ELISEU, UM RAPAZ metido a galanteador de mulheres, entra num barzinho de um bairro próximo onde mora, acompanhado de um amigo. O amigo, não outro, senão o Beto. Beto é mais comedido, ou seja, não é lá tão cara de pau, pelo contrário, medroso, não ultrapassa os limites da sua timidez. Ao se acomodarem, Beto enxerga uma moça linda, sentada numa mesa com mais duas companheiras. Resolve sacanear o amigo e, sem pensar nas consequências, solta o desafio:
— Eliseu, está vendo aquelas gatinhas ali? Pago duas caixas de cervejas se você for até lá e jogar o seu charme para a mais elegante delas, a fofinha de blusa azul e sainha vermelha. Olha que gata. Meu Deus, se eu tivesse sorte!
Eliseu ao olhar para a jovem, e notando, de fato, a sua formosura, aceita a aposta.
— Beto, duas caixas de cervejas?
— Sim.
— Fechado. Veja, e aprenda.
Beto não perde a pose:
— Duvido que consiga...
— Prepare o bolso. Vai ser barbada.
Eliseu se levanta, caminha até a jovem, e começa a xavecar:
— Boa noite, senhorita. Como é seu nome?
A moça se vira para o desconhecido, devolve o boa noite e indaga:
— Não me lembro de você!
— Mas eu de você, pode ter certeza. Só não me recordo do seu nome. Nos esbarramos uma vez...
— OK. Safira. E o seu?
— Eliseu, às suas ordens. Eu sabia que estava diante de uma pedra preciosa. Encantado!
— Vamos direto ao ponto, Eliseu. Posso saber o que deseja?
Em resposta, o engraçadinho manda brasa:
— Tem feitiço teus olhos
São os mais belos do mundo
Olhos assim, não existem mais, mais... mais...
A beldade se espanta e, ao mesmo tempo, se sente lisonjeada.
Para não fazer papel de tonta e deseducada, na frente das amigas, se abre num sorriso e dá o troco à altura. Abre o gogó:
— Fujo, de mim
Procurando, esquecer
Que você existe...
Eliseu, bate palmas e segue, insistente:
— Receba as flores que lhe dou...
Safira, sem deixar de lado a manifestação de contentamento, emenda:
— Enfia na cesta do lixo, que ‘já murchou...’.
Todas, as demais se precipitam numa gargalhada estrondosa.
Eliseu, de novo sem perder a linha de pensamento:
— Negue,
O seu amor
E o seu carinho
Diga, que você já me esqueceu...
Safira, fazendo carinha de zanga, rebate:
— Saia do meu caminho
Eu prefiro andar sozinha
Deixa que eu decida a minha vida...
Sem pestanejar, Eliseu se aprofunda:
— Quero me casar contigo
Não me abandones tenha compaixão...
Safira, descobre um lado seu, que até então desconhecia e se espanta com a sua audácia. Recatada, não dava trela às pessoas que não faziam parte do seu mundinho de amigos mais íntimos. Todavia, percebe que as colegas estão gostando e se divertem, batendo palmas, seguidas de sonoros gritinhos vibrantes com o rumo da brincadeira. Resolve levar adiante a encenação, curiosa para ver como seria o desfecho. Manda vê, na réplica, sem pestanejar:
— Talvez um dia
Quem sabe,
Encontre a felicidade
Achando alguém pra valer,
Até morrer...
Numa antevisão dos futuros copos de bebidas que teria pela frente, e se sentindo o rei da cocada preta, Eliseu contra-ataca:
— Diga logo de uma vez
O que você quer de mim
Não me torture mais...
A esta altura, Safira foge à sua própria regra. Se levanta e encara Eliseu bem dentro dos olhos. E estrondeia, com a maviosidade do seu brado percuciente:
— Vá pro inferno, com seu amor
Só eu amei
Você não me amou...
Enquanto as amigas se rasgam e aplaudem, entusiasmadas, o gerente, sisudo e de pouca conversa, lá do caixa, assiste a tudo sem perder um detalhe. Achando se tratar de uma importunação, convoca os dois seguranças que prestam serviços à casa. Com eles, à tira colo, se achega rebolativo à beira das garotas. Desmunhecando, em excesso, expõe os fatos segundo a sua ótica:
— Amigo, boa noite. Rogo que saia do recinto ou serei obrigado a colocar o senhor e o seu amiguinho, ali atrás, para fora, de maneira não muito elegante. O prezado está aborrecendo, deveras, as nossas clientes. Olhe em redor. Os frequentadores se mostram descontentes com a sua intromissão.
Eliseu, entretanto, entusiasmado, pior, abrasado pelo rumo que o evento provocara, não leva as palavras do gerente à sério. Dando uma de desentendido, cai na besteira de peitar o sujeito. Canta para ele, à imitação de Naiara Azevedo:
— Nãaaaao!
Não tente se explicar, não tem conversa
Pois tudo que disser, não me interessa
Você não presta... você não presta...
Vocêeeeee não presta!
O gerente, espumando de enfurecimento, sinaliza para a dupla de armários embutidos que, imediatamente entram em ação. Eliseu e Beto são, literalmente, atirados como dois sacos bêbados, no meio da avenida.
— Eliseu, está vendo aquelas gatinhas ali? Pago duas caixas de cervejas se você for até lá e jogar o seu charme para a mais elegante delas, a fofinha de blusa azul e sainha vermelha. Olha que gata. Meu Deus, se eu tivesse sorte!
Eliseu ao olhar para a jovem, e notando, de fato, a sua formosura, aceita a aposta.
— Beto, duas caixas de cervejas?
— Sim.
— Fechado. Veja, e aprenda.
Beto não perde a pose:
— Duvido que consiga...
— Prepare o bolso. Vai ser barbada.
Eliseu se levanta, caminha até a jovem, e começa a xavecar:
— Boa noite, senhorita. Como é seu nome?
A moça se vira para o desconhecido, devolve o boa noite e indaga:
— Não me lembro de você!
— Mas eu de você, pode ter certeza. Só não me recordo do seu nome. Nos esbarramos uma vez...
— OK. Safira. E o seu?
— Eliseu, às suas ordens. Eu sabia que estava diante de uma pedra preciosa. Encantado!
— Vamos direto ao ponto, Eliseu. Posso saber o que deseja?
Em resposta, o engraçadinho manda brasa:
— Tem feitiço teus olhos
São os mais belos do mundo
Olhos assim, não existem mais, mais... mais...
A beldade se espanta e, ao mesmo tempo, se sente lisonjeada.
Para não fazer papel de tonta e deseducada, na frente das amigas, se abre num sorriso e dá o troco à altura. Abre o gogó:
— Fujo, de mim
Procurando, esquecer
Que você existe...
Eliseu, bate palmas e segue, insistente:
— Receba as flores que lhe dou...
Safira, sem deixar de lado a manifestação de contentamento, emenda:
— Enfia na cesta do lixo, que ‘já murchou...’.
Todas, as demais se precipitam numa gargalhada estrondosa.
Eliseu, de novo sem perder a linha de pensamento:
— Negue,
O seu amor
E o seu carinho
Diga, que você já me esqueceu...
Safira, fazendo carinha de zanga, rebate:
— Saia do meu caminho
Eu prefiro andar sozinha
Deixa que eu decida a minha vida...
Sem pestanejar, Eliseu se aprofunda:
— Quero me casar contigo
Não me abandones tenha compaixão...
Safira, descobre um lado seu, que até então desconhecia e se espanta com a sua audácia. Recatada, não dava trela às pessoas que não faziam parte do seu mundinho de amigos mais íntimos. Todavia, percebe que as colegas estão gostando e se divertem, batendo palmas, seguidas de sonoros gritinhos vibrantes com o rumo da brincadeira. Resolve levar adiante a encenação, curiosa para ver como seria o desfecho. Manda vê, na réplica, sem pestanejar:
— Talvez um dia
Quem sabe,
Encontre a felicidade
Achando alguém pra valer,
Até morrer...
Numa antevisão dos futuros copos de bebidas que teria pela frente, e se sentindo o rei da cocada preta, Eliseu contra-ataca:
— Diga logo de uma vez
O que você quer de mim
Não me torture mais...
A esta altura, Safira foge à sua própria regra. Se levanta e encara Eliseu bem dentro dos olhos. E estrondeia, com a maviosidade do seu brado percuciente:
— Vá pro inferno, com seu amor
Só eu amei
Você não me amou...
Enquanto as amigas se rasgam e aplaudem, entusiasmadas, o gerente, sisudo e de pouca conversa, lá do caixa, assiste a tudo sem perder um detalhe. Achando se tratar de uma importunação, convoca os dois seguranças que prestam serviços à casa. Com eles, à tira colo, se achega rebolativo à beira das garotas. Desmunhecando, em excesso, expõe os fatos segundo a sua ótica:
— Amigo, boa noite. Rogo que saia do recinto ou serei obrigado a colocar o senhor e o seu amiguinho, ali atrás, para fora, de maneira não muito elegante. O prezado está aborrecendo, deveras, as nossas clientes. Olhe em redor. Os frequentadores se mostram descontentes com a sua intromissão.
Eliseu, entretanto, entusiasmado, pior, abrasado pelo rumo que o evento provocara, não leva as palavras do gerente à sério. Dando uma de desentendido, cai na besteira de peitar o sujeito. Canta para ele, à imitação de Naiara Azevedo:
— Nãaaaao!
Não tente se explicar, não tem conversa
Pois tudo que disser, não me interessa
Você não presta... você não presta...
Vocêeeeee não presta!
O gerente, espumando de enfurecimento, sinaliza para a dupla de armários embutidos que, imediatamente entram em ação. Eliseu e Beto são, literalmente, atirados como dois sacos bêbados, no meio da avenida.
Fonte:
Texto enviado pelo autor, integrante de seu livro “Comédias da Vida na Privada”.
Texto enviado pelo autor, integrante de seu livro “Comédias da Vida na Privada”.
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