Precisa-se: poetas e humildade.
Verdade em versos; soltos feito brisa.
Precisa é a sua idoneidade
Qualidade; pois é; receita visa.
Precisa-se: poetas sem vaidade.
Confrade sem status; só poetiza.
Batiza-se POETA; raridade.
Invade-se, o bom não exterioriza.
Precisa-se: poetas: toda idade.
Veracidade; não “se acha” e ironiza.
Pisa; competição; pódium: deidade.
Saudade da atenção, do ler: divisa.
Desliza o olhar; comenta: - majestade!
Velocidade; só se valoriza.
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GRAVADO COM PROFUNDEZA
Fazenda: uma estação feliz que exporta.
Exorta-me: é tão distante a emenda.
Entenda: quase nunca me comporta.
Conforta a imagem linda, não é lenda.
Moenda de café, no quintal a horta.
Corta o capim pro gado: uma oferenda.
Renda numa toalha; sobre: a torta.
Conforta leite e bolo na merenda.
Legenda não precisa; a ideia entorta.
Importa é a estrela do ser: prenda.
Agenda? Só folhinha atrás da porta.
Aorta via aberta: campo tenda.
Parlenda aprendi; minha alma transporta.
Reporta-se de tudo numa venda.
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O MURO DA QUINTA
Tinta; é tanta tinta! O muro noto.
Boto meus olhos, coisa que requinta.
Pinta uma efígie, tão logo a decoto.
Broto junto; minha alma é faminta.
Extinta a escória; agora bela foto.
Adoto a cor; meu ser então se pinta.
Tilinta o coração; de encanto loto.
Borboto gradação; no cinza a finta.
Cinta é colorida; nó picoto.
Devoto-me à obra; coisa absinta.
Sucinta admiração, mas não me esgoto.
Arroto estrelas; obra é distinta.
Sinta-me dentro da arte que piloto.
Denoto-me perante o céu da quinta.
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OUVINDO ESTRELAS
Ouço! Mas não me venha expor:_ Maluca!
Machuca. Escuto estrela em todo gosto.
Rosto feliz, e na alma uma muvuca.
Caduca nada; meu ser é o oposto.
Posto: numa janela. Imo batuca.
Nuca encrespa em contato com o encosto.
Deposto-me ao céu; graça cutuca.
Arapuca, me pego presa. Eu exposto.
Arrosto; à lonjura não retruca.
Cuca fresca assisto ao show disposto.
Agosto, maio; tanto faz. Véu educa.
Truca a imagem; cenário já proposto.
Imposto ouvido; entendo. Nada infuca*.
Suca-me** o verso, verbo bem composto.
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* Infuca = intriga.
** Suca-me = suga-me.
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PARNASUS CONTEMPORÂNEO
Chapéu negro; de costas é tão bela.
Tela no cabelo e no dedo, anel.
Pitéu; mas quando se vira : congela.
Pela um medo; que horror, coisa pinel!
Véu na alma, e pelos olhos a remela.
Mela o nariz e manca em seu tropel.
mundaréu de caras, boca banguela.
Apela em feiura e ganha troféu.
Céu de maldade, nuvem de mazela.
atrela frisson, bizarro painel.
cruel é seu jeito, em nada singela.
Anela o mal, em volta fogaréu.
Fel e pesadelo Vênus "Cruela",
flagela o sonho; de Zeus é um réu.
Fonte:
https://raquelordonesemgotas.blogspot.com/
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