No mar ninguém irá tocá-la. Ela mergulha, depois sobe em cima da prancha, de pé, e começa um lento trabalho de remar em direção ao horizonte. O sol a faz suar sob a camiseta anti-UV, não pode arriscar se queimar, isso sempre acaba mal.
Respira devagar, exalando a cada remada, enchendo os pulmões de sal. Há várias pessoas no litoral, algumas de máscara, outras não, a maioria não, mas crianças correm pela areia e seus pais bebem água de coco nos quiosques.
Ela se ajoelha sobre a prancha e apoia o remo à sua frente, deixando que a maré a guie. Inspira uma vez, expira, inspira de novo, expira. Se ela pudesse fazer qualquer coisa para conter as lágrimas, teria feito, mas ali era só o que tinha: água salgada.
Aprendeu a chorar em silêncio, à noite, e, quando começou a dormir acompanhada, aprendeu também a chorar com o mínimo de movimento, dissolvendo os espasmos dos soluços em suspiros. Com o tempo, percebeu que não sabia mais como gritar, como tremer, como jogar um copo de vidro contra a parede e se encolher no chão. Sabia apenas abraçar os próprios ombros e ofegar.
Uma onda maior faz a prancha balançar. Ela cai dentro da água, afundando no abraço turvo até seus ouvidos doerem e suas costas baterem contra a areia, sentindo o forte puxão no seu tornozelo direito.
Soube de corpos afogados que eram encontrados quilômetros longe de suas cidades. Poderia se afogar. Poderia morrer assim. Esperava morrer sempre que entrava no mar, longe de qualquer controle. Ali dentro, com a pressão apertando seus ouvidos e a água abraçando seu corpo todo, não sentia medo, no mar ninguém, ninguém mesmo, iria tocá-la. Seria levada quilômetros pelo litoral, gostava de pensar onde ele a devolveria, queria que fosse numa praia bonita, com um pôr-do-sol espetacular.
Outra onda empurra a prancha, puxando-a pelo tornozelo até a superfície. Segura a prancha e apoia a testa nela, com a ponta dos pés sem tocar o chão. Felizmente o remo não tinha caído. À sua frente está apenas aquela linha marcada de azul sobre azul. Decide sair da água. Por enquanto.
Respira devagar, exalando a cada remada, enchendo os pulmões de sal. Há várias pessoas no litoral, algumas de máscara, outras não, a maioria não, mas crianças correm pela areia e seus pais bebem água de coco nos quiosques.
Ela se ajoelha sobre a prancha e apoia o remo à sua frente, deixando que a maré a guie. Inspira uma vez, expira, inspira de novo, expira. Se ela pudesse fazer qualquer coisa para conter as lágrimas, teria feito, mas ali era só o que tinha: água salgada.
Aprendeu a chorar em silêncio, à noite, e, quando começou a dormir acompanhada, aprendeu também a chorar com o mínimo de movimento, dissolvendo os espasmos dos soluços em suspiros. Com o tempo, percebeu que não sabia mais como gritar, como tremer, como jogar um copo de vidro contra a parede e se encolher no chão. Sabia apenas abraçar os próprios ombros e ofegar.
Uma onda maior faz a prancha balançar. Ela cai dentro da água, afundando no abraço turvo até seus ouvidos doerem e suas costas baterem contra a areia, sentindo o forte puxão no seu tornozelo direito.
Soube de corpos afogados que eram encontrados quilômetros longe de suas cidades. Poderia se afogar. Poderia morrer assim. Esperava morrer sempre que entrava no mar, longe de qualquer controle. Ali dentro, com a pressão apertando seus ouvidos e a água abraçando seu corpo todo, não sentia medo, no mar ninguém, ninguém mesmo, iria tocá-la. Seria levada quilômetros pelo litoral, gostava de pensar onde ele a devolveria, queria que fosse numa praia bonita, com um pôr-do-sol espetacular.
Outra onda empurra a prancha, puxando-a pelo tornozelo até a superfície. Segura a prancha e apoia a testa nela, com a ponta dos pés sem tocar o chão. Felizmente o remo não tinha caído. À sua frente está apenas aquela linha marcada de azul sobre azul. Decide sair da água. Por enquanto.
Fontes:
Escrita Criativa
Imagem – El.alibaba.com
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