Carolina Ramos é uma escritora, poeta e trovadora, membro da Academia Santista de Letras e da Academia Feminina de Letras, nascida em Santos, SP, no ano de 1924.
Carolina é nacionalmente conhecida como a Primeira Dama da trova, pois foi o grande amor da vida do príncipe da trova, Luiz Otávio, cujo verdadeiro nome era Gilson de Castro, nascido a 18 de julho de 1916 e falecido a 31 de janeiro de 1977, de amiloidose.
Ele fundou a trova literária no Brasil, na década de 1960.
Em uma de suas obras mais conhecidas “O Príncipe da Trova”, Carolina descreve a vida e morte do trovador, e o inesquecível romance vivido entre o príncipe e a própria autora, no decorrer dos anos de 1973 a 1977.
No mesmo ano em que se conheceram, Carolina foi a primeira mulher a receber o prêmio “Magnífica Trovadora” em Nova Friburgo, no ano de 1973, com o tema “Silêncio” . Essa premiação é oferecida ao trovador ou trovadora que consegue se classificar entre os dez primeiros por três anos seguidos na capital da trova, Nova Friburgo, RJ.
Eis as trovas:
Angústia, imensa, dorida,
pior que a dor de morrer,
é não ter apego à vida
e ser forçado a viver...
(10º lugar Nova Friburgo - 1971)
Sempre acolho de mãos postas
e humilde tento aceitar
o silêncio das respostas
que a vida não sabe dar.
(8º lugar Nova Friburgo - 1972)
Mãos tristes, temendo ausências,
se despedem com revolta...
- Nosso adeus tem reticências
que acenam gritando: - Volta!
(1º lugar Nova Friburgo - 1973)
pior que a dor de morrer,
é não ter apego à vida
e ser forçado a viver...
(10º lugar Nova Friburgo - 1971)
Sempre acolho de mãos postas
e humilde tento aceitar
o silêncio das respostas
que a vida não sabe dar.
(8º lugar Nova Friburgo - 1972)
Mãos tristes, temendo ausências,
se despedem com revolta...
- Nosso adeus tem reticências
que acenam gritando: - Volta!
(1º lugar Nova Friburgo - 1973)
Certa vez nos Jogos Florais em Porto Alegre, a trovadora declarou: “Não fui a mulher de Luiz Otávio, fui seu amor... Emotiva como sou, não esqueci essa explicação.
É... Os poetas amam diferente...
Essa notável mulher é uma deusa no mundo trovadoresco. É a nossa Baba Yaga, o útero, o sangue, a mãe primeira das trovas nascidas do amor. E hoje, prestes a completar 99 anos de história de vida, no dia 19 próximo, ela ainda fala de amor de uma maneira tão encantadora e profunda, que me emociona a alma.
Há um ano perdeu seu segundo grande amor, Cláudio, com quem viveu mais de 40 anos.
Numa troca de conversa por email, ela disse:
“Querida amiga Jaqueline, dentro do possível estou bem, apesar dos pesares. Ainda não consegui superar o trauma de perder meu marido, embora tendo Deus do meu lado, Cláudio foi o meu segundo grande amor.
“Quarenta anos de casados sem sequer uma rusga, Difícil superar sua ausência.
E confesso que não sei dizer qual dos meus dois amores foi o mais importante em minha vida. Sei apenas que ambos dividem ao meio o meu sofrido coração.”
Em breve, a escritora publicará a biografia do seu segundo grande amor. Não podemos deixar de ler a biografia de Luiz Otávio, e nem a de Cláudio. Fico emocionada só de pensar.
Carolina Ramos reside em Santos, tem duas filhas, um filho, quatro netos e cinco bisnetos.
Num mundo onde os amores são descartáveis, e mesmo os relacionamentos sérios são cheios de conflitos, e que tantas pessoas sequer acreditam mais no amor, Carolina Ramos é o exemplo de uma mulher inatingível pelo tempo, uma eterna menina a nos ensinar que sim, o amor existe, merece ser cultivado e eternamente vivido.
À Carolina Ramos, de quem muito me orgulho de ser amiga, meus sinceros aplausos!
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