande escritor brasileiro”. Outro versificava: “Já foi lido – Pelo Walfrido”. Tal moça notara parcimoniosamente: “Li” e assinou. Um amigo da ordem inversa pôs: “Li e muito gostei”.

Houve quem discordasse. “Li e não gostei”, declarou um fulano. O patriotismo literário dum anônimo saiu a campo em prol do autor: “Os porcos preferem milho a pérolas”, escreveu ele embaixo. Monograma complicadíssimo subscrevia isto: “O Rocambole diverte mais”.

E assim, por quanto espaço em branco tinha o livro, margens ou fins de capítulo, as apreciações se alastravam com levíssimas variantes ao sóbrio “Li e gostei” inicial. Havia nomes bem antigos, de pessoas falecidas, e nomes das meninas casadeiras da época.

Os intelectuais de Oblivion bebiam à farta naquela veneranda fonte. Em Bernardo abeberavam-se de “estilo e boa linguagem”, conforme afirmou um; no Rocambole truncado exercitavam os músculos da imaginativa; e no Paulo de Kock, os eleitos, os Sumos (os que sabiam francês!) fartavam-se da grivoiserie permitida a espíritos superiores.

Essa trindade impressa bastava à educação literária da cidade. Feliz cidade! Se é de temer o homem que só conhece um livro, a cidade que só conhece três é de venerar. Veneração, entretanto, que não virá, porque o mundo desconhece totalmente a pobrezinha da Oblivion…

segunda-feira, 22 de abril de 2019

J. G. de Araújo Jorge (Inspirações de Amor) VII


DECLARAÇÃO DE AMOR

Não te recordas mais? - Dois anos são passados
após aquela noite clara, e aquele mar
que espraiando distante, ouvir nos fez, calados,
os segredos de amor que estava a murmurar.

Nós dois -  Quanta saudade!... Os braços enlaçados
fitávamos sonhando, o azul, cheio de luar,
- e os grãozinhos, de luz, no céu, pulverizados,
numa estrada que além... fugia ao nosso olhar...

- Que mais?... Tudo era belo - e no íntimo casando
a beleza do espaço à beleza da terra
não pude me conter, e os olhos teus fitando

disse: " Que mar feliz!... Que infinito esplendor!...
Que pode haver maior que o céu que tudo encerra
mais belo que esta noite?... E tu disseste: "o amor!"

DEDICATÓRIA N.1

Este meu livro é todo teu, repara
que ele traduz em sua humilde glória
verso por verso, a estranha trajetória
desta nossa afeição ciumenta e rara!

Beijos! Saudades! Sonhos! Nem notara
tanta coisa afinal na nossa história...
E este verso – é a feliz dedicatória...
onde a minha alma inteira se declara...

Abre este livro... E encontrarás então
teu coração, de amor, rindo e cantando,
cantando e rindo com o meu coração...

E se o leres mais alto, quando a sós,
é como se estivesses me escutando
falar de amor com a tua própria voz!

DEDICATÓRIA N.2

 Para você, - amigo ou amiga -
que encontraram a minha poesia na rua,
pouca e pobre,
e a adotaram, e a recolheram ao coração...
Todo o meu reconhecimento por essa louca
e nobre ação.

Em nome da minha poesia
agradeço-lhes a pura alegria,
muito mais que alegria: comunhão!

Que é comunhão ou alegria
encontrar quem nos compreenda
quem nos estende a mão

quem partilhe conosco pão e música
na mesma canção.

DERRADEIRA INSPIRAÇÃO

Este é o último verso onde talvez
a tua imagem seja percebida,
- o instante derradeiro em que te vês
a inspirar o meu verso e a minha vida...

Guarda-o depois das linhas que tu lês
morrerás... e hás de ser sempre esquecida...
- não tornarei sequer uma só vez
a falar na lembrança mais querida...

Este é o último adeus que ainda te dou,
- termina aqui a imensa trajetória
que o teu destino sobre o meu traçou...

Daqui por diante... avançarei sozinho,
e nunca mais te encontrarás na história
dos versos que fizer em meu caminho!

DESFOLHANDO

Essa boca, pequena, e assim vermelha,
que ao botão de uma rosa se assemelha,
- quanta vez provocava os meus desejos
desabrochando em flor entre os meus beijos...

Essa boca, pequena e mentirosa,
que diz, tanta mentira cor-de-rosa,
- era a taça de amor onde eu saciava
toda a ansiedade da minha alma escrava ...

Beijando-a, compreendia que eras minha...
Meu amor transformava-te em rainha,
teu amor me fazia mais que um rei...

Agora, tu fugiste... E eu sofro, quando
vejo um outro em teus lábios desfolhando
a mesma rosa que eu desabrochei!...

DESPERTANDO

Escancaro as janelas para o dia
nessa manhã de sol, quente e sadia,
em toda a sua intensa claridade...
E a alma da sombra é expulsa, ante a alegria
da luz que em jorros o meu quarto invade...

E eu vendo luz... Pensei: - ah! Se eu pudesse
- essa minha alma tão sombria e triste,
abrir ao sol que lá por fora existe
dourando as coisas e tornando-as belas!...

E fiquei a pensar: - ah! Se eu pudesse
abrir minha alma aos céus como as janelas!...

DESPETALANDO

Vou traçando estes versos displicentemente

A mão vai caminhando a esmo no papel
como um bêbado andando pela rua
a acompanhar seus passos distraídos...

Vou traçando estes versos indolentemente...
e eles traduzem... vagos... preguiçosos
as saudades e os gozos
que ficaram ressoando em meus sentidos...

Arranco-os... são pedaços de mim mesmo
cheios de ti, de ti que estás presente
dentro do meu amor,

vou traçando-os assim, bem displicente,
a esmo,
- despetalando tudo o que a minha alma sente
como quem despetala alguma flor!...

DIGO QUE ESQUEÇO

Creio que te esqueci... de agora em diante
já não há nada entre nós dois, não há,
- achaste-me orgulhoso e intolerante
e eu te achei menos fútil do que má...

Foi um momento só... foi um instante
essa nossa ilusão, e hoje, onde está
aquele amor inquieto e delirante?
- Bem que pensava: - é falso! morrerá!

Sinto apenas que tenha te adorado,
e que hoje sofra em vão, inutilmente
procurando apagar todo o passado...

Digo que esqueço... que não penso em ti!
- Mas não te esqueço nunca, e justamente
porque fico a pensar que te esqueci.

Fonte:
J. G. de Araújo Jorge. Os Mais Belos Poemas Que O Amor Inspirou. vol. 1. SP: Ed. Theor, 1965.

Leandro Bertoldo Silva (O Menino que Aprendeu a Imaginar)



O livro O menino que Aprendeu a Imaginar já está com data de lançamento confirmada para o dia 30 de abril de 2019, em Padre Paraíso/MG, às 19 horas.
  
O livro O MENINO QUE APRENDEU A IMAGINAR traz a reflexão da fantasia e do lúdico na vida das crianças, a importância de enxergar o mundo através das histórias e de se interagir com o outro através da arte e das simplicidades.

O livro tem o propósito de resgatar o poder criativo da criança, fazer o adulto revisitar suas lembranças e memórias dos tempos em que um simples barquinho de papel era motivo de muitas aventuras num dia de chuva… E o que dizer daquela professora que foi tão importante e faz com que queiramos ser importantes para alguém? E as histórias contadas ao redor da fogueira ou do fogão de lenha… Quem nunca se imaginou viajando pelos lugares e vivendo aventuras?

O MENINO QUE APRENDEU A IMAGINAR sou eu, é você, são nossos filhos e filhas, nossos netos e netas, nossos alunos, nossos pais, nossos avós que, por algum motivo, precisamos todos reaprender a reconectar com nossa criança, nosso Ser e nossa essência.

E então, vamos acordar os sonhos, pois um dia nunca é igual ao outro para quem tem um livro nas mãos…

SINOPSE

Chateado por não ter nada de diferente para fazer, Oswaldo fica dentro do seu quarto cheio de lamentações quando um grande livro de histórias que fica bem no alto da estante cai “sozinho” no chão. O susto, já enorme, aumenta ainda mais quando o menino percebe que não foi um acidente, mas obra do seu brinquedo predileto: um lindo palhacinho de roupas coloridas e chapéu de guizos.

Gesticulando e dando mil cambalhotas, o palhacinho conduz Oswaldo a mundos que ele não conhecia, como a casa de um caçador onde entra, disfarçado de menino, o temível bicho Mapinguari; Vê a chuva cair lá fora levando nas enxurradas um barco de papel e, dentro dele, uma criança cheia de imaginação; E o que dizer de uma professora bem diferente ao apresentar à turma o seu amigo Geógrafo, um Atlas falante?

Repleto de surpresas, a história reserva ainda uma muito maior no final que, certamente, fará meninos, meninas e até adultos terem outros olhos para a leitura e para os livros.

A história base desse trabalho foi publicada na revista AMAE Educando, em 2009, em Belo Horizonte, teve uma montagem de teatro e ganha agora em livro publicado pela Alforria Literária uma nova estrutura e conceito, inclusive nas ilustrações feitas por Adilson Amaral – psicólogo e artista do Vale do Jequitinhonha – trazendo uma proposta que dialoga com a importância da imaginação a partir da leitura e das imagens não sugestionadas para que o leitor crie a sua própria realidade.

Um livro escrito com um grande carinho, não apenas por ser o primeiro infanto-juvenil do autor, mas por se basear em sua própria história de vida e no que acredita.

Fonte:
https://arvoredasletras.com.br/