-Por não cumprir os prazos de lei, o advogado do réu, coitado, foi xingado da cabeça aos pés, na porta do fórum...
- Ué! Por quem?
- Pelos familiares do sujeito que estava em cana. Parece que o infeliz não conseguiu o alvará de soltura.
- Que coisa horrível! Mas diga lá: o pessoal xingava o doutor de quê?
- De “reulaxado”.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
PATÉTICO
- Diga água. Água...
-...
- Água, água... Á G U A...
-...
- Água, água, fale. ÁGUA. A DE AMORA, G, DE GUARANÁ, U DE UVA, A DE
ANTONIO. Fale, infeliz.
-...
- Vou repetir novamente. Á...
Entra a enfermeira com uma papeleta nas mãos e chama a atenção do médico recém formado, enquanto lhe exibe o prontuário do paciente:
- Não adianta doutor. Esse aí é surdo-mudo.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
CENA URBANA III
- Achei gozado, outro dia, uma mãe querendo dar água pra filhinha!
- E o que havia de gozado nesse gesto tão lindo?
- A criança era pequena e o bebedouro maior que ela.
- E...?
- A idiota da mãe achou mais cômodo deitar o bebedouro até a boca da criança que suspendê-la, no colo, à altura da torneirinha.
Fonte:
Aparecido Raimundo de Souza. O vulto da sombra estranha. SP: Ed. Sucesso, 2009. E-book.
Aparecido Raimundo de Souza. O vulto da sombra estranha. SP: Ed. Sucesso, 2009. E-book.
Nenhum comentário:
Postar um comentário