1. Pense numa boa frase para começar a história.
Ela é essencial para qualquer conto e deve captar a atenção do leitor instantaneamente, deixando-o curioso e mais disposto a investir seu tempo no enredo.
Comece com uma frase que mostre a força do enredo e dê uma noção do que a história vai tratar. Se quiser tratar temas tristes, por exemplo, já deixe isso implícito no início.
Se estiver sem ideias, leia algumas das introduções das suas histórias favoritas ou faça uma pesquisa no Google, usando temos como "Introduções mais famosas de histórias e contos". Leia vários exemplos e reflita como eles funcionam: por que são eficazes? Por que despertam o interesse do leitor?
Pense, mais uma vez, no exemplo deste artigo: na narrativa, cedo ou tarde, Maria vai ter que aceitar a morte do seu cachorro. Digamos que o seu pai tenha morrido de câncer e que ela não saiba lidar com a perda e o luto. Pensando assim, escreva uma introdução que dê uma sensação de perda iminente, mas sem deixar de lado as tristezas do passado. Assim: "Maria não queria começar a chorar na aula, mas não conseguia parar de pensar que estava perdendo tudo à sua volta".
2. Crie laços afetivos estreitos na história.
Os leitores ficam mais tocados por esse tipo de relação — o que faz sentido, já que todo mundo é próximo de alguém na vida real. Quando uma história se trata da relação entre personagens, o leitor sente uma maior conexão com o texto.
Mostre quão próximos são os personagens: eles podem terminar as frases um do outro e ter uma relação de apoio mútuo em qualquer situação. Ainda seguindo o exemplo deste artigo, imagine três personagens principais: Maria, sua mãe, e o cachorro. Você pode escrever cenas nas quais Maria cuide do bichinho e mostre o quanto o ama, além de descrever a relação complicada (mas amorosa) que ela tem com a mãe.
Depois, pode mostrar um flashback breve do velório do pai da personagem, com ela ajudando a mãe a enfrentar o luto.
3. Progrida a história até chegar ao principal acontecimento triste.
Vá criando o clima para o grande evento — se for brusco demais, o leitor não vai sentir qualquer apelo emocional, já que não vai ter se "aproximado" dos personagens o bastante.
Cada cena deve ajudar na progressão da história como um todo. Quando tiver dúvidas, consulte o esboço: qual o seu clímax? Como pode levar os personagens a ele?
No exemplo do artigo, pode ser que o cachorro tenha uma crise epiléptica e precise de atendimento veterinário urgente. Nessa situação, Maria descobre que o câncer se espalhou para o cérebro. Não se concentre nas ações, e sim na história emocional. A protagonista acaba discutindo com a mãe; nesse momento, você pode mostrar a senhora ajudando a filha a se preparar para a pior das hipóteses, com a jovem evitando a verdade.
Conforme escreve as cenas, pense no cerne da história: qual o motivo da existência dos seus personagens? Cada cena deve aproximar o leitor da resposta a essa pergunta. Maria, por exemplo, pode ter que aceitar que a morte faz parte da vida. Nesse caso, tente mostrar sinais de perda e deterioração em todos os momentos.
4. Escreva o clímax depois de escrever a armação da história.
O clímax é o ponto alto da narrativa, e deve ser intenso sem parecer forçado ou
melodramático.
Lembre-se das esperanças e dos sonhos dos personagens para entender o que está em jogo. Nesse momento, por que os protagonistas estão lutando? O que acontece se eles fracassarem?
As melhores histórias envolvem momentos de descoberta, o que deveria ser universal: a personagem vai descobrir algo a respeito de si mesma ou a situação em que se encontra pode levar a um tema ou mensagem que se aplique a tudo e todos.
No exemplo do artigo, o clímax pode acontecer quando Maria e sua mãe brigarem sobre a decisão de sacrificar ou não o cachorro. À primeira vista, o que está em jogo é a vida do animal; após uma análise mais profunda, é o senso de propósito da garota. Ajudar o bichinho dá a ela uma sensação de controle sobre a inevitabilidade da morte — o que vai acabar fazendo-a entender que morrer é natural. Talvez a mãe possa dizer algo sobre essa questão durante a discussão.
Essas diferentes "camadas" podem ser excelentes para histórias tristes: além de deixarem momentos infelizes mais intensos, os leitores acabam se aproximando emocionalmente dos personagens. Assim, vai aprender algo enquanto mergulha na narrativa.
5. Escolha um final adequado para a história.
Depois do clímax, é hora de encerrar a narrativa, dando certa resolução ao enredo. O leitor precisa se sentir satisfeito com essa conclusão, mesmo que ela seja infeliz. Não deixe nenhuma pergunta em aberto e nem crie novos problemas.
Desenvolva o enredo até chegar ao final. O personagem deve aceitar o seu destino. Além disso, todas as cenas do clímax devem levar a uma resolução, diminuindo a tensão — nunca aumentando.
No exemplo, Maria pode chorar e dizer à mãe que está pronta para aceitar a morte do cão.
Histórias tristes não precisam ter finais tristes. Porém, se você der uma guinada repentina nos eventos que acometem os personagens, pode dar uma sensação de inverossimilhança à narrativa. Caso queira mesmo escolher um final feliz, desenvolva-o aos poucos.
No exemplo, não diga que o cachorro sobreviveu à doença; isso não é nada realista. Em vez disso, você pode, por exemplo, avançar a história em alguns meses e mostrar que, embora sinta falta do bicho, Maria está superando a perda e até adotou um cachorrinho novo.
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Continua… Deixando a história mais triste
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Michelle Golden, Ph.D., professora de inglês em Athens, Georgia. Conquistou seu Mestrado em Educação para Professores nas Artes da Linguagem em 2008 e recebeu seu título de Doutora em Inglês pela Georgia State University em 2015.
Fonte:
Wikihow.
https://pt.wikihow.com/Escrever-Hist%C3%B3rias-Tristes
Wikihow.
https://pt.wikihow.com/Escrever-Hist%C3%B3rias-Tristes
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