“A NOITE ESTÁ CHEGANDO E SOPRA O VENTO”
A noite está chegando e sopra o vento;
as árvores balançam sem cessar,
esta canção que soa como um lamento
parece vir de longe, vir do mar...
Escutando-a me ponho a meditar:
onde estejas, talvez, neste momento
e se amaste e não queres mais amar,
por que viver um drama tão violento ?!
Pois, quem sabe dirás, quando sozinha:
“O que afinal meu coração anseia ?”
E nem hás de supor quanto és mesquinha...
Oh! vem comigo olhar a lua cheia,
e te sabendo finalmente minha,
eu serei teu, fantástica sereia !
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
MÁGOAS E QUEIXAS
Fazer versos é fácil - dir-me-eis -
se lerdes minhas páginas singelas
e simplesmente reparardes nelas
mágoas que nem de longe conheceis....
Se assim pensardes, nunca entendereis
da própria alma as fatídicas procelas
surgindo à noite, não em tardes belas,
e sois felizes porque não sofreis...
Se, no entanto, sentirdes a tristeza
transparecendo aqui nas entrelinhas
destes versos, que os leva a correnteza
a transbordar em zonas ribeirinhas,
é possível que tendes, com certeza,
queixas amargas iguais às minhas !
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
RENÚNCIA
Viver sem teu carinho, sem teu beijo,
por receio de não ser compreendido;
e, ao mesmo tempo, louco de desejo
ao vivo amor não encontrar olvido.
Querer a fuga como um triste andejo
em busca de outros ares, aturdido,
mas por desgraça não achar ensejo
onde viver amado e ser querido.
Quanto amor te devoto e, todavia,
meu sentimento vago renuncia
tua presença meiga em minha vida...
E eu me contenho alheio ao teu sorriso,
como alguém reservado e indeciso
que não sabe se elege a preferida…
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
SONETO DO ABANDONADO
Se teu amor chegasse de mansinho
e aos poucos me envolvesse corpo e alma;
se ele viesse me trazer carinho
quando me desespero e perco a calma...
Se fosses o fanal do meu caminho
e me surgisses numa noite calma,
como alguém que procura um quente ninho
para amar e aquecer o corpo e a alma...
Ambos unidos pelo mesmo afeto,
tanto sincero quanto predileto,
viveríamos horas mais amenas...
Mas enquanto não vens não tenho nada;
minha vida é uma casa abandonada
onde alguém chora a sós amargas penas
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
SONETO MÍSTICO
Estou sentindo um sopro realmente...
É a hora em que refrescas minha fronte
e sou Tua flor, erguida em alto monte,
a quem deste um aroma permanente.
O dia em que eu tombar murcho no chão
recolhe para Ti todo o perfume
para que eterno queime no Teu lume
incensando Tua plácida mansão.
Não o deixes perder-se em treva densa,
mas faze que ele sempre a Ti pertença
co’a glória de servir-Te e que somente
um dia - não sei quando - em Teu louvor,
retorne finalmente à mesma flor
pra que unidos os guardes eternamente.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
SUPREMA DESGRAÇA
Despetalar as flores, na demência
do desespero horrendo dum delírio.
Nem ao menos poupar o branco lírio
e já não escutar a consciência.
Arrasar o jardim desta existência
na fúria dum remorso sem martírio.
Perder a crença de encontrar o empíreo
e sufocar a luz co’a própria ciência.
Depois olhar pra trás e ver ainda
um jardim florido e uma luz infinda,
e não ter forças pra voltar atrás...
Mas ter somente uma opressão maldita,
e ao lado nem ao menos ter a dita
do perdão dos pecados e da paz…
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
VÍTIMA
Nestas horas serenas e patéticas
eu canto um rio de amor em profusão;
e faço dos meus sonhos comunhão
das ondas rubro-verdes e poéticas...
As minhas esperanças são proféticas
e existe nelas uma solidão,
por quem bate em delírio o coração
se desfazendo em pulsações atléticas.
Oh! cantar tristemente noite e dia
sem demonstrar nos olhos a alegria
dos que estão satisfeitos com a vida,
é a tristeza suprema que atraiçoa,
é o copo envenenado de água boa
que nos mata sem vermos a ferida!
A noite está chegando e sopra o vento;
as árvores balançam sem cessar,
esta canção que soa como um lamento
parece vir de longe, vir do mar...
Escutando-a me ponho a meditar:
onde estejas, talvez, neste momento
e se amaste e não queres mais amar,
por que viver um drama tão violento ?!
Pois, quem sabe dirás, quando sozinha:
“O que afinal meu coração anseia ?”
E nem hás de supor quanto és mesquinha...
Oh! vem comigo olhar a lua cheia,
e te sabendo finalmente minha,
eu serei teu, fantástica sereia !
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MÁGOAS E QUEIXAS
Fazer versos é fácil - dir-me-eis -
se lerdes minhas páginas singelas
e simplesmente reparardes nelas
mágoas que nem de longe conheceis....
Se assim pensardes, nunca entendereis
da própria alma as fatídicas procelas
surgindo à noite, não em tardes belas,
e sois felizes porque não sofreis...
Se, no entanto, sentirdes a tristeza
transparecendo aqui nas entrelinhas
destes versos, que os leva a correnteza
a transbordar em zonas ribeirinhas,
é possível que tendes, com certeza,
queixas amargas iguais às minhas !
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RENÚNCIA
Viver sem teu carinho, sem teu beijo,
por receio de não ser compreendido;
e, ao mesmo tempo, louco de desejo
ao vivo amor não encontrar olvido.
Querer a fuga como um triste andejo
em busca de outros ares, aturdido,
mas por desgraça não achar ensejo
onde viver amado e ser querido.
Quanto amor te devoto e, todavia,
meu sentimento vago renuncia
tua presença meiga em minha vida...
E eu me contenho alheio ao teu sorriso,
como alguém reservado e indeciso
que não sabe se elege a preferida…
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SONETO DO ABANDONADO
Se teu amor chegasse de mansinho
e aos poucos me envolvesse corpo e alma;
se ele viesse me trazer carinho
quando me desespero e perco a calma...
Se fosses o fanal do meu caminho
e me surgisses numa noite calma,
como alguém que procura um quente ninho
para amar e aquecer o corpo e a alma...
Ambos unidos pelo mesmo afeto,
tanto sincero quanto predileto,
viveríamos horas mais amenas...
Mas enquanto não vens não tenho nada;
minha vida é uma casa abandonada
onde alguém chora a sós amargas penas
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SONETO MÍSTICO
Estou sentindo um sopro realmente...
É a hora em que refrescas minha fronte
e sou Tua flor, erguida em alto monte,
a quem deste um aroma permanente.
O dia em que eu tombar murcho no chão
recolhe para Ti todo o perfume
para que eterno queime no Teu lume
incensando Tua plácida mansão.
Não o deixes perder-se em treva densa,
mas faze que ele sempre a Ti pertença
co’a glória de servir-Te e que somente
um dia - não sei quando - em Teu louvor,
retorne finalmente à mesma flor
pra que unidos os guardes eternamente.
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SUPREMA DESGRAÇA
Despetalar as flores, na demência
do desespero horrendo dum delírio.
Nem ao menos poupar o branco lírio
e já não escutar a consciência.
Arrasar o jardim desta existência
na fúria dum remorso sem martírio.
Perder a crença de encontrar o empíreo
e sufocar a luz co’a própria ciência.
Depois olhar pra trás e ver ainda
um jardim florido e uma luz infinda,
e não ter forças pra voltar atrás...
Mas ter somente uma opressão maldita,
e ao lado nem ao menos ter a dita
do perdão dos pecados e da paz…
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VÍTIMA
Nestas horas serenas e patéticas
eu canto um rio de amor em profusão;
e faço dos meus sonhos comunhão
das ondas rubro-verdes e poéticas...
As minhas esperanças são proféticas
e existe nelas uma solidão,
por quem bate em delírio o coração
se desfazendo em pulsações atléticas.
Oh! cantar tristemente noite e dia
sem demonstrar nos olhos a alegria
dos que estão satisfeitos com a vida,
é a tristeza suprema que atraiçoa,
é o copo envenenado de água boa
que nos mata sem vermos a ferida!
Fonte:
www.sonetos.com. Acesso em 15.01.2016. (site fora do ar)
www.sonetos.com. Acesso em 15.01.2016. (site fora do ar)
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