domingo, 19 de setembro de 2021

Fabiane Braga Lima (Caixinha de Crônicas) 1

NAQUELA NOITE


Naquela noite, não restava mais nada, a minha mente foi voltando ao normal, enxerguei a vida, não havia mais o medo de ficar presa no meu subconsciente. Fui enxergando aos poucos, onde tinha me perdido, fui me encontrando aos poucos. Deu uma vontade grande de chorar, quis voltar, mas não havia mais nada, apenas destroços e meus versos feitos nas madrugadas. Como é triste, e dolorido saber que deixamos de viver por meras ilusões, como é triste saber que perdemos tempo, pois eu perdi. Nada faz sentido, é como um relógio empoeirado e quebrado, presa no tempo. E quando realmente acordei, não me lembrava de mais nada, precisava cuidar do meu psicológico. Naquela noite, não ouvia vozes, nas quais me perturbavam, não havia sombras do passado. Naquela noite, eu acordei e resolvi viver. Foi preciso a arte me esmagar para que eu pudesse sentir que tenho alma, e sede de vida...!
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ENIGMA

Repugnante e sem razão, sou eu sem você. Então, surge do nada, dominada por este amor desmedido, me entrego. Encantada com seus mistérios, e seu jeito de me acalentar em teus braços, meu corpo o deseja.

De repente, todo desejo desaparece! Estou enlouquecendo, tu se tornaste um vício, preciso encontrar os desígnios da tua alma, e tua melhor parte! Mas, todo este sentimento é muito forte, fico eu intacta, como se estivéssemos entrelaçados, mas só escuto eco, apenas eco e mais nada.

No oculto! Sacia-me no silêncio, sinto minha pele arder por te querer, assim, desmedida. Profanação! Minha cura e loucura, mistérios da alma o grito intenso no silêncio!

Aquieto-me e penso: — Nem todas as verdades são para todos os ouvidos, nem todas as mentiras podem ser reconhecidas como tais.

Desvendar te não ouso!
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A VIDA ME DEU OUTRA CHANCE

Creio que a vida me deu outra chance... Quantas vezes tropecei, caí e depois me levantei. Como um pássaro caído, alcei voo, errante e sem destino! Morri e renasci, nas minhas andanças, nos meus infindos e fantasiosos devaneios. Acordei em desatino, pude ver com os meus olhos e sentir na minha pele todas as dores. Pensei: - Que valor tem um poeta que fala de dor! O mundo já vive assombrado, necessita de amor e não de dor. Eu vivo na certeza e na tristeza daqueles que se foram por um maldito vírus. Vivo numa realidade assombrada, mas grata por estar viva!

Fantasio meus devaneios, para não sangrar a dor da realidade reinante. Tento e quero levar um pouco de amor para este mundo. Revigoro-me a cada dia para que o amor seja o meu objetivo. Se eu cair e não me levantar mais! É porque caminhei sobre espinhos e me feri. Mas eu sempre quero estar de pé, pois! Eu vivo. EU VIVO.

Fonte:
Textos enviados por Samuel da Costa.

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