ANSEIO
Por mais que em convulsões o mundo trema,
rumo ao caos que implacável nos atinge...
Por mais, seja negado o suave lema,
"Paz e Amor", que de sangue hoje se tinge...
Por mais que o desencanto fel esprema
nas almas secas de quem já nem finge,
creio sempre num Deus, que é Luz suprema!
Sol que clareia o Bem... e o Mal restringe!
E mesmo envolta cm sombras de amargura,
mesmo que os dias sigam mais tristonhos
e a vida cada vez menos segura,
fujo à incerteza que o momento traz,
mantendo vivo, a incrementar meus sonhos?
um doce anseio de encontrar a Paz!
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GLÓRIA À PADROEIRA
Gloriosa Virgem Mãe Aparecida,
nossa Nação quer luzes e padece!
E se a teus pés se curva, enternecida,
de joelhos canta e o seu cantar é prece!
Virgem Morena, mais tranquila é a vida
de quem a bênção tua… acalma e aquece!
E este Brasil tão grande, Mãe querida,
feliz menino, ao te louvar, parece!
Teu manto azul — de beijos relicário —
que nos cerca de paz a ampla fronteira,
a esperança estendida ao mundo hostil!
Cada lar seja sempre o teu santuário,
ó Virgem Santa, perenal padroeira
da imensa realidade que é o Brasil!
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O POETA NÃO MORRE...
O Poeta não morre?! — Fantasia!
A dor calcando ao peito, amargurado,
morre, sim, o Poeta, a cada dia,
em cada sonho seu que é destroçado!
Morre ao pensar que a chama da Poesia
morreu também - se morre o ser amado!
E cria no presente a idolatria
de fazer do passado altar sagrado!
Morre o poeta, sim... se a vida o esquece!...
Mas se cantam seus versos... ergue os ombros,
canta feliz e vivo permanece!
Tão vivo como sempre, segue a esmo:
- Fênix, renascida entre os escombros,
a surpreender a todos... e a si mesmo!
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ORQUÍDEA
Presa ao tronco, sob alta ramaria,
fidalga, a orquídea viça. Ao seu encanto,
pasmam os colibris e se extasia
a noite que a abrilhanta com seu pranto!
Espiritual, ao solo repudia
ansiando pelo espaço, no mais santo
desejo de ser pura. A fantasia
lhe esmera a forma e lhe colore o manto.
Flor sonhadora, em busca do infinito,
reclusa no seu páramo selvagem,
guarda o fascínio e a sedução de um mito!
E em sua altiva solidão de asceta,
retrata a orquídea a mais perfeita imagem
da alma utópica e lírica do poeta!
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PRECE DE PAZ
Ah! Senhor... Sei que tanto já me deste!...
Viver é bom... E eu Te agradeço... mas...
dá-me um cantinho na Mansão celeste,
onde eu possa, afinal... achar a PAZ!
A PAZ sem restrições... PAZ inconteste
que só benesses, aos que a abraçam, traz!
— A PAZ da mansidão, que não investe
além das proporções do que nos dás!
E que seja essa Paz intensa e pura!
PAZ que as agruras da alma anestesia!...
Paz que eu provei nos braços da ternura!...
— Dá-me, Senhor, a Paz de quem perdoa
a Vida cruel, que num tristonho dia,
a invejar minha Paz... Sem dó roubou-a!...
Fonte:
Enviado por Jean.
Jean Carlos Gomes (org.). XIII Coletânea Século XXI. Volta Redonda/RJ: Gráfica Drumond, 2022.
Enviado por Jean.
Jean Carlos Gomes (org.). XIII Coletânea Século XXI. Volta Redonda/RJ: Gráfica Drumond, 2022.
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